Disse Jesus a seus discípulos: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol se escurecerá, a lua não dará o seu resplendor; cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas”.
Este pequeno trecho do Evangelho do Domingo merece um nossa atenção para que dele possamos aprender e não correr o risco de nos juntar ao coro dos profetas do fim do mundo que costumam povoar nossas Comunidades.
Diante da situação que estamos vivendo nos dias atuais, com facilidade surgem análises com as marcas do catastrofismo ou da iminente punição de um Deus rancoroso. Muitos argumentos, inclusive, se valem de trechos da Escritura tais como esse que consta do texto de Marcos.
O Evangelho deste domingo tem evidente conteúdo escatológico. De um jeito equivocado associamos os conteúdos escatológicos a interpretações fatalistas do fim do mundo ou de punições vindas do céu por conta dos desvios humanos. Tal associação se avoluma especialmente nestes tempos em que a pauta da Moral e dos costumes tem ocupado lugar de destaque nas discussões e até, estranhamente, na definição de políticas e ordenamentos da sociedade. Tal interpretação nos afasta sensivelmente da proposta que Jesus apresenta no texto.
Ao invés do medo da destruição, Jesus fala em reunir os escolhidos. Ao invés da desolação estéril, Jesus fala dos sinais de vida na brotação da figueira. É um texto de alento e de alerta. É preciso estar atento, treinar a sensibilidade, distinguir entre tantos sinais os que indicam e aproximam do Reino do Céu.
Isso se exige do discípulo e da discípula de Jesus: atenção, cuidado, sensibilidade, sintonia com a proposta do Reino. Proposta que não passa. Valeu para ontem, vale para hoje e valerá para amanhã; afinal, minhas palavras não passarão.
Neste dia 14 celebra-se a quinta edição do “Dia Mundial dos Pobres”, uma iniciativa do papa Francisco que tem como objetivo oferecer a cada cristão a possibilidade de realização de encontros profundos e transformadores: Encontro com Jesus Cristo, o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. Encontro com irmãos e irmãs: afinal os pobres não são pessoas de fora da comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha.
Neste Dia Mundial dos Pobres que possamos refletir e escolher a partir das escolhas de Jesus. Lembremo-nos sempre: Um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura. A esmola corre o risco de gratificar quem a dá e humilhar quem a recebe, enquanto a partilha reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça. Os pobres são sacramento de Cristo, representam a sua pessoa e apontam para Ele.