Paz e Bem.
Faleceu nesta quarta-feira (24), aos 72 anos, o Frei José Clemente Müller da Paróquia do Rosário, Vila Velha. Por isso, recordar é uma forma de homenagear a memória de uma pessoa querida e o Convento recorda o dia em que o frade celebrou a Missa da Saúde no Campinho, fazendo memória de Santa Josefina Bakita. Veja a matéria completa abaixo:
Cura, Senhor, onde dói, cura, Senhor, bem aqui. Cura, Senhor, onde eu não posso ir 🎶🎵
Foi entoando essa belíssima canção em forma de prece por cura e por intercessão de Nossa Senhora da Penha, que centenas de fiéis, principalmente idosos, doentes e pessoas com mobilidade reduzida, participaram da tradicional Missa da Saúde no Campinho do Convento, na tarde desta quarta-feira (8) aos pés do Santuário do Perdão e da Graça, na “metade da Montanha” como falou o celebrante, Frei José Clemente Müller, Vigário da Paróquia do Rosário, Vila Velha.
Ao iniciar a Missa, a voluntária e coordenadora da Liturgia, Renata Esgario, lembrou o testemunho de Santa Josefina Bakhita, a primeira santa africana, invocada como a padroeira das vítimas de tráfico. Bakhita nasceu no Sudão, África, em 1869. Seu nome significa “afortunada”. Esta flor africana conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão, sendo vendida e comprada várias vezes.
Logo no começo da Celebração, Frei Clemente acolheu os fiéis que subiram para a Missa. “Que maravilha irmãos, ter vocês aqui! Estamos na metade da montanha que nos leva até a Casa de Deus onde que quem cuida é sua Mãe, Maria Santíssima, ela que cuidou do seu Jesus de Nazaré, foi a primeira catequista, aquela que também deu os primeiros passos de Jesus, depois dele ‘engatinhar’ como todas as crianças, levou a educação da fé judaica e preparou este homem para a humanidade, ela está no meio de nós. É Nossa Senhora da Penha, o penhasco, a fé de cada um de nós que queremos construir, mas também podemos dizer ‘a Estrela do Mar’, ela olhando e protegendo os mares da vida, protegendo nossa cidade, estamos aqui reunidos para louvar a Deus por meio de Maria”, iniciou.
Frei Clemente continuou exaltando a importância de Maria como uma intercessora. “Maria é aquela Mãe que acolhe as nossas intenções e entrega ao seu Filho. Uma vez ela disse: ‘eles não tem mais vinho’, estão precisando de saúde, de amor… Depois falou para os serventes ‘fazei tudo o que Ele (Jesus) vos disser’, é nesse espírito que rezamos hoje por todas as pessoas que pedem por saúde”. Na sequência, completou os ritos iniciais, falando sobre o Papa Francisco. “Nosso Papa Francisco, grande homem de Deus, que foi eleito, mesmo doente, pede com insistência: um problema que a sociedade vive o indiferentismo, ser indiferente, ser morno, não ter vida. Não podemos ser indiferentes, precisamos ter opinião, sobretudo na fé em Deus, na Eucaristia, na Palavra de Deus e na família”, afirmou.
Na explicação do Evangelho (Marcos 7,14-23) na homilia, Frei José Clemente fez uma analogia ao trecho que abre a narrativa evangélica. “‘Jesus chamou a multidão para perto de si’, assim Ele nos chamou também aqui, perto de si e perto de sua Mãe, Maria Santíssima. A gente vem à ela porque é o caminho mais fácil de chegarmos à casa do Pai, até o Seu Filho, queremos compreendê-lo! As coisas descritas no Evangelho estão tão presentes, nos deixam tão tristes e inseguros, coisas que saem do coração humano, as más intenções, imoralidades, roubos, assassinos, adultérios, maldades…Todas essas coisas! O mundo foi dominado pelo inimigo e temos essa luta constante da graça de Deus que recebemos no batismo, depois temos nossas fragilidades, mas temos o sacramento da reconciliação, a confissão que nos resgata novamente para mais perto de Deus. Este sacramento nos faz pessoas melhores e amarmos mais a Deus e ao próximo. Precisamos qual é o caminho, o jeito que temos para evitar todas essas coisas que praticamente dominam o mundo, dominam a sociedade. Como é triste quando de manhã liga a televisão e vê as notícias, o número de criminalidade, de abusos sexuais, de roubos, assaltos, acidentes, coisas que não têm conta… Nossa sociedade está doente!”, lamentou o frade.
O Frei explicou ainda que foi difícil o povo aceitar o “reinado de Jesus”, porque esperavam um rei do nível de Davi ou de outros reis romanos. “O povo teve dificuldade de aceitar Jesus, houve outros ‘Messias contemporâneos’, até João Batista que era o primo segundo de Jesus eles confundiam com o Messias, mas Ele foi levando a sua mensagem, o único que morreu e ressuscitou. Esse é o Rei que precisa ser reconquistado pelos nossos corações. Não são as coisas de fora, não é propaganda, é o que vem do coração, o Evangelho diz. Maria está pronta para nos ajudar! Cada um de nós temos nossos dramas. Viemos aqui ou pelo amor, ou pela dor, os dois nos levam ao amor de Deus, nos levam para Deus”, comentou.
Por fim, o Vigário da Paróquia do Rosário fez referência à Campanha da Fraternidade 2023. “Em poucas semanas teremos a quaresma com o tema da fome, um tema gritante, ao lado de outros temas gritantes, como a insegurança, a educação, a política [onde somos tão divididos em família, o resgate da família] mas tudo depende da fé que colocamos em nossos lábios e em nosso coração. Que Nossa Senhora ajude a cada um de nós a vivermos este novo reino. O reino de paz, de justiça e de fraternidade; a Mãe de Deus estará sempre conosco!”, concluiu.
Veja a reflexão completa abaixo:
Na Oração Eucarística, ao lembrar dos falecidos, Frei Clemente disse que é preciso viver com qualidade. “Importante uma frase de um filósofo que dizia: ‘morrer todos morrem, o problema é não viver bem’. Isso que temos que cuidar, os mortos estão num bom lugar, rezemos por eles. Agora tem a nossa vez, procuremos viver bem, em paz e na harmonia”.
A Eucaristia foi encerrada com a oração da Ave Maria, a bênção final e a aspersão com água abençoada.