Neste tempo, duas lições: “reconhecer Deus como nossa fonte e princípio; e aprendermos a adorá-lo”

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Paz e Bem.

Depois de um longo período sem a tradicional Missa da Saúde no Campinho, idosos, pessoas com mobilidade reduzida e gestantes em avançado estágio, puderam novamente participar da Celebração da Eucaristia aos pés do Santuário de Nossa Senhora da Penha. É que nos últimos dias, sobretudo nas quatro últimas quartas-feiras, as chuvas impediram a realização de Missa no Campinho. Por isso, na tarde de ontem (14) houve um ‘reencontro’ dos devotos com a Mãe das Alegrias.

Fazendo memória de São João da Cruz, frade carmelita, presbítero e doutor da Igreja; cerca de quatrocentos fiéis rezaram com Frei Robson de Castro, que presidiu a Missa, e com o angolano Frei Alberto Gamba. O jovem frade foi responsável pela acolhida aos romeiros presentes e aos devotos que rezavam pela internet (que vale ressaltar o aumento expressivo de espectadores simultâneos). “Paz e Bem! Quero acolher a todos os que estão presentes, aqueles que nos acompanham nas redes sociais. É com grande alegria que estamos aqui celebrando neste dia, esta Eucaristia, em que a Igreja celebra a memória de São João da Cruz, presbítero da Ordem dos Carmelitas… E com fé, com as intenções que cada um trouxe dentro de si, vamos colocar todos no Altar do Senhor, vamos dar início a nossa Santa Missa”, iniciou Frei Alberto.

Na sequência da Liturgia, após os Ritos Iniciais e a Liturgia da Palavra, Frei Robson começou a homilia lembrando a importância do tempo que estamos vivendo, o Advento. “Estamos acompanhando Nossa Senhora durante esses momentos, nessas últimas duas semanas em que ela está prestes a dar a Luz o Seu Filho Primogênito, queremos acompanhá-la para que na Noite Santa do Natal ela não se sinta e não se encontre totalmente sozinha, como foi a primeira vez em que nem ela, nem São José encontraram lugar na hospedaria na cidade de Belém e Deus reservou para ela aquela gruta junto aquele estábulo para poder dar a luz… E neste Natal nós queremos abraçá-la, acolhe-la, beija-la, tomar o seu filho recém nascido ao colo para adorá-lo como nosso Deus e Senhor. Portanto, milhares e milhões de pessoas se reunirão em casa, nas paróquias, nas capelas e em torno do presépio e do altar, vamos acompanhá-la neste momento que é o momento mais sagrado da vida dela e de qualquer mulher que venha ao mundo, que é o momento de dar a luz ao seu filho”, recordou.

Frei Robson descreveu Maria como uma jovem camponesa e disse que Deus a preparou para que ela pudesse ser a Mãe do Redentor. “Porque Nossa Senhora, depois do anúncio do anjo, ao saber que sua prima Isabel estava grávida de seis meses, porque ela corre apressadamente até a cidade de Judá? Para lá estar e acompanhar os últimos meses da gravidez de Isabel, que vai dar a Luz a João Batista. Aquela menina de 14, 15 anos, camponesa, provavelmente analfabeta, esteja toda atenta de corpo e de alma prestando atenção no momento sublime na vida de uma mulher que é o momento de dar a luz. Deus a prepara para o nascimento de seu Filho Jesus. Vejam como Deus é sábio! Ele sabia que Nossa Senhora e São José não encontrariam lugar na hospedaria, não teriam mãos humanas para ajudá-la, por isso ele a prepara para a Noite Santa do Natal”, disse o frade.

Ainda na reflexão, Frei Robson fez referência ao termo “adoração” para explicar que muitas vezes “adoramos” as pessoas sendo que na verdade deveríamos adorar a Deus. “É difícil vivermos essa realidade espiritual que se chama adorar. Nós adoramos nossa família, nossos pais, os pais adoram seus filhos; adoramos as outras pessoas, tem gente que adora os padres, tem gente que adora isso… Agora, adorar a Deus é que deveria ser nossa verdadeira adoração. O que é adorar a Deus? Reconhecê-lo como Criador, colocar-me como criatura e abrir meu espírito, minha alma para servi-lo. Por isso Jesus vai dizer para a samaritana: ‘os verdadeiros adoradores deverão adorar a Deus em espírito e vida’, o que significa isso? Abrir-se a Deus para fazer a vontade Dele nesta vida. Essas duas lições precisamos aprender nesta vida: reconhecer Ele como nossa fonte e princípio; e depois aprendermos a adorá-lo. As outras pessoas a gente ama, quer bem, a gente ajuda, mas adorar só podemos adorar a pessoa de Deus”, afirmou.

O celebrante fez um comentário do Evangelho (Lucas 7,19-23). “João Batista tem dúvidas se Jesus é realmente o Messias ou não. Para os judeus, o Messias seria aquele que haveria de reconstruir, restaurar o reino de Israel, mas é um reino humano, de pessoas. O reino que Jesus vem trazer não é um reino humano, é um reino que pertence a Deus e está nos céus… O reino que Jesus vem instaurar é um reino espiritual…”, logo depois, completou: “poucas são as pessoas que conseguem encontrar a paz, porque ou estão guerreando contra Deus, ou contra si mesmo porque não se aceita do jeito que é, ou contra as outras pessoas, principalmente num tempo em que nós não temos paciência para mais nada. O primeiro pensamento que vem a mente com muita força, volúpia, nós logo despejamos sobre os outros e aqui acontecem erros, mal-entendidos e brigas”.

Por fim, Frei Robson deixou um conselho para pacificar as relações atuais cotidianas. “O que precisamos fazer para superar nossas frustrações? Esperar, descartar esse primeiro pensamento carregado de emoções e deixar que surja um outro pensamento carregado de inteligência, bom senso e sabedoria”, concluiu.

Confira a reflexão na íntegra abaixo:


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