Paz e Bem.
O II Encontro Arquidiocesano do Terço dos Homens de Vitória, realizado no último domingo (06/09) na Catedral Metropolitana de Vitória, teve presença franciscana do Guardião do Convento da Penha, o Frei Paulo Roberto Pereira. Representantes dos 246 grupos existentes no território das mais de 90 paróquias estiveram presentes no evento.
O Encontro foi dividido em três partes: a primeira foi a palestra do Frei Paulo, em seguida a reza do Santo Terço e por fim a Celebração Eucarística presidida pelo Vigário da Catedral Padre Altamiro Domingos da Silva.
Frei Paulo Roberto refletiu a importância da meditação dos mistérios do terço na sociedade, na família e no dia a dia dos homens. Ele lembrou que o Convento abriu as portas para o Terço dos Homens, sobretudo neste tempo de pandemia, sendo um local propício para o encontro semanal dos homens que rezam o terço. “É sempre uma satisfação grande estar com o movimento do terço dos homens, que a partir deste ano escolheu o Convento da Penha para manter a sua atividade. Desde a preparação do Encontro Estadual que acontece anualmente lá, a coordenação do terço pediu que o Convento abrisse as portas para, não só acolher, mas preparar o encontro. A preparação do encontro se deu a partir daquilo que os homens sabem fazer melhor: rezar o terço. Tendo passado o encontro, a experiência foi frutuosa e demos continuidade e criamos o ‘jargão’ que vocês já conhecem: ‘toda terça tem terço'”, explicou o frade.
O Guardião explicou que nestes tempos a internet tem ajudado a comunhão e o exercício da piedade. “Este tempo da pandemia tem dado algumas lições, uma delas é que vivemos a comunhão de uma forma muito mais intensa. O isolamento, o distanciamento fez com que a gente percebesse outras maneiras de vivenciar aquilo que nos une, e nos une muito intimamente. A internet tem ajudado a gente a perceber. A pandemia fez a gente perceber a importância da comunidade e a internet nos fez estreitar os laços. É um dos ‘frutos’ deste momento de crise que estamos passando”.
“Nós homens do terço somos sinais de Deus. Todos que olharem para nós, possam perceber que falamos, pelas nossas atitudes, pela nossa vida que falamos das coisas do alto. A importância de ser homem do terço está justamente aqui, aproveitando o contexto da construção da Catedral, uma Igreja colocada no alto da cidade, para recordar a importância de cada homem e toda mulher que leva consigo a graça de ser cristão, todos nós somos convidados a sinalizar as coisas do alto. Este é o tempo oportuno de revigorarmos em nós essa tarefa, essa missão: ser sinal de Deus. Nós vivemos um tempo carente de sinais! Existe um desnorteamento total, as pessoas sentem uma falta de referências, ninguém sabe direito o que é certo e o que é errado… Ninguém conseguirá esconder o ‘ser de Deus’ revelado nos homens do terço que assumem a sua missão. Ser sinal de Deus, na comunidade, na família, na sociedade, ser sinal das coisas de Deus, das coisas do céu”, enfatizou o frei.
O Guardião da Penha pediu ainda mais empenho e cuidado em gastar tempo com o que vale a pena na vida. “A vida é muito breve, muito curta, por isso é necessário curtir a vida, gastar tempo com aquilo que vale a pena. Esta é uma grande lição nestes tempos pandêmicos. Gastamos a nossa boa energia com coisas que não valem a pena. A vida é breve, aproveita! Não perca tempo! Viva com intensidade os momentos que ela lhe apresentar. Não perca tempo cultivando rancores, desamores, coisas que vão atrapalhar o seu viver. A vida é breve! A brevidade torna a vida engraçada, cheia de graça. Nesta tarefa de viver a vida na sua brevidade criativa, descobrimos o valor das coisas simples, a simplicidade”, disse.
“A repetição das orações do terço revela que somos frágeis, mas não podemos morar na fragilidade. Quando a gente mora na fragilidade, vamos experimentando o desanimo, a desesperança… Vamos nos enterrando dentro dos nossos próprios ombros. O reconhecimento da nossa fragilidade não como nossa tragédia pessoal, mas como possibilidade boa de ser pleno. O caminho da plenitude é ser de Deus, Ele é pleno! Se você mais perto da escuridão, tudo vai ficar mais escuro ainda, mas se chegar perto do facho de luz, tudo se clareia. Somos frágeis, incompletos. Deus é pleno, é a fortaleza e onde que eu vou? Morar na minha finitude ou buscar a plenitude de Deus. Qual caminho para buscar a plenitude de Deus? A oração, a caridade, o exercício de ir ao encontro do outro, ir ao encontro de Deus através da oração, e ir ao encontro de Deus revelado no meu irmão e na minha irmã… A cruz nos leva o olhar para Deus e me leva a olhar para meu irmão e para minha irmã”, ensinou Frei Paulo.
Por fim, Frei Paulo explicou duas tarefas simples mas que fazem diferença, ganham novo vigor. O projeto CONDIVIDIR e o projeto do “Tempo da Criação”: o lixo que vira pão. Para o frade, “as atitudes simples propostas pelos dois projetos ajudarão o irmão, a mãe terra e farão o mundo ser melhor com o terço dos homens”