Paz e Bem!
Celebrando o Dia do Senhor, a partir do encontro da nossa humanidade com a divindade de Deus, expresso no rosto materno divino, centenas de pessoas participaram das celebrações na Capela do Convento, neste domingo (27/10), o último do Mês das Missões. Fazendo memória de todos os missionários e missionárias, rezando pela juventude (pelo Dia Nacional da Juventude) e recordando o término do Sínodo dos Bispos, a Missa das 9h, foi presidida pelo Frei Paulo Roberto Pereira, o Guardião do Convento da Penha.
Apesar do calor forte com o tempo abafado, muitas pessoas subiram à Penha para rezar. “Envia, envia Senhor, operários para a messe. Escuta, escuta esta prece, multidões te esperam, Senhor”; como Igreja Peregrina, encerrando o tempo de oração pelas missões, após a acolhida e o canto inicial , Frei Paulo deu as boas vindas a todos e conduziu os ritos iniciais. “Nossos lábios bendizem o nome do Senhor que nos reúne. Nós cremos em um Deus Reunidor, um Deus que nos quer família, que nos quer irmãos e irmãs. Por isso, é nossa vocação, é nossa missão cultivar a fraternidade, cultivar aqueles laços que identifica-nos como irmãos”, animou o Frei. Ele também pediu que, mutuamente, os fiéis irmãos olhassem para o outro e agradecessem pelo “dom da fraternidade” e pelo “presente de Deus” que não é “um acidente”, é dom, é graça de Deus.
— O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos (Salmo Responsorial 33)
Na homilia, o Guardião do Convento começou saudando a juventude, pelo seu Dia Nacional. “A Igreja no mundo inteiro, tem uma predileção especial pela juventude. Aqui hoje, por graça do Senhor, a presença de muitos jovens, que merecem por sua dedicação, por vontade de buscar e conhecer a Deus, nossa gratidão… É bem verdade que os comentários desairosos em relação a juventude só aumentam. ‘Ah o jovem não quer nada com nada!’, nos conselhos das comunidades, sempre quando surge uma proposta vinda da juventude, os conselheiros olham com certa desconfiança. Mas não é esta a ideia da Igreja, o comportamento da Igreja em relação a juventude é de esperança. Já ouvimos diversas vezes, as lideranças da Igreja, o Papa João Paulo II, Papa Bento e o Papa Francisco, ultimamente, apontando o caminho que a Igreja precisa resgatar, o ânimo juvenil, a inquietação juvenil. Os jovens têm uma inquietação criativa e a Igreja precisa olhar para isso com atenção. Não nos falte a inquietação, o vigor juvenil, quando falta isso, a Igreja anda ‘capenga’. É preciso que a gente acolha o clamor que vem da juventude e aponte à juventude, caminhos bonitos, criativos, novos, caminhos do encontro com o Senhor”, disse Frei Paulo.
“‘Senhor, quem sou eu? Senhor, quem sois vós?’ Esta pergunta nos aproxima de Deus. Revela, de fato, quem nós somos. Nós passamos por uma catequese infantil, por uma catequese de iniciação, mas é necessário crescer na compreensão de Deus e de nós mesmos. É sobre isso que São Paulo diz (2Tm 4,6-8.16-18): ‘Eu fiz a minha parte, combati o bom combate, guardei a fé. Agora estou esperando aquele prêmio que é reservado àqueles homens e mulheres que permanecem fiéis e buscam viver a sua vida na mensagem do Senhor’… Conhecer-se a si mesmo e conhecer a Deus, para evitar o equívoco que Jesus, hoje nesse trecho do Evangelho (Lc 18,9-14) apresenta. Uma pessoa satisfeita consigo mesma, na presença de Deus, ao invés do olhar para Deus, olha para ele mesmo, ensoberbecido. ‘Eu sou bom, eu sou pessoa de bem’, eu faço tudo muito certo. Sou aquele que já estou entre os salvos’. Falando de si mesmo sem conhecer aquilo que é marca do ser humano que é a fragilidade e incompletude. Esse então na presença de Deus, não sabe nem quem é ele mesmo, nem a Deus”, explicou Frei Paulo Roberto.
Frei Paulo ainda explicou a necessidade de sempre estarmos diante de Deus com humildade e reconhecendo-nos pecadores, necessitados da misericórdia do Senhor. “Que nós reconheçamos nossa fragilidade… Senhor, tem piedade de mim, porque sou pecador! A soberba não convém aqueles corações que buscam a Deus. O orgulho, a vaidade nos afastam de Deus. A simplicidade, a humildade, o reconhecimento da nossa própria fragilidade – condição humana -, nos torna abertos, generosamente acolhedores à mensagem do Senhor“. E fez um alerta: “não precisamos de considerarmo-nos inúteis, fracassados… ‘sou pecador, sou pecador!’ e ficar morando na inutilidade e no fracasso, não! Não é isso que Jesus está ensinando, de forma nenhuma. A nossa fragilidade não é o nosso pecado! Pecado é não assumir a fragilidade e não se dispor a amar, aí sim é o grande pecado. Porque não basta apenas reconhecer a fragilidade e a limitação, este é o primeiro passo. Tendo reconhecido a fragilidade, a carência, nos esvaziamos de nós mesmos e nos abrimos à generosa graça do Senhor”, concluiu.
Assista a reflexão completa abaixo.