Frei Pedro: “Comparar um liquidificador com um revólver é uma idiotice”

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Paz e Bem!

A Santa Missa das 9h, celebrada na Capela do Convento, no último domingo (20 de janeiro), foi presidida pelo Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, chamou bastante atenção, especialmente dos fiéis. Como já é conhecido por expor, denunciar e se indignar pelas situações que o Brasil vive, o Frei novamente fez críticas às decisões políticas adotadas pelo poder constituinte federal. Além da falta de políticas que priorizem e olhem mais para os pobres, favelados, negros e menos favorecidos, ele criticou também a violência, como medida implementada pelo governo em que facilita o acesso à posse de armas de fogo o que vai diminuir a busca pela paz e o aumento da violência.

No início da celebração, como tradicionalmente faz, Frei Pedro pediu que todos se saudassem e desejassem, mutuamente, uma “boa celebração” e que “o dia de um fosse tão bom quanto o próprio”. Já na Liturgia da Palavra, após as Leituras e a proclamação do Evangelho, ele iniciou a reflexão com o canto “a nós descei Divina Luz, em nossas almas acendei, o amor, o amor de Jesus…” Ao falar sobre a 2ª Leitura, o Frei disse que “a Carta de São Paulo aos Coríntios, nos lembra que nos foi dado um dom. Ninguém ficou privado de dons do Espírito Santo, todos nós fomos agraciados com dons. Mas dons devem ser colocados à serviço e não guardados para si… Há uma diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo. Portanto quando eu retenho para mim o dom que me foi dado, quando eu considero este dom como algo, benefício a mim mesmo, não é o dom dado pelo espírito. O que é dado pelo espírito é também da partilha…”

Quando comentou sobre Evangelho, em que o Evangelista São João cita o primeiro milagre de Jesus. Acontece em Caná da Galileia, conhecido como o milagre das Bodas de Caná. “Jesus participa da festa, das Bodas de Caná, Jesus não é ninguém distante do povo, ele participa da vida e da história do seu povo. Jesus não é um ser distante, um extraterrestre… Ele participa das dores e alegrias do seu povo. Ao participar da festa de casamento em Caná, João quer dizer que Jesus é um ser encarnado presente na vida e na história do seu povo… O casamento como a festa da alegria, no entanto, faltou o vinho. ‘Eles não tem mais vinho’, ou seja, a dor, a angústia, a tristeza, começam a tomar conta deste povo. E entra em cena a intercessora, a mãe que pede, a mãe que roga…” e continuou, “o milagre das Bodas de Caná, mostra que devemos pedir a Maria: ‘ensina-nos, quando faltar o vinho da alegria, a fazer o que ele disser, o vinho da esperança… Quando a violência bater à nossa porta, ao nosso coração, ensina-nos Maria, a fazer o que Ele disser. Não revide da mesma maneira, porque violência só gera violência.”

Frei Pedro chamou atenção quando falou, indignado, sobre o decreto que facilita o acesso às armas. “Não é colocando arma na mão da pessoa que vamos acabar com a violência. É muito fácil uma caneta assinar um decreto de posse de armas, mas essa mesma caneta deveria ser usada para assinar políticas públicas, uma educação decente. Assinar um decreto que acabe com a desigualdade que reina no nosso país. Aí sim, teria sentido. A que ponto chegamos?! Comparar um liquidificador com um revólver é uma idiotice. Comparar o poder de um carro com uma arma. Quando o ódio, a sede de vingança bater à nossa porta, ensina-nos maria a fazer o que Ele disser. O que diria Jesus? São filhos gerados no amor, e não filhos gerados no ódio.” Ele afirmou também que “vivemos em um mundo doente. Vivemos em uma sociedade doente, e esta doença tem nome: intolerância, indiferença, soberba, e por aí segue… Não permitamos que esta doença mate ainda o resto de chama que está em nosso coração. Não permitamos que isso venha a nos dominar”, disse o Frei.

Assista abaixo a reflexão completa.

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