Paz e Bem!
No 33º Domingo do Tempo Comum, Dia Mundial dos Pobres, com uma Liturgia “Apocalíptica” repleta de grandes ensinamentos de Jesus, centenas de pessoas, fiéis e romeiros devotos de Nossa Senhora da Penha, subiram ao Convento para participar das Missas ao longo do dia.
A Missa das 9h, foi presidida pelo Guardião do Convento, Frei Paulo Roberto Pereira. Com o carinho de sempre e o carisma franciscano, ele acolheu a todos, agradeceu pela presença e fez uma bela homilia. Mensagem forte, com objetivo, explicativa e com muita clareza na compreensão, assim foi a reflexão do Evangelho e das Leituras selecionadas a partir do tempo que estamos vivendo.
O Guardião começou explicando que já no próximo domingo, a Festa de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. “Nós, diferentemente do ano civil, na Igreja, terminamos o ano não em 31 de dezembro. A partir de 1º de dezembro, inicia-se um novo ano, um ano na Igreja, um ano Litúrgico, com a Celebração do 1º Domingo do Advento. Então, se no dia 1º de dezembro alguém desejar ‘feliz ano novo’, está desejando ‘Feliz Ano Novo Litúrgico’, Feliz Ano Novo na vida da Igreja, na catequese. Anualmente a gente renova a predisposição de entender os mistérios de Deus na encarnação de Jesus Cristo, sua morte e ressurreição. A Igreja vive nesse ciclo”, explicou.
Frei Paulo também falou da esperança que é renovada neste tempo, embora os textos bíblicos destes tempos tenham um conteúdo apocalíptico e nos causam medo, aversão… E por outro lado, sentimos que tratam-se de tragédias. “Nesse tempo, quando a gente ouve esse texto do Evangelho de Jesus, ‘é assim mesmo! Tá acontecendo tudo isso aí! É verdade!’, vamos promovendo essas coisas… ‘Ah tem muita guerra’, vamos promover mais guerra, o medo, a intolerância, a violência… ‘Vamos espalhar mentiras pelo WhatsApp!’… A gente vai criando esse clima de destruição, a gente aposta nisso, porque não entendeu a literatura do Apocalipse. Aparentemente ele está dizendo de tragédia, de destruição, de fim, mas ele é um livro cheio de esperança. Ele fala numa linguagem figurativa, figurada de um fim. Tem de terminar mesmo essa religião que afasta o povo de Deus! Aquilo que a gente aposta, imaginando grande suntuosidade, templos revestidos de pedras brilhosas, roupas brilhantes, isso não fala nada do que é Jesus Cristo. É uma linguagem figurativa dizendo que quem tem esperança, quem ouve a Palavra, nem um fio de cabelo vai cair, pode cair tudo ao seu redor, mas você vai manter-se firme, é esta a lição”, afirmou Frei Paulo Roberto.
E continuou: “Se outros promovem a guerra, promova a paz! Se outros promovem a destruição, promova a construção de relacionamentos novos e bons. ‘É permanecendo firmes que vivereis’, é isso que Jesus nos diz. Não é pra gente desanimar e faltar energia, é pra gente se encher de renovado vigor, de ânimo criativo, sempre novo. A Palavra de Jesus é a Boa-Nova da Esperança… Somos aquela pomba do dilúvio que vai e traz em seu bico o sinal da criação nova, renovada. Somos assim, nós que cremos em Jesus Cristo somos dominicais, gente da esperança, gente nova. Para longe de nós a sede de tragédia! Para longe de nós o jeito desanimado, promotor do mal, da divisão do medo. O fim que se anuncia é o fim da injustiça, é o fim da intolerância, o fim da indignidade da morte, da fome.”
Por fim, o frade explicou a motivação do Papa em conclamar o Dia Mundial dos Pobres, que na mensagem, escreveu que esta é a oportunidade de ao nos aproximarmos do pobre, encontrarmo-nos com Jesus Cristo. “No rosto desfigurado de tanta gente, se revela Jesus Cristo. Não temos recursos suficientes para alimentar a todos que nos pedem nos caminhos e ninguém deve se punir por não ter. Mas ninguém de nós deve aplaudir, quando passa um automóvel na Vila Rubim e dá tiros em quem está dormindo sob a marquise. Nenhum deve aplaudir políticas de higienização que retiram os pobres por onde os turistas vão passar… Não podemos desprezar, não podemos tratar mal, não podemos agredir aqueles que nos estendem a mão. Olhar com fraternidade é nossa missão…
Confira a reflexão na completa abaixo.