Papa Francisco: “Que os evangelizadores não sejam carreiristas”

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Na homilia da Missa celebrada na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco refletiu sobre as três dimensões da evangelização: anúncio, serviço e gratuidade.

Barbara Castelli – Cidade do Vaticano

A evangelização tem três dimensões fundamentais: o anúncio, o serviço e a gratuidade. Foi o que sublinhou o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na manhã desta segunda-feira, 11, na capela da Casa Santa Marta.

Escolhas que não transformam o coração

Inspirando-se nas leituras do dia, o Pontífice esclarece que o Espírito Santo é o “protagonista” do anúncio, que não apresenta uma simples “pregação” ou a “transmissão” de algumas ideias, mas é um movimento dinâmico capaz de “transformar os corações”, graças à ação do Espírito.

“Vimos planos pastorais bem feitos, perfeitos – precisa Francisco – mas que não eram instrumento de evangelização”, simplesmente porque eram finalizados em si mesmos, “incapazes de transformar os corações”:

“Não é uma atitude empresarial que Jesus nos manda ter, com uma atitude empresarial, não. É com o Espírito Santo. Isso é coragem. A verdadeira coragem da evangelização não é uma teimosia humana, assim… Não. É o Espírito Santo que nos dá coragem e leva você em frente”.

Na Igreja é preciso servir

A segunda dimensão da evangelização destacada pelo Papa, é a do serviço, oferecido também “nas pequenas coisas”.

Equivocada, de fato, é a presunção de querer ser servido depois de ter feito carreira, na Igreja ou na sociedade: “o subir na Igreja – acrescenta – é um sinal que não se sabe o que é a evangelização”: “aquele que manda, deve ser como aquele que serve”:

“Nós podemos anunciar coisas boas, mas sem serviço não é anúncio, parece, mas não é. Porque o Espírito não somente leva você me frente para proclamar as verdades do Senhor e a vida do Senhor, mas leva você também aos irmãos, irmãs, para servi-los. Também nas coisas pequenas. É feio quando nos deparamos com evangelizadores que se fazem servir e vivem para serem servidos. É feio. São como príncipes da evangelização”.

Gratuidade da evangelização

Por fim, a gratuidade, porque ninguém pode redimir-se pelos próprios méritos. “Gratuitamente recebestes – nos recorda o Senhor – gratuitamente deveis dar”:

Todos nós fomos salvos gratuitamente por Jesus Cristo e portanto devemos dar gratuitamente. Os agentes pastorais da evangelização devem aprender isto, a vida deles deve ser gratuita, a serviço, ao anúncio, conduzidos pelo Espírito. A própria pobreza os impele a abrirem-se ao Espírito”.

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