Paz e Bem.
O domingo do segundo turno das eleições foi marcado por muitas expressões de fé e oração pela pátria ao longo de toda a manhã no Convento da Penha. Muitas pessoas cumprem o ritual de rezar naPenha antes de ir às urnas votar. Às 9h, a Missa campal foi presidida pelo Frei Robson de Castro Guimarães e contou com a participação de membros da Pastoral Familiar da área de Vila Velha. Um pouco antes, às 8h, os agentes se reuniram no portão principal e subiram rezando o santo terço.
“Aqui é um lugar especial onde nossos olhos corporais, quando chegamos no cume da montanha, enxergamos as três belezas naturais que nos cercam: o mar, as florestas e as montanhas. Ao descermos esta Montanha Sagrada, descemos impactantes com essas belezas da criação feitas por Deus. E um outro aspecto sobrenatural… Quem vem aqui com uma certa frequência percebe. Parece que o tempo cronológico, o tempo do relógio, para. Não temos mais as preocupações ou as lembranças do passado que possam ter nos assombrado e aqui em cima, não nos preocupamos mais com o futuro que nos aguarda. Parece que vivemos sempre, enquanto estamos aqui em cima, o momento presente. Essa experiência de viver apenas o momento presente é a experiência de viver o céu e a eternidade. Aqui em cima nós vivemos a experiência do céu que um dia nos aguarda, tanto pela beleza da natureza como do tempo que parece que não tem seu poder de influência sobre nós”, enfatizou Frei Robson na introdução da homilia.
Sobre a Primeira Leitura (Sabedoria 11,22-12,2), Frei Robson disse que o autor sagrado quer destacar a sabedoria dos israelitas, judeus e hebreus porque a eles foi revelado a Deus. “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo, e eles se orgulham dessa verdade. Eles foram escolhidos pelo próprio Deus. A leitura destaca a onipotência de Deus. Em Deus está todo o poder, nada pode ser comparado a Deus. Ele está acima de todas as coisas que criou. ‘Diante de ti, é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra’, ou seja, nada pode ser comparado a Ele, porque Deus é maior do que tudo e do que todos, mas ele tem compaixão por cada um”, explicou o frade.
Na sequência, ainda explicando as leituras bíblicas, Frei Robson citou um erro comum que muitas vezes cometemos ao imaginar que Deus é a nossa herança. “Há um erro que cometemos dizendo ou pensando que Deus é nossa herança. Não, Deus não é nossa herança. Nós é que somos a herança de Deus, por que? Porque cada um de nós, sem exceção, saímos de Deus, somos um pedacinho do Pai do Céu, por isso desta preocupação e deste zelo Dele para conosco”.
Por fim, o frade falou do Evangelho. “São Lucas coloca sempre Jesus a caminho. Ou ele está se dirigindo a uma cidade, ou a um povoado, ou a uma vila, ou à casa de alguém. Lucas coloca a pessoa de Jesus como o Deus que caminha entre nós, ou se quisermos dizer, o Deus do encontro. Jesus está sempre caminhando ao encontro de alguém. O texto sagrado (Lucas 19,1-10) hoje nos diz que Jesus se dirige a cidade de Jericó e lá encontra com uma figura que não é querida nem benquista pela população: Zaqueu, cobrador de impostos e talvez o homem mais rico daquela cidade. Diz o texto que Zaqueu tem o desejo de ver a Jesus, não conhecer… Zaqueu quer olhar para Jesus e por isso, com muita coragem e criatividade, corre a frente e sobe em cima de uma árvore. Todos queriam tocar em Jesus, estar com Jesus, ouvir a Jesus, mas talvez poucos quisessem ver a Jesus. E o Senhor vai ao encontro, olhos nos olhos. Jesus permite ser encontrado pelos olhos de Zaqueu. Não é um olhar de condenação, não é um olhar preconceituoso, mas é um olhar de misericórdia… Zaqueu se sente amado por Jesus”, e completou o frei “venham a alegria deste homem ao acolher Jesus e ele vai se arrepender de seus pecados, por fim, Jesus diz: ‘hoje a salvação entrou nesta casa’. Zaqueu recebe talvez o maior dos milagres. Jesus cura o seu coração da ganância e traz para ele a salvação. Zaqueu foi acolhido pelo olhar de Jesus porque ele teve criatividade para encontrar-se com Jesus. Cabe a nós também pedirmos, buscarmos termos criatividade para encontrarmos Jesus que quer deixar-se encontrar”, finalizou o Frei.
Confira a reflexão completa abaixo: