Pobreza e solidariedade marcam reflexões e debates no Capítulo Provincial

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Nesta manhã de sexta-feira, 8 de novembro, quinto dia capitular, as atividades começaram com o café da manhã, às 7h, e em seguinte a Santa Missa, que marcou a celebração da memória do Bem-aventurado Duns Scotus. Às 9 h, os frades seguiram para a Sala Capitular, dando continuidade às discussões sobre as próximas vivências da Fraternidade Provincial.

Nesta manhã a reflexão motivacional foi conduzida pelo Frei Tiago Gomes Elias, que abordou a temática da Solidariedade, partindo da sua experiência com os mais necessitados, campo no qual ele tem atuado nos últimos anos.

A imagem do lobo de Gubbio, à luz dos Fioretti, em que São Francisco de Assis conversa e procura fazer estabelecer a paz e o bem entre a cidade de Gubbio e o lobo feroz, iluminará a meditação do Frei Tiago Elias. Esta cena do diálogo perpassa a imagem de solidariedade, entendida como “forma mais simples e concreta de humildade”. Ou melhor, “abaixar-se para olhar no olho do lobo e compreender sua violência é, já, o início da reversão do atual momento de nossa sociedade embriagada de si mesma, de suas certezas e meritocracias…”

O diálogo com o lobo de Gubbio mostra também que fazemos parte desta Casa comum: “Fratelli Tutti” e, somos todos responsáveis. É neste sentido que a caridade de Francisco era tão grande a ponto de a todos querer se doar e salvar. É o “irmão da natureza e amigo do Senhor”, aquele que gritou aos “homens surdos o respeito pela paz” e bem, e que pediu liberdade para as aves cantarem sem serem chagadas, a natureza crescer imaculada e, “os homens viverem a Fraternidade”, ou seja, partirem e repartirem o pão, e assim todos louvarem o Senhor do Universo.

Em seguida, às 9h30, os frades se reuniram para as plenárias, com esclarecimentos sobres os assuntos dos Eixos de Formação e Estudos, discutidos na quinta-feira, 7 de novembro. E, a partir das 11h, as discussões serão feitas entre os grupos sobre Eixos Temáticos da Economia Administração dos Bens.

A administração da economia e dos bens comuns é um elemento muito importante para a Espiritualidade Franciscana. Os bens (dinheiro, residências dos frades, TVs, Rádios, Editora de livros etc.) que os frades possuem são patrimônio da Província, pertencente à Fraternidade Provincial, destinado para o uso da Fraternidade local, a fim de que esta possa cumprir melhor a sua missão de evangelizar. Mas, a cada triênio este patrimônio fica sob os cuidados de uma nova Fraternidade que os administra. Consequentemente, “o cuidado com este patrimônio, sua preservação e boas condições também são expressões do voto de pobreza, pois traduzem o bom uso por um tempo determinado, sem se apossar dele, até ser confiado a outros irmãos”.

Coincidentemente, o Evangelho proposto para hoje aborda esta realidade da administração dos bens. No Evangelho de São Lucas (16,1-8), Jesus conta a parábola de um homem rico que tinha um administrador que foi acusado de prodigalizar os seus bens. “Ele o chamou e disse: Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens. O administrador então começou a refletir: O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonhaEste administrador teve uma atitude brilhante “chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão, e perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu patrão? Ele respondeu: Cem barris de óleo!’ O administrador disse: Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!” E, foi elogiado pelo seu patrão: “E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza”.

O caso do administrador desonesto não é o nosso caso. Não precisamos agir com esperteza. Entretanto, é uma atitude que nos questiona. Por isso, é preciso rever nossa maneira de usar os bens comuns. Com efeito, as grandes inquietações dos capitulares são:

  • Quais seriam as considerações do Capítulo em relação ao caixa comum?
  • O que o Capítulo Provincial indica para os Capítulos Locais, a fim de que o caixa comum, expressão do nosso carisma, possa superar possíveis desafios do dia a dia, caso ainda se façam presentes?
  • Haveria algo mais a fazer para aprimorar a prática do Caixa comum?

Para responder tais inquietudes os capitulares serão ajudados pelas divisões dos eixos e seus devidos moderadores: Comissão das Obras, com Frei Alex Sandro Ciarnoscki; Administração Diária, com o Frei Roger Strapazzon e Administração Franciscana, sob a responsabilidade do Frei Robson Luiz Scudela.

As discussões sobre esta temática continuarão no período da tarde nas Salas Temáticas, com os seus devidos Grupos. O término dos trabalhos de discussão está previsto para 16h e, às 18h30, “como cidadãos do céu” (Fl 4,20), enquanto “o dia já declina, a tarde traz ocaso, o sol vai morrendo e deixando o mundo às trevas”, por meio das oração das Vésperas louvaremos o autor da luz: Deus. Por fim, finalizando as atividades do dia, às 20h30, teremos as prévias para eleições de Definidores, o novo conselho do Ministro provincial que será eleito no domingo para atuar no próximo triênio.


Frei Elias Hebo Luís e Frei Rodrigo da Silva Santos

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