Paz e Bem!
As pastorais sociais, movimentos da sociedade civil e pastorais, sindicatos e coletivos e fiéis, vão participar, no próximo sábado (7 de setembro) do 25º Grito dos Excluídos, que será realizado pela primeira vez em Porto de Santana, Cariacica. O evento está sendo organizado pelo Vicariato para a Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória. O movimento é a voz que grita em uma sociedade excludente e gananciosa. Lutando por justiça, direitos iguais, liberdade, acesso à saúde, educação e moradia, milhares de pessoas vão as ruas para clamar por uma sociedade melhor. A participação do franciscano
O Grito dos Excluídos surgiu em 1995, organizado pela Ação Social da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como consequência da Semana Social Brasileira e acontece até hoje por todo o Brasil. O objetivo é dar voz e espaço aos excluídos da e pela sociedade e expôr as situações de exclusão para chamar a atenção do poder público para elas.
Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, do Convento da Penha, é filho da terra, nascido e criado em Porto de Santana. Ele também faz parte do movimento e vai participar. “Como filho desta terra amada e querida, filho de Cariacica, terra onde nasci, Porto de Santana, convoco, convido a todos para este grande momento. É muito bom vermos pessoas que acreditam em um mundo melhor, que sonham com um país mais fraterno, humano, solidário. Vamos gritar por um mundo melhor, onde todos tenham os mesmos direitos. É motivo de muita alegria receber este tão importante movimento. Que sejamos ainda mais fortalecidos e continuemos acreditando em vida digna para todos. VIDA EM PRIMEIRO LUGAR!”, disse o Frei.
Neste ano, o tema escolhido é “ESTE SISTEMA NÃO VALE – VIDA EM PRIMEIRO LUGAR” e será realizado em Cariacica. A concentração será a partir das 8h, em frente a Praça do bairro Porto de Santana. Em seguida, os participantes sairão caminhando pelas até o bairro Flexal. O movimento vai trazer presente também, o pedido de justiça pelos 30 anos de martírio do Padre Gabriel Maire, refletindo também a vida, história e morte do sacerdote francês. E não para por aí. Além destes assuntos, segurança pública, direitos humanos, meio ambiente, democracia, enfrentamento à tortura e grito de direitos sociais com vida digna para todos, serão tratados no encontro.
Segundo Padre Kelder Brandão, Pároco da Paróquia Santa Teresa de Calcutá e membro do Vicariato, o Grito dos Excluídos, que já acontece há 25 anos, teve vários formatos e aconteceu em diversos lugares. Pela primeira vez em Porto de Santana, Cariacica, por ter sido um lugar de grande atuação do Padre Gabriel Maire, inclusive era o local para onde ele estava indo na noite de 23 de dezembro de 1989, quando foi brutalmente assassinado. “Para a justiça, o crime prescreveu e os mandantes deste assassinato ficaram impunes, mas, para nós da Igreja, o crime cometido contra Gabriel jamais prescreverá. Temos o dever de manter viva a memória da vida, obra e morte do padre Gabriel que morreu por defender os excluídos de Cariacica, denunciando os desmandos e conluios entre os políticos e os poderosos do município de Cariacica. Além da vida, obra e morte do Padre Gabriel, nós vamos trabalhar o tema principal do Grito Nacional que denuncia os crimes das mineradoras Vale e Samarco. Vamos gritar também, pelos direitos sociais, pela segurança pública com respeito aos direitos humanos e em defesa da democracia, contra o regime militar”, afirma.