Iaiá, você vai à Penha? Me leva ô, me leva. Eu vou criar capricho, meu bem, vou trabalhar que tenho uma promessa a pagar… 🎶🎵
Paz e Bem.
A animação da banda de congo Beatos de São Benedito, da ACERBES (Associação Cultural Esportiva e Recreativa Beatos do Espírito Santo), tomou conta do Campinho do Convento, na manhã deste domingo (10), o 32º do Tempo Comum. Os conguistas, que sempre participam da Romaria dos Conguistas, subiram pouco antes do início da celebração eucarística, participaram da Missa que foi presidida pelo Frei Atamil Vicente de Campos.
Frei Atamil é da Província Franciscana da Imaculada Conceição, porém atualmente está em missão servindo na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Município de Rondonópolis, Mato Grosso e por enquanto, pertence à Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora, com sede em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O Frei já é muito conhecido no Espírito Santo, especialmente no Convento da Penha, onde esteve como atendente conventual até o ano de 2013.
No início da homilia, Frei Atamil contextualizou os fiéis diante das duas figuras descritas pela Liturgia da Palavra. “Duas pobres viúvas como protagonistas de uma mensagem de vida. As viúvas representam os excluídos e esquecidos de Israel, mas ao mesmo tempo, elas são sinais de fidelidade, de consciência e de confiança em Deus. Neste 32º Domingo do Tempo Comum, a liturgia acaba de apresentar um modelo de espiritualidade e de fé, de discernimento do Senhor, porque a referência sobre o momento litúrgico que nós estamos vivendo é o ano litúrgico que está quase acabando e por isso a Igreja seleciona as leituras que ajudam a gente a refletir sobre a caminhada da vida. Portanto, a mensagem de hoje é muito importante. Essas duas pobres, a primeira do Antigo Testamento (1 Reis 17,10-16), a viúva de Sarepta, uma mulher de fé que passa por tremendos os problemas. A sociedade da região sofre a pior seca que pudesse imaginar e ela espera a morte, não tem outra perspectiva, espera a morte e para isso, guarda aquele pouquinho de farinha e de azeite. No entanto, chega um viandante, o profeta Elias, que está com fome. Ele pede esse alimento e ela não titubeou porque ela é uma mulher de fé e oferece o pouco que tem, até na penúria da morte, oferece para esse viajante. Com isso ela é agraciada com a fartura, não lhe falta mais o necessário para sobreviver”, detalhou o frade.
Sobre a viúva do Evangelho (Marcos 12,38-44), Frei Atamil destacou a atitude de Jesus e o grande ensinamento dado por Ele. “No Evangelho, outra viúva. Ela está no Templo perto do lugar onde depositam as ofertas. Os grandes ricos, oferecem somas imensas ali e de repente vem essa pobre viúva e oferece duas moedinhas, que não têm quase nenhum valor e Jesus chama atenção dos discípulos. Os que ofereceram grandes quantias, isso não quer dizer muita coisa porque eles estão oferecendo do que sobra. Já essa pobre viúva oferece uma pequena quantia, oferece tudo o que tem”, em seguida, Frei Atamil completou: ” É bom que a gente pare para pensar na trajetória da nossa vida. Como é que nós estamos vivendo de verdade a fé no segmento do Senhor? Para Deus, não vale oferecer só um pedacinho. Para Deus, ou a gente oferece tudo que temos ou então não. Como é que anda a nossa oferta, a nossa vida, a nossa disposição no segmento do Senhor? Devemos nos questionar, porque às vezes, subimos à Penha, com boas intenções, porém, chego com ar de santidade aos pés de Nossa Senhora? Quando retorno ao cotidiano da vida, é aquela podridão, aquela negação?”, questionou.
“Nós precisamos de ter essa coragem e oferecer, de fato, tudo que temos para que Deus possa suprir as nossas necessidades. São Francisco de Sales dizia que os cristãos devem dar sempre flores onde Deus os plantou. Tem uma canção antiga que diz: ‘quando meus braços abri, para o pobre abraçar, quando minhas mãos estendi, para o outro se erguer, Tua presença senti, minha fé aumentou, o teu amor se encarnou’. Na prática da caridade, o céu chega até nós. Não é à toa que nas Bem-Aventuranças, a primeira delas é ‘bem-aventurados pobres de espíritos porque deles é o reino dos céus’ o verbo no indicativo presente, ‘é deles o Reino do Céus’. Os outros, as outras Bem-Aventuranças falam dos pacíficos, mansos etc, o verbo está no futuro, ou seja, vai acontecer um dia. Quando se trata dessa primeira Bem-Aventurança, o verbo não precisa esperar, o futuro já acontece aqui, a gente arrasta o céu quando pratica o amor, a caridade”, exortou Frei Atamil.
O franciscano finalizou a reflexão pedindo a intercessão de Nossa Senhora para que todos “aprendam a viver essa arte do amor caridade”