Paz e Bem!
A história que vamos conhecer hoje, em mais um capítulo da série especial “Aconteceu na Penha”, é de 1639. Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba que há mais de 450 anos celebra sua padroeira com muito amor. Estamos destacando os aspectos históricos da religiosidade local, em pequenas reportagens os destaques que aconteceram na Penha.
Nas últimas reportagens, ficamos encantados com muitas histórias. Já conhecemos as primeiras romarias, o início da devoção à Nossa Senhora da Penha no Espírito Santo, a vida, morte e o processo de canonização de Frei Pedro Palácios, e agora, vamos começar a entender como se deu a construção do patrimônio, o Santuário de Nossa Senhora da Penha no alto da Montanha Sagrada.
Além da importância histórica da Igreja de Nossa das Alegrias da Penha, a devoção à Santa Padroeira já está enraizada no DNA, nossa religiosidade, notadamente na admiração e veneração dos capixabas. Há mais de quatro séculos fiéis do mundo acorrem ao local sagrado para louvar e bendizer ao Senhor, por intermédio de Maria Santíssima.
O maravilhoso panorama que se divisa do alto da Penha Sagrada parece ter sido criado expressamente para realçar o trono de Maria Santíssima e para recordar a onipotência do divino Criador, que sempre atende o pedido de sua Mãe.
Aconteceu na Penha… Em 1639, Frei Paulo de Santo Antônio inicia a ampliação do santuário.
O monumento arquitetônico, peculiar na singeleza e sobriedade, apresenta em sua trajetória histórica algumas reconstruções como a excepcional concepção arquitetônica do Convento, colocado sobre a rocha do morro, abrindo as janelas de suas celas para o magnífico panorama da Grande Vitória e do Oceano Atlântico.
No interior do Convento, o espaço mais expressivo é o da Igreja com sua preciosa Capela-Mor. Revestido, parcialmente com madeira em cedro, entalhada com motivos fitomorfos, executada pelo escultor português José Fernandes Pereira, nos anos de 1874 a 1879, inclusive o assoalho com trabalho de marchetaria que no ano de 1980 foi reformado.
Antes, porém, desde a chegada de Frei Pedro Palácios, não havia construção como temos atualmente. Foi construída inicialmente uma pequena capela no cume do Penhasco e em 1639, o então Guardião do Convento de São Francisco, em Vitória, Frei Paulo de Santo Antônio empreendeu melhoramentos na Penha: — reformou a Ermida das Palmeiras, transformando-a, em Capela-Mor, isto é, com nave e Altar-Mor, porque levantou a construção com barra de azulejos e ampliou a sacristia.
Ainda sob a direção do mesmo franciscano, calçou-se a ladeira, que foi dividida em lances, entremeados de vãos. “Que trabalho insano e magnífico! Até hoje, se tivermos o fervor de renunciar ao conforto de um automóvel e, mesmo, à vantagem da nova estrada de rodagem, poderemos calcular o sacrifício arrostado pelos empresários dessa obra secular, para o transporte e o nivelamento dos blocos, polidos, agora, pelo desfile constante dos piedosos romeiros!” (Maria Stella de Novaes, 1958)
Também foi neste tempo que o Santuário de Nossa Senhora da Penha recebeu do Papa Urbano VIII, em 23 de Março de 1630 (mais precisamente), a constituição da Santíssima Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora da Penha como a primeira Protetora da Capitania do Espírito Santo. Mas essa história vamos conhecer em outra ocasião.
É importante ressaltar que anos mais tarde o Convento foi passando por muitas transformações e ampliações, inclusive a construção da clausura dos frades franciscanos.
Na foto abaixo podemos ver a construção sem a última intervenção, no entanto já havia sido construída a residência dos frades.
Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847 e “Antologia do Convento da Penha”, ano 1974 (site morrodomoreno.com.br). O Convento da Penha, um templo histórico, tradicional e famoso 1534 a 1951 (Norbertino Bahiense)