Paz e Bem!
Toda sexta-feira conhecemos um pouco da história e da religiosidade do povo capixaba, que, há mais de quatro séculos e meio, expressa sua devoção à Virgem Padroeira, invocada sob o título de Nossa Senhora das Alegrias da Penha. Hoje vamos conhecer um pouco mais do acervo museológico do Convento da Penha, um dos mais antigos e importantes do Estado.
Com o objetivo de manter a preservação e a divulgação desse acervo e graças a diversos voluntários, o Convento da Penha através da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil realizou o projeto Tratamento Técnico do Acervo Museológico do Convento da Penha. Para divulgação deste acervo e do projeto, foi criado o site www.patrimonioconventodapenha.com.br.
O projeto é uma parceria com a Lei Aldir Blanc, o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), e o Ministério do Turismo, do Governo Federal. São 570 peças (cerca de 50% do total do acervo do Convento), entre esculturas e pinturas religiosas; mobiliário e objetos litúrgicos variados, datados a partir do século XVI e de grande valor histórico, sob a responsabilidade da museóloga Maria Clara Medeiros Santos Neves, foram identificadas por meio de um inventário técnico. As peças foram tratadas com higienização e armazenamento em Reserva Técnica e digitalizadas por processo fotográfico. Além disso, várias peças fragmentárias tiveram suas partes reunidas e aguardam restauração.
Desta forma, foi possível dimensionar o acervo quantitativa e qualitativamente, proporcionando acesso ao conteúdo informacional de cada item, para facilitar a comunicação entre a instituição e o público interessado, o que se concretizou pelo site do projeto. De acordo com os organizadores, pretende-se, em um futuro próximo, organizar exposições presenciais e tour virtual para a visualização do conjunto do acervo.
No que se refere à preservação, o trabalho incluiu organização do acervo e dos espaços de trabalho; preparação de Reserva Técnica; avaliação do estado de conservação, identificando-se as necessidades de cada peça para oferecer as melhores condições de preservação física por higienização; e adequado acondicionamento e armazenamento em Reserva Técnica, trabalho que esteve a cargo do conservador Celso Adolfo Salles Ramos.
Parte dos trabalhos foi acompanhada pelo Frei Róger Brunorio, museólogo e coordenador do Departamento dos Bens Culturais da Província Franciscana da Imaculada. Ele veio conhecer e dar apoio aos projetos culturais que estão acontecendo no Convento: os inventários museológico e arquivístico. Segundo ele, “o tratamento técnico do acervo museológico do acervo móvel e integrado do Convento é um trabalho importante e necessário para preservação da história dos franciscanos e da religiosidade do Espírito Santo. A inventariação do acervo é importante para a pesquisa, para preservação e divulgação adequada de todas as peças”. explica.
Frei Róger ainda relata como é o espaço chamado de “reserva técnica” onde ficam guardados os bens móveis. “As peças foram acondicionadas adequadamente num espaço, a reserva técnica. Na medida do possível ao longo do ano esse acervo será exposto a partir de exposições temporárias e temáticas, e é nessas ocasiões que os visitantes terão acesso a ele”, finaliza.
O Museu do Convento
Situado ao final da ladeira do Convento da Penha, ao lado da Sala dos Milagres, em construção denominada como Casa dos Romeiros, cuja pedra fundamental é datada de 1650, o Museu possui área de exposição de 80m² destinada ao acervo histórico do Convento.
O Museu de Nossa Senhora da Penha foi criado originalmente em 1952 pelo então guardião do Convento, Frei Alfredo W. Setaro. Em 1997 um novo projeto foi desenvolvido em parceria com o IPHAN, com implantação e inauguração em 2000, quando era guardião Frei Geraldo A. Freiberger.
Ele está vinculado ao Convento da Penha, o mais importante monumento do Espírito Santo, e sua principal missão é proteger e valorizar o acervo histórico institucional, contribuindo como mais um atrativo na integração do Convento ao circuito cultural de nosso Estado.
No momento encontra-se fechado, aguardando reformulação.
O Acervo do Convento
O acervo museológico foi formado ao longo dos mais de 400 anos de existência do Convento. São cerca de 800 itens constituídos de bens móveis de diversas categorias, materiais e técnicas. Em termos de categorias, compreende esculturas e pinturas religiosas; vestuário, alfaias e objetos litúrgicos; objetos votivos (ex-votos); objetos de iluminação; e mobiliário. E termos de materiais, são constituídos predominantemente de madeira e metais.
O Projeto de Tratamento Técnico
O Projeto habilitado por meio de Edital de Chamamento Público da Lei Aldir Blanc, começa a se concretizar por meio de assinatura de Termo de Colaboração assinado pela Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, responsável pela administração do Convento da Penha, e pela Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.
Conforme Plano de Trabalho, 500 peças do acervo serão submetidas ao Tratamento que compreende Inventário Museológico, Higienização, acondicionamento e Armazenamento em Reserva Técnica. O prazo para a realização do Projeto é de três meses, findando-se em 01/09/2021.
O acervo de bens móveis do Convento conta com cerca de 800 itens de pequeno e médio portes. Levando-se em consideração o prazo de que se dispõe para a execução e, também, o alto custo dos serviços especializados, optou-se, como proposta inicial, por submeter 500 peças ao tratamento.
A proposta de tratamento técnico-documental do acervo museológico do Convento da Penha compreende a realização de PESQUISA E INVENTÁRIO para musealização e patrimonialização pela decodificação e registro sistematizado do conjunto de informações intrínsecas e extrínsecas de cada item, como identificação de características, topografia e estado atual de preservação e de conservação que serão registrados em Ficha de Inventário e Ficha de Conservação elaboradas e assinada por museólogo e Conservador.
Esse tratamento, conduzido por um Museólogo e um Assistente com experiência, além de valorizar o acervo, proporcionará as condições necessárias à sua preservação, conservação e ampla comunicação com o público, seja por meio de exposições físicas no Museu do Convento, seja por meios virtuais. O trabalho de pesquisa se baseará na consulta a documentações pré-existentes e contará com a ajuda de integrantes da comunidade do Convento, como frades, funcionários, frequentadores, voluntários entre outros indivíduos que de alguma forma possam contribuir com informações confiáveis.
Os procedimentos de CONSERVAÇÃO, conduzidos por um Conservador e dois Assistentes com experiência, compreendem higienização, acondicionamento/embalagem e armazenamento em Reserva Técnica em mobiliário adequado. Após o processo de inventário preliminar, o trabalho de conservação se processará considerando-se as necessidades e especificidades de cada item, seja pela composição, seja pela técnica de produção, seja pelo estado de conservação.
Outra etapa importante da proposta é a DIGITALIZAÇÃO fotográfica, visando compor um banco de imagens que complementará o Inventário e atenderá às necessidades de preservação, assim como o monitoramento futuro do estado de conservação e as atividades de divulgação. Para isso foi contratado serviço especializado de fotografia, utilizando-se equipamento e procedimentos que seguem as normas pré-estabelecidas para esse tipo de serviço, tendo em vista alcançar o resultado almejado.
Com informações do site: secult.es.gov.br