Paz e Bem!

A pandemia tem causado muita dor, sofrimento e angústia no mundo. Por isso, é papel da Igreja – e sempre será – minimizar os efeitos de mais esta tragédia, não esconder a importância, ao contrário, uma voz atuante que denuncia, expõe e procura soluções. A Igreja tem respondido com clareza à sociedade como uma fundamental ferramenta de superação das crises de saúde. Ela sempre esteve ao lado das pessoas, dos mais pobres, dos que mais sofrem e dos mais atingidos pela desgraça.

Como uma Igreja que não se cala, o Frei Pedro de Oliveira Rodrigues falou na manhã deste domingo, sobre os desmandos de poderes autoritários e desprovidos de sensatez que se acham no direito de invadir hospitais públicos para filmar, fotografar, constrangendo os agentes de saúde, os pacientes e as vidas humanas que ali estão. O frei alerta ainda para a falta de cuidado com a vida, atentando-se aos ensinamentos e na ordem de Jesus.

No início da Celebração, Frei Pedro disse que “irmanados na mesma fé, do Santuário da Senhora da Alegrias, os franciscanos se unem ao povo, tendo compaixão (como no Evangelho)” e pediu que todos fizessem um minuto de silêncio em respeito às mais de 1.028 mortos pela Covid-19 apenas no Espírito Santo. O momento foi emocionante e acompanhado de preces solidárias de centenas de pessoas que acompanhavam a transmissão ao vivo.

Durante a homilia, o frei, que é capixaba, mostrou profunda indignação com o desrespeito à vida de diversas pessoas que estão internadas nos hospitais, recordando o infeliz episódio em que deputados capixabas entraram no Hospital Dório Silva, Serra, para “fiscalizar a ocupação”. Para Frei Pedro o fato é inaceitável e desrespeitoso. “Quantos doentes no nosso mundo, na nossa sociedade, porém, muitas vezes quando falamos de doença, vem logo à nossa mente aquela pessoa que está sofrendo com alguma debilidade física, não, existe uma doença pior que a física. É a doença do rancor, a doença da soberba, da prepotência, da arrogância… Essa é a pior doença! E hoje nós queremos pedir: ‘Senhor cure-nos desta doença e ajude-nos a curar o outro’, explica.

“Ressuscitar é reanimar, restaurar, recompor… Essa é a tarefa que todos temos hoje: RESSUSCITAR! Precisamos garantir um leito de UTI para quem necessita… Quantos irmãos e irmãs estão aí, vítimas do coronavírus, aguardando um leito de UTI e ainda temos que presenciar a hipocrisia de um grupo que invade hospitais dizendo-se ‘investido de um poder de fiscalizar’. Estes que invadiram hospital, com essa prerrogativa de investigar, de fiscalizar, e o respeito aos médicos que ali estão 24h, os enfermeiros, os agentes de saúde que estão doando a sua vida, para resgatar, para salvar a vida dos infectados ali estão e ainda um determinado grupo invade este espaço ‘investidos de autoridade’, isso é uma hipocrisia e não podemos concordar com isso, jamais!”, afirmou Frei Pedro.

O Frade explicou também que no tempo de Jesus “o povo estava abandonado”, por isso o Senhor ordena que os discípulos possam ir ao mundo para curar os doentes, dar assistência aos que sofrem e auxiliar as pessoas. Jesus veio para mudar aquela triste realidade. “Se o povo estava abandonado a culpa principal, além das lideranças políticas da época, a culpa também era dos líderes religiosos, maus pastores, pastores centrados no seu umbigo e não preocupados com o bem-estar das ovelhas, não preocupados com as feridas das suas ovelhas e Jesus critica a atitude de tais pastores.

Sobre o Evangelho (Mt 9,36-10,8) Frei Pedro disse que Jesus designa quatro tarefas aos doze discípulos. “Primeira tarefa: curar os doentes; segunda, ressuscitar os mortos; terceira, purificar os leprosos; quarta, expulsar os demônios. Ele convoca doze, que simboliza as doze tribos de Israel e também somando os quatro pontos cardeais, simbolizando todo o mundo.”

Veja a homilia na íntegra abaixo.

Celebração do Abraço e da Esperança

No último sábado (13), o Frei Pedro presidiu a Celebração do Abraço e da Esperança, pelas famílias enlutadas que não puderam sequer sepultar dignamente ou realizar cerimônias de funerais, velórios, despedidas. Ele confortou as famílias e trouxe palavras de esperança para todos.

Diante da dor e sofrimento que diversas famílias passam diariamente, os franciscanos do Convento oferecem palavras de conforto, encorajamento e esperança aos familiares que choram pelo falecimento de seus entes queridos. A Celebração do Abraço e da Esperança é realizada diariamente (cada dia em uma Igreja ou Santuário da Província Franciscana) e pode ser acompanhada pelo canal da TV Franciscanos no YouTube. Todos os sábados a Celebração é realizada no Convento da Penha e conta com transmissão ao vivo também pelo Instagram e YouTube.

Veja a Celebração na íntegra.