Paz e Bem.
O Convento da Penha acolheu na manhã do 1º Domingo do Advento (1/12), a tradicional Romaria das Ligas Católicas. Romeiros, devotos e liguistas subiram ao Campinho do Santuário do Perdão e da Graça, em Vila Velha e celebraram com alegria o jubileu de 180 anos de história deste movimento de testemunhas fiéis do Evangelho de Jesus, anunciando o amor no coração das famílias.
O evento teve início às 8h15 com a meditação dos mistérios gozosos do santo terço, com abertura e reflexão do Diácono Permanente Marcos Augusto. Nos intervalos dos mistérios, os liguistas se revezaram na recitação das Ave Marias. O encontro reuniu, como em todos os anos, as três Federações das Ligas, sendo elas da Arquidiocese de Vitória, Diocese de Cachoeiro e Diocese de Colatina. Liguistas de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro e de Juiz de Fora, Minas Gerais, também participaram do evento aos pés de Nossa Senhora da Penha.
A Liga Católica é um movimento formado por diversos grupos fiéis que falam da importância de adoração à Deus e a prática da devoção à Sagrada Família de Nazaré, “Jesus, Maria e José”. Surgiu em Liège, na Bélgica, em 1844 e foi fundado pelo capitão do exército Henrique Hubert Belletable. No Brasil, a Liga foi trazida pelos Missionários Redentoristas em 1902, inaugurando a primeira sede em Juiz de Fora (MG).
A Celebração Eucarística foi presidida pelo Padre André Luiz Bastos, missionário redentorista do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Ele é assistente eclesiástico nacional das Ligas Católicas. Com as bandeiras perfiladas, aconteceu a bênção da Coroa do Advento e foi acendida a primeira vela, nos ritos iniciais.
Na homilia, Padre André fez uma correlação entre o tempo da espera feliz com o papel das ligas católicas. “A Liga Católica é um movimento de espiritualidade familiar cristão, que tem como legado e missão, há mais de 180 anos, a alegria de levar ao coração familiar as esperanças de Deus. Desta forma, ela se aproxima da família, apresenta Deus a família e a família reza, se interessa pelas realidades que aplicam na família. E também, a Liga atua principalmente na oração, intercede para que sempre na família haja acolhimento, espiritualidade de comunhão e fraternidade. Hoje estamos encerrando os 180 anos nesta peregrinação ao Santuário da Penha. É domingo do Advento, o primeiro. A Coroa foi acesa, abençoada e que você possa, contemplando a Coroa do Advento, ir acompanhando nos domingos seguintes, o acendimento dessas velas, trazendo ao coração a riqueza da esperança, essa esperança que vai sendo um meio, uma solução para a sua vidainserida no contexto social, a sua vida inserida no contexto familiar. Você vai, ao longo dessas semanas, enriquecendo o coração de esperança e levando aos lugares onde você está as soluções para resolver as situações em conflito, tudo aquilo que pode ser melhorado, tudo aquilo que pode ser enriquecido de seus dons. É tempo que nós avaliamos o coração e enchemos de esperança, para dar espaço as coisas novas. Se pudermos resumir a teologia do Advento, é a esperança e alegria. Essas duas formas que trazem ao coração a presença de Deus, a presença das coisas que Deus promete a todos nós”, enfatizou o missionário redentorista.
Ainda sobre o Advento como tempo de “esperança”, Padre André destacou que estar com o coração preenchido de esperança é estar vigilante. “Um coração preenchido de esperança e alegria é um coração, como está hoje na Leitura, que vigia, que dá atenção as coisas, que observa aquilo que faz, reflete os passos dados, pensa, analisa a ação, reflete muito, vive uma experiência bonita da reflexão sobre a vida, para não vacilar e não se dispersar. Como Jesus aqui nos chamou atenção para essas coisas tão confusas, que acontecem ao final do ano, com tantas celebrações, confraternizações, podem acontecer gula, embriaguez…Tudo isso pode dispensar a sua vida e deixá-lo assim como que a indiferente a esse Jesus que vem chegando, para trazer a nossa realidade uma nova experiência. Estejamos atentos, amorosamente atentos, dispostos ao novo que chega. Como nos chama atenção a Carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1 Tessalonicenses 3,12-4,2), a progressão a cada domingo do Advento. É preciso progredir, querer mais e melhor as coisas que tornam a nossa vida mais feliz. Vá se ajustando, vai progredindo, vai crescendo porque a esperança não é outra coisa, senão o movimento do Espírito para que a verdade esteja ali equilibrando as coisas”, disse o sacerdote.
Por fim, o religioso pediu que o Advento convida cada um, a uma vida melhor. “O Espírito do Senhor possa fazer você entrar em movimento e não parar de ter esperança. É esperançar, fazer a cada dia um passo diferente, tendo um objetivo: primeiro, alcançar a graça de viver bem na presença de Jesus, que vem, que se aproxima no Natal feliz. Não perca o seu tempo, não se desperte, não se envolva em coisas excessivas que levam ao nada, a coisa alguma. Pense, reflita num coração cristão que ama Jesus, o que é preciso melhorar em sua vida, para que você seja esta luz para as pessoas, para o mundo. Tenho certeza e você sabe também, que quanto melhor tivermos entendendo o que somos, o que queremos fazer melhor aquilo que falamos, seremos coerentes, e pessoas boas irão se aproximar e daremos um belíssimo testemunho das coisas propostas por Jesus. Iremos observar bem a realidade, iremos ajudar pessoas a amadurecerem, iremos fazer com que todas as realidades ao nosso redor sejam transformadas, iluminadas, como aquela luz da coroa acesa”, finalizou.
“Cantemos-lhe louvor, Juremos-lhe amor, na dor ou na alegria. Soldados de Jesus, marchemos sob a cruz, com São José e Maria”.