São Francisco é o santo da pobreza e da fraternidade, por ele, Deus revelou seus mistérios de amor

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Paz e Bem.

As celebrações em honra a São Francisco de Assis, o Patrono da Ecologia Integral e Seráfico Pai, levaram milhares de devotos ao longo de todo o dia ao Convento da Penha. Desde a primeira Celebração até a Missa da Saúde que aconteceu no Campinho, foram incontáveis preces dirigidas ao Fundador das Três Ordens Franciscanas, o santo universal, querido e venerado por pessoas de vários credos.

Pela manhã, os fiéis rezaram diante da Imagem de São Francisco colocada em destaque no Altar. Duas histórias lindas e de emocionar, enalteceram ainda mais os festejos ao santo. A primeira é do pequeno Francisco Cordeiro Gama. Ele tem 1 aninho e subiu ao Convento com sua mamãe, a Francislene Dayana Cordeiro e foi apresentado ao seu “xará”. O pequeno tem esse nome pois dois motivos. Francisco era o nome do avô e bisavô do menino. E também por conta de Francisco de Assis, foi uma forma de homenagear o santo e os dois familiares. Francislene quis ir até o Convento para rezar aos pés da padroeira e diante da imagem do Santo de Assis.

A segunda história é da Jaira Alves Silva Araújo. Ela é devota de São Francisco desde criança por influência da avó que também é muito católica. A história envolve a cura de sua mãe, hoje com 80 anos de idade, a dona Maria de Souza Alves. “Tudo eu peço a intercessão de São Francisco. Há alguns anos, minha mãe ficou doente e eu pedi a ajuda dele. Ela ficou intubada e tudo, mas eu pedi a São Francisco pra visitar ela. Minha mãe era fumante, mas graças a Deus e a intercessão de São Francisco ela teve uma graça. De 2018 para cá o pulmão dela nunca foi o mesmo, mas ela faz as coisas – embora com dificuldade – e devagarinho ela está muito bem. Hoje mesmo eu voltei aqui para fazer outro pedido a ele e tenho fé que logo vou ser atendida, preciso de uma graça agora para o meu irmão, já entreguei na mão de São Francisco”, contou a devota.

“Estamos hoje vivendo uma grande alegria, nesta Capela do Convento da Penha, como em toda a Igreja Universal, celebramos São Francisco de Assis, o santo da humildade, da simplicidade, da fraternidade e da pobreza. Estamos aqui porque é a Casa de Deus, lugar de oração, lugar da natureza com beleza exuberante, é local onde nosso coração se eleva em louvor a Deus por todas as criaturas, como diz são São Francisco ‘tudo é nosso irmão e nossa irmã’, desde a irmã mãe Terra até a lesma do chão, até a irmã morte, tudo é nosso irmão, nossa irmã. E lembramos São Francisco, louvando a Deus, porque Francisco é este humilde pobrezinho, a quem Deus revelou os mistérios de seu amor”, disse Frei Ronaldo Fiuza no início da reflexão da Missa das 11h, celebrada na Capela.

Segundo Frei Ronaldo, dois pontos fundamentais na vida de São Francisco, fizeram dele um dos mais queridos e amados santos da Igreja. “O primeiro ponto foi a pobreza. Francisco é o santo da pobreza, o santo que decidiu viver como Jesus Cristo, que não tinha onde reclinar a cabeça. ‘As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça’ (cf. Lucas 9, 57). A esse Jesus, desprezado pelas pessoas, pelo qual São Francisco se apaixona e quer viver como ele: pobre e humilde, sendo desprezado, sendo o último da sociedade, convivendo com os últimos (no seu tempo, os hansenianos) e nessa pobreza ele também quis ser irmão, irmão menor de toda criatura, quis ser menor que todos, como Jesus que servia a todos, que estava ao lado dos pecadores e desses que Jesus se aproximava, assim, Francisco também quis, estar ao lado dos marginalizados. Portanto, os dois pontos são a pobreza e a fraternidade”, refletiu.

A Missa das 15h, nas intenções da saúde, foi celebrada pelo Frei Paulo César Ferreira, Vigário do Convento e contou com a presença de membros da Ordem Franciscana Secular, especialmente. Além da OFS, também participou o Frei Pedro Engel, irmão que assiste a Fraternidade Nossa Senhora da Penha, de Vila Velha.

