Paz e Bem!
Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba que há mais de 450 anos celebra sua padroeira com muito amor. A história do Convento se confunde a história do Espírito Santo. Os aspectos da religiosidade local têm fundamento sólido na Penha Sagrada. Semanalmente, em pequenas reportagens, destacamos fatos que aconteceram na Penha.
Aconteceu na Penha… Em 1594, Padre José de Anchieta sobe à Penha em romaria. Um registro precioso da passagem do “Apóstolo do Brasil” no Convento da Penha foi feito por Simão de Vasconcelos, em sua grande obra de meados do século XVII.
Já conhecemos que no ano 1573, ocorreu o registro da primeira romaria ao Convento da Penha. Ela foi realizada pelos jesuítas Luís de Grã e Inácio de Tolosa, em agradecimento por terem sobrevivido a um naufrágio na foz do Rio Doce (clique aqui para saber mais)
O padre jesuíta Simão que esteve à frente de quase todos os cargos da Companhia de Jesus no Brasil, inclusive o de Provincial, nasceu em Portugal em 1597 e veio a falecer no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1671. Foi ele o autor de um grande livro – “A vida do venerável Padre José de Anchieta”, editado em Lisboa.
Padre Simão revela-nos em seu livro que Anchieta esteve no Convento da Penha em romaria e ali realizou o ofício sagrado da Missa no ano de 1594 e que já naquela época, era contínua a romaria de devotos que ocorria à famosa ermida.
“Aqui com espanto grande foi visto José, em presença de muitos, que ali se achavam e foram testemunhas do caso, enlevado em êxtase e fora de sentidos no meio da Missa, depois de alevantar a hóstia e o cálice” (Pe. Simão Vasconcelos, SJ, +1671). Diz ainda o mesmo escritor que, já naquele longínquo ano, “era contínua a romaria de devotos que acorria à Ermida da Penha”, conta o escrito do sacerdote jesuíta.
Ainda de acordo com a história, era muito comum a presença de jesuítas em romaria ao penhasco de Vila Velha, isso porque o local durante muitos anos se tornou um “destino obrigatório” para os missionários que iam evangelizar indígenas na região de Reritiba (hoje, a cidade de Anchieta).
Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847 e “O Convento da Penha – Um templo histórico, tradicional e famoso 1534 a 1951”, de Nobertino Bahiense (1951), publicado em: morrodomoreno.com.br.