Paz e Bem!
Temos vivido dias difíceis, às vezes pensamos até que eles não terão fim. Esta pandemia tem provocado muita tristeza, dor, sofrimento, tem trazido angústia. Diante da tristeza de milhares de pessoas que nem podem se despedir de seus entes queridos, vítimas da Covid-19 e também de outras doenças, os frades da Província da Imaculada Conceição oferecem, desde o início da doença no Brasil, o abraço solidário, o abraço materno de Deus, a esperança e a certeza da eternidade por meio da “Celebração do Abraço e da Esperança”.
Uma vez que os velórios estão restritos e em vários casos os corpos são sepultados sem despedidas e cerimônias de funeral, o Convento da Penha se une às famílias enlutadas e reza pelo conforto daqueles que ficaram na esperança do descanso eterno dos que nos deixaram. A certeza que move o coração dos familiares é a fé no Deus que é Pastor e não nos deixa nada faltar.
“Tu és, Senhor, o meu pastor. Por isso nada em minha vida faltará”. Com essa motivação o Frei Paulo Roberto Pereira presidiu a oração pelos falecidos do último sábado (11/07), pelas redes sociais do Convento, a partir do alto do Convento da Penha. Mais uma vez, com um belíssimo entardecer, a celebração foi acompanhada por diversas famílias que perderam seus familiares e por diversos fiéis que também rezaram por seus falecidos. O sol indo embora, anunciando a chegada da noite, a esperança em Deus e o abraço materno de Maria, criaram um clima bem orante e meditativo.
“Acolho com fraternidade os familiares e amigos dos nossos irmãos e irmãs falecidos. Celebração do abraço do Deus da vida, que braços largos acolhe a todos os nossos irmãos e irmãs que faleceram, já os acolheu no céu, abraço do Pai das Misericórdias, do Deus que nos criou porque nos ama, nos criou para amar e nos acolhe nos seu infinito amor ao termo de nossa caminhada aqui na terra. Abraço solidário, desses que nós estamos sentindo falta de oferecer especialmente na hora da última despedida, é o abraço de Deus, dos amigos, dos irmãos, é o abraço da Igreja, é o abraço franciscano de paz e de bem. O abraço que nos une na mesma fé, na mesma esperança”, abriu Frei Paulo Roberto no início da celebração. Em seguida, ele citou os nomes dos dez falecidos como intenções enviadas ao longo da semana.
Durante a reflexão, refletindo o Evangelho de João 14, 1-6, Frei Paulo explicou que a morte angustiou também Jesus. “Ele sentia já na véspera, uma grande angústia, a angústia da morte. A morte foi capaz de angustiar Jesus e também seus apóstolos, por isso, a dor diante da morte é compreensível. As palavras de Jesus nesta hora então tomam um conteúdo especial, uma forma de consolação. Ele afirma: na casa de meu Pai há muitas moradas. A Casa do Pai é o céu, nele há um lugar reservado para todos nós. Jesus também passou desta vida, deixou essa vida terrena, Jesus morreu, subiu aos céus e afirma que vai preparar um lugar para nós. A promessa de Jesus não pode enganar ou desiludir ninguém, porque é a Palavra de Deus. Jesus reforça a promessa dizendo que quer que também estejamos nos céus”, refletiu.”.
“Existem lágrimas e as lágrimas podem ser de dor e podem ser de alegria. Por isso, nesta hora em que celebramos o abraço de Deus, o abraço da solidariedade, nesta hora em que o entardecer nos dá uma grande lição. O sol está se pondo, nós podemos ver o seu fim, mas nossos olhos são enganadores porque amanhã surgirá brilhante, renovado. A morte também tem este mesmo método, a vida tem essa mesma dimensão. Aos nossos olhos parece que é o fim, a escuridão, mas a manhã ressurge vigorosa. É isso que celebramos, é isso que apresentamos a Deus como louvor”, encorajou o Frei falando às famílias.
Após o momento de preces e oração, Frei Paulo encerrou com a bênção final e confortou as famílias. Veja a Celebração completa abaixo.