Ao iniciar a Eucaristia, Frei Paulo César destacou que a Festa de São Francisco é ocasião de reunir todos os admiradores, devotos do santo. “Estamos em comunhão com todos nossos irmãos da Família Franciscana, a Ordem Franciscana Secular, nossas irmãs Clarissas, nossos confrades do Convento da Penha, do Santuário de Vila Velha, os confrades de Colatina e de todo o espírito santo, de todos os devotos que deixam as intenções nos comentários e também escrevem e depositam nas urnas junto ao Altar”, afirmou.

Na homilia, Frei Paulo contou seu testemunho de amor à Jesus Cristo pelo jeito franciscano de ser. Ele foi seminarista diocesano, no início de seu ministério, mas depois se viu “apaixonado por São Francisco” e o estilo de vida dos franciscanos. “O Pobrezinho de Assis que nos inspira a um jeito de ser cristão ideal. Eu mesmo, quando quis ir para o seminário fui para o Seminário Diocesano da minha diocese lá no Sul de Minas Gerais, a Diocese da Campanha e neste Seminário Diocesano Nossa Senhora das Dores, tive a graça de discernir a minha vocação à vida religiosa. Seguir a São Bento, talvez? Eu acho que Deus me chamava à vida eremítica, à vida contemplativa, no silêncio, no escondimento, como fermento na massa… Dedicado à contemplação da Palavra, a oração, nos serviços domésticos em algum mosteiro? Os Cartuxos, os Cisterciensis? – questionava o frei -, aí eu me lembrei dos ‘padres de batina marrom’. Perguntei a uma das Irmãs de Nossa Senhora de Sion em Campanha – elas tinham um colégio muito bonito – e uma das irmãs lecionava no Seminário, francês religião, história, então era minha professora e também bibliotecária. Perguntei a ela como que se chamava o fundador daqueles padres de ‘batina marrom’, ela disse que era São Francisco de Assis. Na biblioteca ela me deu um livro e me recomendou a leitura, falava sobre São Francisco, fundador dos franciscanos, foi aí que encontrei o que eu buscava, a minha vocação. Logo eu queria deixar o seminário Diocesano e entrar para o seminário franciscano”, testemunhou o Vigário do Convento.

Frei Paulo César, ainda contando seu testemunho de vida franciscana, contou que imediatamente quando se identificou com a obra de São Francisco, decidiu comunicar ao bispo que desejava sair do seminário e ir para o seminário franciscano. “O Bispo da época era Othon Motta, muito querido e era meu confessor, a quem também como seminarista, servia nas missas, gostava muito dele. ‘Olha, senhor bispo, eu gostaria de mudar de seminário. A minha vocação é para a vida religiosa, eu gosto muito de São Francisco e fico assim encantado com o que ele viveu e seus confrades’, falei com ele. Ah, meu Deus! Ele disse para eu ficar mais um tempo lá e eu estava na oitava série (do ensino fundamental) e aí ele pediu que eu esperasse e não tivesse pressa. A princípio, não gostei porque eu estava empolgado, entusiasmado em seguir o caminho franciscano, mas em consideração a ele, fiquei mais três anos lá. Nesse tempo, eu já usava as sandálias, lia muito sobre São Francisco, terminava um livro, lia outro e assim fui me apaixonando por São Francisco, por sua pobreza, pelo seu jeito simples de seguir o Evangelho e encontrei em São Francisco, então, esse lado também contemplativo e ativo”, afirmou.

Por fim, o frei recordou que São Francisco foi homem de contemplação e de ação. “São Francisco se retirava, gostava de ficar a sós nas grutas, nos bosques, nas montanhas, mas ele sempre ficava de frente para o povoado, nunca de costas ou sem ver ninguém. Estava na contemplação, mas com os olhos também voltados para para o povoado… São Francisco de Assis é uma referência para todos nós, crentes ou não, como ser humano, como cristão, admirado por todos, lembrado de muitas formas, o ser humano ‘cristificado’, reconciliado com tudo e com todos que soube discernir e decidir sobre o que é mais importante em nossa vida terrena. Quis ser pobre, despojado como o Cristo Crucificado que se deu todo a nós e por nós ao Pai”, disse.

No final da reflexão, um dos momentos mais especiais. Frei Paulo César entoou, com auxílio do músico Victor Danezio, a Ladainha de São Francisco de Assis. “Defensor dos animais, Protetor da ecologia. Paz e Bem pelas estradas, São Francisco da alegria!”, diz um trecho da Ladainha.


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