Paz e Bem.
Neste domingo, a Igreja no Brasil celebrou a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus, uma festa litúrgica que é comemorada no mundo todo no dia 1º de novembro, mas que no Brasil acontece sempre no domingo seguinte, para que mais fiéis possam viver as bem-aventuranças, para o seguimento do caminho daqueles que já foram glorificados em Jesus. É uma celebração que recorda o caminho possível a todos, especialmente os filhos amados do Pai.
No Convento da Penha, a tradicional Missa Campal das 9h, foi presidida pelo Guardião da Penha, Frei Djalmo Fuck; e teve a presença de muitos romeiros, devotos e peregrinos, especialmente fiéis do interior do Espírito Santo e de estados próximos, como Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.
Logo no início da Missa, após a acolhida da voluntária Karol Spairani Pertel, Frei Djalmo dirigiu aos devotos, a antífona da entrada: “Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus”. Na sequência: “Reunidos aqui no Convento da penha, para juntos celebrarmos a Eucaristia, hoje celebramos a solenidade de Todos os Santos e Santas e lembramos o convite que Deus nos faz no Evangelho: sede santos, como vosso Pai do Céu é Santo!”, completou.
“Normalmente quando nós pensamos em santo, em santidade, nós lembramos os santos do Altar, da devoção, das nossas orações. Logo lembramos de São Francisco, Santa Clara, Santo Antônio, Santa Rita… Todos os Santos de nossa devoção. E não está errado pensar desta forma, estamos celebrando a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus, aqueles que procuraram viver uma vida de acordo com a Palavra de Deus, ou como ouvimos hoje, com as ‘Bem-Aventuranças’ e esses homens plenamente viveram sua humanidade, agora vivem no céu, no coração de Deus e são nossos modelos, nossos intercessores. Mas Jesus também nos lembra que o convite à santidade é feito a todos nós. ‘Sede Santos como vosso Pai do Céu é Santo’ (Cf. 1Pe 1, 16). Pelo Batismo, meus irmãos e irmãs, todos somos chamados à santidade”, afirmou Frei Djalmo no início da reflexão da Liturgia.
Ainda no começo da partilha da Palavra, o Guardião do Convento lembrou que a narrativa da primeira Leitura (Apocalipse de São João 7,2-4.9-14) fala dos santos, dos “homens que trajavam vestes brancas, vestes de santidade”. “A santidade é construída com muita tribulação, com muita provação e isso nós sabemos em nossas vidas, que ser santo é um desafio, é uma conquista diária. Eu, você, somos chamados a construir a santidade pelo nosso batismo e construímos essa santidade de forma simples, com os pequenos gestos, com as pequenas conquistas”, explicou Frei Djalmo.
O Guardião também enfatizou a mensagem contida no Evangelho (Mateus 5,1-12a), em que Jesus fala das ‘Bem-Aventuranças’. “A palavra ‘bem-aventurado’ significa feliz, ou nós também podemos traduzir por santo, feliz. Santo é aquele que promove a paz, é aquele que é perseguido por causa da justiça, santos são os mansos, os que têm fome e sede de justiça; santos são os misericordiosos e os que têm um coração puro. Santidade, bem-aventurado, ou uma outra palavra ‘vida plena’, a santidade é construída no cotidiano da nossa vida. Se a gente entende santidade como uma vida de consagração, de entrega como foi a vida dos santos, podemos lembrar de um pai de família, uma mãe de família, que educa (ou educam) com muito esforço, trabalham dia e noite, procuram educar seus filhos, ensinam os valores… Quando esses pais veem seus filhos crescidos, eles podem bater no peito e dizer: sou feliz (somos felizes, somos santos)”, disse Frei Djalmo.
Por fim, completou a homilia deixando uma mensagem aos fiéis, para o caminho de santidade. “Aquele rapaz, aquela moça, que se dedicam aos estudos, que estudam dia e noite para conseguir um bom emprego, um bom salário, uma boa colocação… Quando conseguem, através de seu esforço, de seu trabalho, podem dizer: hoje eu conquistei um pequeno degrau da minha santidade. Isto é importante para nós, para que entendamos que a santidade é uma conquista diária, ela não é para depois da morte, ou ela não é exclusiva dos santos do altar. Todos nós somos chamados à santidade, a buscar construir o Reino de Deus, com nosso esforço, nosso trabalho. Santidade não é privilégio de alguns, mas é dom que Deus nos dá, é conquista que almejamos em nossas vidas, para juntos sermos mais parecidos com Deus para trajarmos essas vestes brancas que nos lembra o Livro do Apocalipse. ‘Estes são os que vieram da grande tribulação, ou seja, aqueles que se esforçaram, que lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro, ou seja, aqueles que deram o seu melhor’. Que Deus nos ajude, Deus nos ilumine, que Nossa Senhora da Penha nos inspire a viver esta santidade”, finalizou.
Confira reflexão na íntegra.
Ao final da Missa, Frei Djalmo perguntou a origem dos fiéis presentes no Campinho e agradeceu pela presença de todos.