Paz e Bem!
Chegamos ao 3º Domingo do Tempo Comum. Ao longo deste ano de 2022 estamos ouvindo, sempre aos domingos, o Evangelho de São Lucas. Hoje, de modo particular, a introdução ao Evangelho de Lucas (1,1-4; 4,14-21).
Na primeira parte do Evangelho, Lucas se propõe escrever a história de Jesus, a partir daquilo que ouvi dos apóstolos e outros discípulos e também de São Paulo. Escreve este Evangelho, na expressão dele: “a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, a partir das testemunhas oculares e ministros da Palavra”, para exortar as comunidades cristãs na fé, especialmente as comunidades que Paulo e Lucas iam fundando ao longo de suas viagens apostólicas. Escreve ainda o Evangelho, dedicando- o a Teófilo. Não sabemos exatamente quem seja Teófilo, mas é uma palavra grega e significa “amigo de Deus”. Portanto, poderíamos dizer em sentido amplo que Lucas está escrevendo para os amigos de Deus ou Jesus, ou seja, as primeiras comunidades que estão nascendo e que querem conhecer melhor Jesus.
Logo depois ouvimos a segunda parte do Evangelho de Lucas, ou seja, parte do capítulo 4, onde o evangelista deixa a entender que logo depois que Jesus foi batizado, volta para a Galileia com a força do Espírito Santo e inicia a sua vida publica. Como bom judeu, de religião, Jesus frequentava as sinagogas e no Evangelho de hoje está na Sinagoga de Nazaré e faz a leitura do livro do profeta Isaías, o maior dos profetas do Antigo Testamento: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
Jesus assume para si a missão e o profetismo de Isaías, do que Isaías significava para o povo no Antigo Testamento. Jesus é o novo Isaías que instaura o Reino de Deus no meio de seu povo, abre-se, portanto, um novo tempo, um ano da graça do Senhor, com pessoas, homens e mulheres, transformadas pelo Espírito. Hoje também nós assumimos esta palavra para nossas vidas e duas coisas nos são desafios:
- Jesus está na sinagoga. É a partir dali que ele inicia sua missão. A sinagoga é o lugar da reunião de pessoas, o lugar do culto, da leitura da palavra. Hoje, nós cristãos católicos, temos a igreja, as nossas comunidades de fé, que não podem ser esquecidas. Pensemos: Quanto tempo faz que não volto mais para minha comunidade? Valorizo meus líderes religiosos, procuro contribuir com minha comunidade? Amo a minha Igreja?
- Jesus inicia sua missão pelo batismo. Como anda a minha missão, o meu apostolado, o meu batismo? Todos pelo batismo somos chamados a evangelizar, a ser discípulos e missionários como nos lembra o Documento de Aparecida. A missão da Igreja é missão de todos nós, não exclusiva de um grupo ou de uma pastoral.
Confira a reflexão do Frei Djalmo Fuck, OFM, Guardião e Reitor do Convento da Penha.