Paz e Bem.
O perdão leva o ser humano ao caminho doloroso, porém necessário, a alcançar a parte mais profunda de si mesmo, o coração. Na Porciúncula, explicam os frades franciscanos, se vive diariamente essa experiência intensa que transforma vidas. Lá em Assis, e também em Vila Velha, em Vitória, ou em qualquer lugar do mundo, Francisco nos chama a reconciliação. Reconciliação que brota da nossa adesão completa aos ensinamentos e a vontade de Deus.
Neste ano de 2020 o desafio de celebrar o perdão, conceder o perdão e promover a reconciliação, exige de nós um jeito novo e criativo. Devemos congregar de uma maneira virtual, mas sem perder a sacralidade. É um comprometimento individual, partindo de uma experiência iniciada há mais de 800 anos, de reconciliação conosco, com o outro e com a natureza.
E por que não celebrar a paz, o amor, a misericórdia e o perdão? Celebrar! Celebrar a concórdia, a unidade, a fé, a luz. É tempo sim de reconciliação. Reconciliar é trazer presente para o nosso cotidiano ao menos o amor que Cristo pede que nós tenhamos, uns pelos outros. “Amai-vos uns aos outros! Amai-vos!”, somos feitos de amor e somos feitos para amar. Vamos mostrar ao mundo que sim, é possível encontrar a reconciliação nesses tempos de guerra e violência, nestes tempos de dor e perdas, nestes tempos de pandemia. Sim, é possível levar a paz e o bem.
A partir desta segunda-feira (27), diariamente em nossas redes sociais, vamos publicar algumas dicas e tarefas que nos levam ao caminho de reconciliação. A cada dia, seremos levados a praticar atitudes de perdão até a próxima sexta-feira (31/07), dia em que vamos celebrar a Festa da Reconciliação, o “Perdão de Assis”, propriamente dito. São passos que nos preparam para viver o Perdão de Assis, o Perdão da Porciúncula.
A festa do “Perdão de Assis” está intimamente ligada à Porciúncula, a pequena igrejinha reconstruída por São Francisco e que hoje está no interior da Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, cidade italiana da região da Úmbria.
Em breves palavras, Francisco de Assis, naquela noite luminosa – uma noite de céu –, 02 de agosto de 1216, ao Senhor Jesus e à Virgem Santíssima, que lhe apareceram em visão exatamente na Porciúncula, circundados de uma multidão de anjos, dirige ao Mestre, estas palavras, um pedido ousado: “Eu te peço, Senhor Jesus, que qualquer homem ou mulher que virá aqui na Porciúncula, arrependido das próprias culpas, possa extraordinariamente experimentar a misericórdia, do perdão”. Essas palavras do Santo de Assis contêm uma urgência: a urgência do perdão, a urgência da misericórdia.
Talvez hoje pareça pouco atual falar de perdão, ou pode ser mais conveniente e mais atual falar de firmeza, de segurança, de fronteiras, porque talvez hoje a misericórdia e o perdão nos pareçam um amor pouco confiável. Ao contrário, porém, Francisco nos sugere que a misericórdia é a emergência que encontramos no coração do homem. A partir do pedido ousado e forte de Francisco de Assis ao Senhor, acontece depois de um banho de espinhos: Francisco vive dois anos de crises dolorosas, com os espinhos da dúvida, da tentação… Francisco se entrega ao amor do Senhor.
Nesta mesma urgência do perdão, já começamos! Como tarefa para o primeiro dia da nossa “Semana de preparação para a Festa da Reconciliação”, devemos:
- MEDITAR UM TRECHO DO EVANGELHO: As páginas do Evangelho estão recheadas de experiências do acolhimento e do perdão. Através das suas palavras e de seus gestos, Jesus vai desvelando o rosto misericordioso do Pai. Quem acolhe o perdão de Jesus se faz discípulo Dele.
Como sugestão, você pode meditar a Parábola do Filho Pródigo (Evangelho de Lc 15, 11-32); o episódio da Mulher Adúltera (Jo 8, 1-11); e as palavras do Evangelho de Mateus 18, 21-35, “quantas vezes devo perdoar”.
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