“Que a cruz de Cristo seja a bússola que nos orienta no caminho da plena unidade”, palavras do Papa Francisco a uma delegação de jovens sacerdotes e monges das Igrejas Ortodoxas Orientais recebidos em audiência nesta sexta-feira (03/06) no Vaticano.
Paz e Bem.
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (2 Cor 13,13). Com estas palavras de São Paulo o Papa Francisco saudou a delegação de jovens sacerdotes e monges das Igrejas Ortodoxas Orientais recebidos em audiência nesta sexta-feira (03/06) no Vaticano.
Em seguida o Papa disse estar feliz por recebê-los na véspera da solenidade de Pentecostes que, de acordo com o calendário latino, cai neste próximo domingo (05/06). E disse que gostaria de oferecer quatro breves pensamentos que a festividade de Pentecostes que lhe inspiram sobre “a unidade total pela qual ansiamos”.
Unidade é dom e harmonia
“O primeiro pensamento é que a unidade é um dom, um fogo que vem do Alto” afirma. Todavia, advertiu:
“A realização da unidade não é primariamente um fruto da terra, mas do Céu; não é nem mesmo o resultado de nossos esforços e acordos, mas da ação do Espírito Santo, a quem devemos abrir nossos corações com confiança para que nos conduza pelos caminhos da plena comunhão. A unidade é uma graça, um dom”
Ao falar sobre o segundo ensinamento de Pentecostes o Papa afirmou: “a unidade é harmonia”. E explica:
A unidade é harmonia na diversidade dos carismas despertados pelo Espírito. Porque o Espírito Santo ama despertar tanto a multiplicidade quanto a unidade, como em Pentecostes, onde as diferentes línguas não foram reduzidas a uma só, mas assimiladas em sua pluralidade. A harmonia é o caminho do Espírito, porque Ele mesmo, como diz São Basílio, o Grande, é a harmonia.
Unidade é caminho e missão
“O terceiro ensinamento do Dia de Pentecostes – continua – é que a unidade é um caminho”. “Não é um projeto a ser escrito, não é feito na imobilidade, mas no movimento, no novo dinamismo que o Espírito, a partir de Pentecostes, transmite aos discípulos. É feito à medida que caminhamos: cresce na partilha, passo a passo, na disponibilidade comum de acolher as alegrias e as fadigas da viagem, nas surpresas que surgem ao longo do caminho”. Depois de recordar que Santo Irineu se expressou como “uma caravana de irmãos” o Papa disse:
“Nesta caravana, a unidade cresce e amadurece, o que – no estilo de Deus – não chega como um milagre improvisado e surpreendente, mas na partilha paciente e perseverante de uma caminhada feita juntos”.
Por fim Francisco falou sobre o quarto ensinamento de Pentecostes. Disse que a unidade não é simplesmente um fim em si mesma, mas está ligada à fecundidade do anúncio: a unidade é para a missão.
“Em Pentecostes a Igreja nasce missionária. E hoje o mundo ainda está esperando, mesmo sem saber, para aprender sobre o Evangelho da caridade, da liberdade e da paz que somos chamados a testemunhar juntos, não uns contra os outros ou longe uns dos outros”
O Papa conclui com um agradecimento:
“Obrigado por todas as sementes de amor e esperança espalhadas, em nome do Crucificado Ressuscitado, nas várias regiões ainda marcadas, infelizmente, pela violência e pelos conflitos muitas vezes esquecidos”. Recordando ainda: “Que a cruz de Cristo seja a bússola que nos orienta no caminho da plena unidade”.
“E por isso coloco idealmente nos braços da cruz, no altar da unidade, as palavras que queria compartilhar com vocês, quase como quatro pontos cardeais de plena comunhão, que é dom, harmonia, caminho, missão”