Quinze paróquias homenageiam a Virgem da Penha

Compartilhe:

MoacirBeggo

Vila Velha (ES) – A Festa da Penha é assim: ninguém quer ficar de fora. Todo dia uma região pastoral vem fazer a homenagem a Nossa Senhora. Nesta terça-feira (02/4), foi a vez dos fiéis, sacerdotes e religiosos de 15 paróquias de Cariacica e Viana subirem ao Morro da Penha nesta caminhada com a Padroeira do Espírito Santo até o dia 8 de abril.

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Rubens Sevilha, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes os sacerdotes dessa região pastoral, os frades do Convento da Penha, entre eles o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e o guardião do Convento Frei Valdecir Schwambach. Antes da celebração, Frei Alexandre Rohling presidiu o momento devocional franciscano, no terceiro dia do Oitavário da Festa.

O sol forte coloriu o Campinho com sombrinhas e, quem chegou primeiro, procurou um lugar à sombra das árvores. Tudo para estar mais perto de Deus e da sua Mãe, como ilustrou bem Dom Sevilha. “Aqui, nesse lugar, Deus não está mais perto de nós, porque ele está sempre perto. Aqui, neste lugar, Nossa Senhora não está mais perto de nós, porque ela está sempre perto de nós. A diferença é que nós estamos mais perto de Deus e de Maria Santíssima”.

Dom Sevilha destacou, na sua homilia, a partir da Palavra de Deus, perguntas que nos interrogam e nos provocam. “É natural o ser humano fazer perguntas: ele quer entender, ele quer respostas”, disse o ex-provincial dos Carmelitas, recordando que conviveu com um confrade seu eremita que morreu já com a idade bem avançada. “Quando fomos recolher suas coisas, alguns livros na maioria, encontrei no meio do livro de orações um santinho com uma frase: ‘Vou para Deus e diante Dele não haverá mais perguntas’. Nunca me esqueci desta frase”, revelou, frisando que no céu tudo estará respondido, mas para chegar lá há um caminho cheio de perguntas e interrogações.

 Dom Sevilha citou a 1ª leitura, quando os judeus perguntam aos apóstolos, depois de ouvirem a pregação de Pedro: ‘Irmãos, o que devemos fazer?’ Segundo o bispo, trata-se de uma pergunta simples e importantíssima. “O que devemos fazer? Essa pergunta nós queremos fazer a Deus hoje. O que devemos fazer? Isto é: como viver, o que fazer na vida, como conduzir a sua vida, como viver nesse mundo, como se comportar, qual é o sentido da vida, qual o sentido da nossa existência? E a resposta de São Pedro foi muito clara: convertei-vos. Isto é, mude para melhor. O que nós temos que fazer na vida: mudar e, continuamente, ir melhorando”, reforçou.

Para Dom Sevilha, isso é ser discípulo, é seguir Jesus. “É ser cristão, e cada dia procurando imitá-lo. Mas imitar Jesus, sobretudo, no seu amor, na sua bondade, no perdão. Fazer o bem. O cristão é aquele que faz o bem sem olhar a quem. Só faltaria aqui um advérbio para completar esta frase: fazer o bem sempre sem olhar a quem. Fazer o bem de vez em quando todo mundo faz. Todo mundo de vez em quando tem um ataque de bondade, não é? Sobretudo quando interessa. Quando o marido que começa a ficar bonzinho,  a mulher desconfia. O filho adolescente que aparece muito bonzinho, pai e mãe já desconfiam. É bondade interesseira. Fazer o bem para quem merece é fácil. Fazer o bem para quem não merece, aí, sim, isso é do cristão”, ensinou.

Outras perguntas do dia vieram do Evangelho, quando Maria Madalena chorava no sepulcro onde Jesus foi colocado. Aí vem a pergunta de Jesus: ‘Mulher, por que choras? A quem procuras?’ E Dom Sevilha perguntou: “Esta pergunta queremos ouvir de Jesus para cada um de nós. O que você está procurando? O que você está procurando quando você veio aqui hoje, nesta Missa do Oitavário, aqueles que estão nos ouvindo pelas rádios América e Líder, o que vocês estão procurando? Ou em outras palavras, o que você quer? Quais são os desejos do seu coração?”, questionou.

“Caros irmãos e irmãs, o ser humano busca a felicidade; o ser humano busca o amor; o ser humano busca, em última instância e primeira instância, a Deus. Quem encontra Deus vai encontrar o amor e a felicidade. Quem não encontrar Deus vai ficar buscando amores e buscando felicidades. Buscando amor e mendigando amor das pessoas. Um mendigo afetivo. Mendigando as migalhas do amor das pessoas. E procurando a felicidade em coisas materiais”, diz o bispo, lembrando que Maria Madalena, pelo contrário, dá um grande exemplo de fé não desistindo de procurar o seu Senhor. “Portanto, perseverai na sua busca, no seu crescimento, no seu caminhar. Você não está sozinho nesta busca”, frisou.

E, segundo Dom Sevilha, depois de ver o Senhor, Maria Madalena corre para contar aos discípulos, como uma verdadeira discípula e missionária. “Ela foi procurar os apóstolos para dizer: ‘Eu vi o Senhor!’. Ela foi lá dizer o que encontrou. O problema nosso na Igreja é que dizemos ter fé mas falamos de coisas que não vimos. Esta mulher vai falar sobre o que ela viu: ela se encontrou com Jesus. Às vezes, nós falamos de Deus na família, mas de repente você não se encontrou com Ele. Vai falar daquilo que não viu? Obviamente, aqui, é ver com os olhos da alma. É aquela certeza interior, que Ele é o meu tudo. Caros irmãos e irmãs, quando na sua vida você conseguir dizer: verdadeiramente Deus é tudo para mim, quando você conseguir dizer no seu coração, não de boca para fora, mas quando lá dentro de você tiver essa certeza – Deus é tudo para mim -, aí você já encontrou todas as respostas para a vida. Não precisa perguntar mais nada. Tudo é graça. Aí você será feliz, aconteça o que acontecer na sua vida, você vai dizer como nossa Mãe Maria Santíssima: ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra!'”, completou.

 Terceiro dia do Oitavário – Depois da acolhida dos fiéis, sempre com o canto “Seja bem-vindo”, Frei Florival Mariano de Toledo garantiu a animação do momento devocional franciscano com cantos marianos e Frei Alexandre presidiu esta celebração. O texto escolhido para a reflexão “Revisitando o Concílio” foi tirado do documento “Sacrosanctum Concilium” (Sacrossanto Concílio) que fala sobre a Liturgia: “Deseja ardentemente a Mãe Igreja que todos os fiéis sejam levados àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige e à qual, por força do Batismo, o povo cristão, ‘geração escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo da conquista’, tem direito e obrigação.” (SC 14)

Em seguida, foi cantada a Ladainha a Nossa Senhora, feita uma súplica e a oração final à Virgem da Penha.

Amanhã (3/4), o quarto dia do Oitavário, a celebração eucarística estará sendo preparada pela Área Benevente.

Na galeria de fotos abaixo, o momento devocional franciscano vem em primeiro lugar e, na sequência, a celebração eucarística a partir das fotos da  procissão de entrada.

[nggallery id=35]

Posts Relacionados

Facebook

Instagram

Últimos Posts

X