Paz e Bem.
Mesmo com a temperatura elevada, centenas de fiéis, devotos, romeiros e muitos visitantes participaram da tradicional Missa campal das nove da manhã neste domingo (15), o 24º do Tempo Comum – e Solenidade de Nossa Senhora da Vitória -, no Convento da Penha. Foram diversas as motivações que levaram tantas pessoas ao Campinho. A Missa foi presidida pelo Frei Robson de Castro Guimarães.
Ao iniciar, o frei ressaltou o sentimento que os devotos de Nossa Senhora da Penha têm ao visitar o Convento da Penha. “Nós que subimos ao alto desta Montanha Sagrada, para nos encontrarmos com Jesus e com Nossa Senhora, – e ela como uma boa anfitriã, porque esse lugar pertence a ela, é claro – ela nos oferece aquilo que tem de melhor: primeiro, é a pessoa do seu Filho, que se revela a nós na Liturgia da Palavra e na Eucaristia. Depois, no segundo momento, Nossa Senhora se oferece a si mesmo como nossa companhia. Eu sempre digo, que ninguém sobre sobe ao alto desta montanha e desce com a mesma feição do rosto. As pessoas sobem essa montanha e chegam aqui em cima com os olhos opacos, junto com o olhar triste, fechado… Dificilmente a gente vê as pessoas se cumprimentando, dando bom dia. Elas Vêm carregadando os seus problemas suas dificuldades e encontram Nossa Senhora e quando descem esta montanha, quando chegam lá embaixo no portão, na planície, os olhos dessas pessoas não são mais os mesmos, se torna um olhar com um brilho especial e o rosto se torna um rosto iluminado, porque aquilo que vieram buscar aqui, respostas para suas dúvidas, um caminho para as suas dificuldades”, disse Frei Robson.
Sobre a Liturgia da Palavra, ele comentou o contexto da primeira leitura: “A primeira leitura narra que o povo judeu estava no cativeiro da Babilônia. Eles foram levados como escravos e mais do que serem escravos, o rei tirou as três coisas que fazem com que o povo se identifique como uma nação: primeiro tiveram que aprender a língua daqueles que os escravizaram. Depois, não podiam vivenciar a sua cultura, seus costumes e seu modo de ser. Terceiro, o castigo pior, não podiam cultuar Deus único, Deus de Abraão, Deus de Jacó, Deus que se revelou a Moisés, então isso para os judeus, foi uma afronta. E Isaías vai dizer: ‘nós temos alguém que está junto conosco e que luta por nós e que haverá de nos defender e nos libertar desse cativeiro. O que significa isso para nós hoje? Quantos também não estão no seus exílios da Babilônia? Longe de Deus, longe da casa da Mãe Igreja, que nos gera para vida eterna e nos dá um alimento que não é feito por mãos humanas, mas que é o Pão Vivo que vem do céu. Quantas famílias não estão no exílio das suas próprias famílias de laço de sangue e se afastaram, deixaram, abandonaram não querem saber por vários motivos…”, explicou o Frei Robson.
Ainda falando sobre a primeira leitura, Frei Robson recordou os “três portos seguros”, na visão dele, que todos cristãos têm na vida. “O primeiro é a família que Deus nos deu, por mais difícil que ela seja, é o nosso porto seguro. Depois, a religião a qual nós fomos educados e professamos a nossa fé, no nosso segundo porto seguro. E aquele pequeno grupo que chamamos de amigos. Pequenos grupo de amigos que nós formamos ao longo de nossa existência”, destacou.