Neste dia 29, Ordem Franciscana celebra 800 anos da Regra e festa de Todos os Santos da Ordem Seráfica

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Painel da igreja da Pontificia Università Antonianum em Roma

Este ano, no dia 29 de novembro, a Festa de Todos os Santos da Família Franciscana coincide com o 800º aniversário da aprovação da Regra Bulada da Ordem pelas mãos de Honório III. “Os seus santos filhos – lemos no Missal Seráfico – de primeira, segunda e terceira Ordem, pertencem a todas as condições sociais e a todos os povos. Há mártires, médicos, sacerdotes, religiosos, leigos, virgens, mulheres santas… Uma imensa multidão reuniu-se em torno do grande Pobrezinho, “portador do sinal do Deus vivo”.

800 anos em que tantas mulheres e homens compartilharam e viveram o projeto de Francisco, acolhendo a Deus sem reservas, observando o Evangelho na obediência, sem nada de próprio e em castidade, transformando-se em pessoas capazes de amar generosamente o próximo.

São Boaventura escreve em sua “Apologia pauperum”, após uma breve explicação das Bem-Aventuranças:

“[…] Francisco, patriarca dos pobres, que propõe no início da sua Regra os três pedras angulares da vida religiosa: ‘A Regra dos Irmãos Menores consiste em viver o Santo Evangelho de Jesus Cristo, na obediência, pobreza e castidade”. E depois recomenda três outras coisas, que integram e de certo modo completam as anteriores: “Reflitam os irmãos que devem desejar mais do que tudo possuir o espírito do Senhor e agir segundo a sua santa vontade; que devem saber orar a Deus com coração puro e possuir humildade e paciência nas tribulações e doenças; que devem ter uma predileção especial por aqueles que nos perseguem, desprezam e insultam”.

Com esta advertência, Francisco propõe em primeiro lugar a elevação de toda ação em Deus; depois recomenda a aceitação alegre de todas as tribulações e a caridade primorosa e ativa para com o próximo.

Desta forma, o homem perfeito com os três votos crucifica-se ao mundo e com as três recomendações sucessivas conforma-se a Deus, para que com as seis asas seráficas se desapegue para sempre das coisas deste mundo e penetre no divino.

Foi digno que Cristo, na aparição seráfica, tenha impresso os seus estigmas, como selo de confirmação e autenticidade, na carne sagrada deste Pobrezinho, que observou e ensinou a perfeição evangélica na forma mais genuína, para que, no nevoeiro perigoso dos últimos tempos, foi-nos oferecido um sinal claro que iluminava o caminho para a perfeição. Com a condição, porém, de aprendermos a não desejar o que dá honra e prestígio, mas a preferir as coisas humildes e escondidas.

Em virtude do nosso batismo, todos somos chamados à santidade, como nos recorda o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate”; Seguindo os passos de Francisco, de Clara e de todos os santos franciscanos, deixemos que o Espírito Santo nos guie no nosso tempo e transforme tudo o que parece ordinário, ou às vezes descartável, em algo extraordinário e precioso aos olhos de Deus e do próximo.

Boa festa a todos!


Fonte: www.ofm.org

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