Papa Francisco: sacerdócio não é carreira, é serviço

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Paz e Bem!

No 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Francisco presidiu a Missa com a ordenação sacerdotal de nove diáconos na Basílica de São Pedro. Ele recomendou aos novos sacerdotes viver o estilo de Deus de proximidade, compaixão e ternura, recordando que o sacerdócio “não é uma carreira, mas um serviço”.

Missa com ordenações sacerdotais na Basílica de São Pedro

No Altar da Confissão da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco conferiu o ministério sacerdotal a nove diáconos, na presença de várias centenas de fiéis, todos usando máscaras, incluindo os novos ordenandos. Concelebraram o cardeal Angelo De Donatis, vigário geral do Papa para a Diocese de Roma, Dom Gianpiero Palmieri, vice-regente de Roma, alguns cardeais, bispos auxiliares, superiores dos seminários onde os novos sacerdotes foram formados ​​e os párocos dos ordenandos.

Sacerdócio não é uma carreira, é um serviço

O Papa, em uma homilia proferida de forma espontânea, convidou os novos sacerdotes a serem pastores, como o Senhor, “é isso o que ele quer de vocês: pastores. Pastores do Santo povo fiel de Deus. Pastores que vão com o povo de Deus: às vezes na frente, no meio, atrás do rebanho, mas sempre ali, com o povo de Deus”, repetiu Francisco, que convidou a superar a linguagem de um tempo que fala de “carreira eclesiástica”. “Isto não é uma carreira: é um serviço, um serviço como o mesmo que Deus fez ao seu povo”, afirmou.

Proximidade, compaixão, ternura

Estas são as três palavras que distinguem o estilo de Deus e que o Papa as examina detalhadamente, entregando aos novos sacerdotes a imitação desse estilo. Ele se detém em particular nas quatro declinações de proximidade: com Deus, na oração, nos Sacramentos, na Missa.

“Falar com o Senhor, estar próximo do Senhor”, esta é a preocupação do Papa, que recorda que o Senhor se fez próximo de nós em seu Filho. E que esteve próximo no caminho de discernimento vocacional dos ordenandos, “mesmo nos maus momentos do pecado: ele estava lá. Proximidade. Estejam próximos do santo povo fiel de Deus, mas antes de tudo perto de Deus, com a oração”. E diz: “Um sacerdote que não reza lentamente apaga o fogo do Espírito em seu interior”.

Missa com ordenações sacerdotais na Basílica de São Pedro

Sejam colaboradores do bispo

“No bispo tereis a unidade”, esta é a principal razão pela qual é importante permanecer firme com o seu bispo. “Vós sois colaboradores do bispo”, diz o Papa, que recorda um episódio de muito tempo atrás: “Um sacerdote teve a infelicidade – digamos assim – de me fazer escorregar. A primeira coisa que tive em mente foi chamar o bispo. Mesmo nos momentos difíceis, chama o bispo para estar perto dele”. O Papa sublinha a paternidade espiritual do bispo, a quem se confiar com humildade.

Missa com ordenações sacerdotais na Basílica de São Pedro

Não cair na fofoca

O Papa sugeriu um propósito para este dia: nunca falar pelas costas de um irmão sacerdote. “Se vocês tiverem alguma coisa contra o outro – disse Francisco – sejam homens (…), vão lá e digam na frente”. E enfatizou mais uma vez a nunca falar pelas costas. “Não sejam fofoqueiros. Não caiam na fofoca” e recomendou a unidade: no Conselho Episcopal, nas comissões, no trabalho.

Missa com ordenações sacerdotais na Basílica de São Pedro

Sacerdotes de povo, não clérigos de Estado

“Nenhum de vocês estudou para se tornar sacerdote. Vocês estudaram ciências eclesiásticas”, continou Francisco, dirigindo-se novamente aos ordenandos. “Vocês foram eleitos, tirados do povo de Deus”. E cita as palavras do Senhor a Davi: “Eu te tirei de trás do rebanho”. Então, convida a não se esquecerem de onde vieram: “de sua família, de seu povo. Não percam o faro do povo de Deus”.

O Santo Padre também cita o apóstolo Paulo que disse a Timóteo para se lembrar de sua mãe, sua avó, das próprias origens.  O autor da Carta aos Hebreus diz: «Lembrai-vos daqueles que vos introduziram na fé». Francisco deixa com clareza este convite: “Sejam sacerdotes de povo, não clérigos de Estado!”.

Missa com ordenações sacerdotais na Basílica de São Pedro

Não fechar o coração aos problemas das pessoas

O Papa exorta os sacerdotes a “perderem tempo ouvindo e consolando”, e a serem dispensadores do perdão de Deus, que nunca se cansa de perdoar. Usar a “terna compaixão, de família, de pai, que faz sentir que tu estás na casa de Deus”: é o estilo que o Papa deseja aos padres, na recomendação de não serem “galgadores”, perseguindo o orgulho do dinheiro. “Sacerdotes, não empresários”, repete o Pontífice, convidando-os a não terem medo: “Se tiverem o estilo de Deus, tudo irá bem”.

Fonte: Antonella Palermo – Vatican News

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