Paz e Bem!
Por ocasião da Solenidade do Pai São Francisco, esta manhã, às 7 horas, o Ministro Geral, Frei Massimo Fusarelli, presidiu a Missa no altar-mor da Basílica Menor de São Francisco de Assis.
“Ouvimos o grito de alegria de Jesus, louvando o Pai por revelar, aos pequeninos, qual é o seu plano de amor. Este hino está enquadrado num contexto de crise, por vezes, dramático. Jesus sofreu a rejeição dos líderes do povo e a incompreensão de seus próprios discípulos: seu ministério é radicalmente posto à prova. Louvor e alegria explodiram em crise e rejeição. Não é esta a lógica das bem-aventuranças? A bem-aventurança floresce nas situações humanas mais difíceis”, iniciou sua reflexão o Ministro Geral.
“Nessa lógica “inversa” das bem-aventuranças, ressoa outra palavra de Jesus, pedindo aos cansados e oprimidos que venham até ele. Não fique paralisado no cansaço, mas viva-o como uma oportunidade para dar um novo passo. Afinal, mesmo Jesus na provação de seu ministério não para, mas louva o Pai e chama seus discípulos a segui-Lo. O jugo é o da aliança, que o Senhor oferece ao seu povo como caminho de liberdade, como para trazer refrigério, paz, vida nova”, continuou.
Segundo Frei Massimo, o grito de alegria de Jesus que lemos nesta liturgia nos lembra a história da Perfeita Alegria que Francisco ditou entre os estigmas e sua morte, depois de ter vivido um tempo de provação em sua própria fraternidade e consigo mesmo em relação à sua vocação evangélica. “Na forma de uma narrativa que Francisco dita ao Irmão Leão, o amigo de Cristo anuncia que a glória não está no sucesso mundano, na grandeza da Ordem, no sucesso da missão. A glória, isto é, o abraço de Cristo ao mundo e o nosso a ele na cruz, está em ser rejeitado, expulso, não reconhecido”, ensinou o Ministro Geral.
“A glória está em viver segundo o Evangelho para seguir os passos de Jesus. Não de forma alguma ou reclamando, mas com paciência e sem perplexidade. Assim é a vida segundo as bem-aventuranças!”, ressaltou.
Frei Massimo fala da ameaça de guerra nuclear que paira sobre o mundo. “Esta palavra do Evangelho, que vemos concretizada na vida mansa e humilde de São Francisco, fala-nos com força neste momento dramático da história, em que a paz está muito ameaçada. Percebemos com grande preocupação o que está acontecendo e o que pode acontecer diante de possíveis ataques nucleares. Sentimos fortemente a ameaça às nossas vidas e ao mesmo tempo nossa fraqueza e impotência diante de uma força que sentimos ser tão violenta”, lamentou.
“Esta dolorosa experiência recorda-nos a todos a realidade da morte, como escreveu São Francisco na sua carta às autoridades do povo: o melhor antídoto contra a violência cega da guerra é precisamente a memória da nossa própria limitação e morte, para não acreditamos que somos onipotentes e cedemos a esse instinto. Enquanto muitos perdem a vida por causa de conflitos, lembremos o dom e a vida na lógica da Páscoa de Cristo, e não cedamos ao medo e ao retraimento em nossa vida privada. São Francisco chamou a morte de irmã, o que é odioso para todos e, portanto, abre o caminho para que experimentemos a realidade do fim de uma maneira diferente”, exortou.
“Nesse espírito, São Francisco nos convida a escolher a paz com gestos e palavras concretas para não ceder à cultura da violência e da resignação. Confiamos à intercessão de Francisco, arauto da paz, todos aqueles que sofrem com a guerra, especialmente hoje na Ucrânia, aqueles que atacam e são devorados pelo ódio e pelo medo”, completou Frei Massimo.
Na véspera, o Definidor Geral, Frei César Külkamp, presidiu a Celebração do Trânsito de São Francisco na Basílica de Santo Antônio, na Via Merulana.
Fonte: ofm.org (via portal franciscanos | tradução Moacir Beggo)