Paz e Bem!
Uma noite histórica marcada na vida de milhares de pessoas. Um encontro repleto da presença franciscana. Uma sexta-feira memorável e maravilhosamente linda. Assim foi a Celebração do Perdão de Assis, no Convento da Penha em Vila Velha, Espírito Santo. A Capelinha de São Francisco se tornou a própria Porciúncula, os fiéis no Campinho, como seguidores de Francisco de Assis em Santa Maria dos Anjos.
Hoje é dia de #tbt e dia de celebrar Santa Clara de Assis, a companheira da São Francisco, fundadora da Ordem das Clarissas, por isso vamos relembrar a caminhada penitencial do Perdão de Assis realizada no dia 5 de agosto.
Há 806 anos, a partir da pequena igreja de Nossa Senhora dos Anjos, os irmãos e irmãs se dispuseram a superar os desafios e a sair pelo mundo anunciando o perdão, o amor, a fraternidade, a paz e o bem. Naquela ocasião, Jesus atendeu o ousado pedido de Francisco: “Irmãos, quero levar-vos ao Paraíso!”. Hoje, o pedido foi renovado e a graça abundante foi derramada sobre mais de 3 mil pessoas que participaram presencialmente da celebração franciscana.
No início da noite os primeiros fiéis começaram a chegar nas proximidades da Igreja do Rosário, na Prainha, em Vila Velha, paróquia onde também há presença franciscana. Foram acolhidos pela equipe de música que introduziu canções orantes, propiciando um clima de interiorização e de espiritualidade. Na sequência, por volta de 19h30, as duas fraternidades começaram as preces.
Frei Djalmo iniciou explicando as etapas para receber o “Perdão de Assis” propriamente; um caminho que passou pela oração, meditação, experiência de misericórdia e acolhida ao perdão divino. Na sequência foi a ve da exortação do Frei Vanderlei: “a celebração do Perdão de Assis, que normalmente acontece no dia 02 de agosto, tornou-se tradicional para uma multidão de pessoas que anualmente se dispõe a rezar conosco. Todos que estão aqui, que se reuniram para rezar e proclamar a sua fé, são agraciados com o dom de Deus. Dom que nos ergue do chão, dom que cura as nossas feridas, dom que ilumina as nossas vidas”.
E completou: “para nós franciscanos de hoje; do estado do Espírito Santo; assim como, para os franciscanos do mundo inteiro; a Festa da Porciúncula, ou Santa Maria do Anjos, que celebramos, e fazemos memória no dia 02 de agosto, nos remete ao vigor das origens do Movimento Franciscano, pois foi a partir da pequena igreja de Santa Maria dos Anjos que Francisco e seus primeiros frades, se dispuseram a vencer os desafios de sair pelo mundo a anunciar o perdão, a paz e o bem!”.
Tudo foi preparado por uma equipe de voluntários do Convento e da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha. Quando iam chegando, eram acolhidos e refletiam, como revisão de vida, com os cantos “Doce é Sentir”, “Onde Reina o Amor” e “Ó Luz do Senhor”.
A encenação preparada pelos jovens paroquianos do Rosário deu sequência à celebração. O jovem Mateus Maretto interpretando São Francisco, encenou o encontro com Santa Clara (interpretada pela jovem Luana Ferreira Reis) diante da Cruz de São Damião.
Logo após a primeira encenação, foi feita a proclamação do Evangelho de Mateus 18,21-35 e a exortação feita pelo Frei Djalmo Fuck. “O perdão é, acima de tudo, aquele a ser dado a nós mesmos, pelo tempo vivido mal, pela pressa e pelas oportunidades perdidas. Frequentemente percebemos a bondade de uma coisa, quando a perdemos, quando ela não existe mais. E é muito triste viver de oportunidades perdidas! Perdoar-nos por aquilo que negligenciamos ou vivenciamos de maneira superficial e também perdoar a forma como tratamos a Criação, obra da bondade infinita de Deus. Ou a não acolhida com que tratamos quem é diferente de nós, tendo em vista que se as diferenças podem gerar conflitos, mas a uniformidade gera asfixia, então é mais bonito enfrentar e buscar juntos o valor de um encontro”, iniciou.
“O perdão é um exercício, uma construção e uma conquista diária. Ninguém nasce perdoando, aprendemos a perdoar. Perdão é sim um dom de Deus, mas também uma conquista do ser humano. Dentro de casa, pai e mãe nos ensinam a pedir desculpas, a perdoar desde pequenos. Perdão é colocar-se no lugar do outro, a abaixar-se no caminho, de quem está caído à beira da estrada. Erguer o caído, oferecer ajuda, curar as feridas! Perdão é grandeza de alma. Só os fortes perdoam! Perdão é força do recomeço!”, lembrou Frei Djalmo.
Clique aqui para ler a reflexão na íntegra.
A Celebração se fez também litúrgica e não apenas representação, afinal aos que rezaram no Campinho e na internet, estava reservada a Reconciliação, o perdão dos pecados. Assim que os fiéis professaram publicamente a fé na oração do Credo, o rito de perdão foi iniciado. Todos renovaram as Promessas Batismais, em seguida, a absolvição e a aspersão com água benta.
Gesto concreto
Além da retomada das atividades presenciais do “Perdão de Assis”, neste ano, os fiéis puderam doar alimentos para famílias carentes. O país vive novamente o cenário da fome e não é muito distante, isso porque na própria paróquia do Rosário, no Centro da cidade de Vila Velha, há muitas famílias que não têm o básico. Diante disso, o Convento da Penha e a Paróquia do Rosário realizaram arrecadação de alimentos para a campanha paroquial de assistência e combate à fome.
De acordo com membros da coordenação da comunidade Nossa Senhora do Rosário, mais de 516kg de alimentos foram recebidos nas doações dos fiéis no dia do evento.
Confira algumas registros fotográficos (de Gabriela Spalla, Antônio Pereira e Mateus José Borsoi)