Festa da Penha: Romaria pede fim do capacitismo e do preconceito na manhã deste sábado (6)

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Foto: Thiago Soares

Nos festejos da Penha, a manhã de sábado (6) foi mais colorida e inclusiva. A Romaria das Pessoas com Deficiência começou logo cedo, às 8 horas, com saída da Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, até o Parque da Prainha, com cerca de 2 mil pessoas. No trajeto e na Missa, realizada em frente à Igreja do Rosário, o pedido foi pelo fim do capacitismo e do preconceito.

A celebração presidida pelo padre Carlos Pinto Barbosa começou com a leitura de uma carta aberta, lida pela cadeirante Mônica Martins, da Paróquia do Perpétuo Socorro, Praia da Costa, pedindo o fim do capacitismo e do preconceito.

“Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência. Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é visto como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica. [09:52, 06/04/2024] Jaqueline Vianna: Usa-se para descrever a discriminação, preconceitos e opressão contra pessoas com deficiência físico-motora, visual, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras, advindos da noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência. Inclui, desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto a opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade). Então, nesse momento que estamos reunidos em Romaria, pedimos: Chega de rótulos! Chega de discriminação”, dizia a carta.

O documento ainda trouxe a reflexão sobre a Campanha da Fraternidade de 2024 e da abordagem feita pelo Papa Francisco, na Encíclica Fratelli Tutti, sobre amizade social. “ O Papa diz que “amizade social” é amor: amor que ultrapassar as barreiras da geografia e do espaço”. Mônica finalizou a leitura da carta falando sobre a importância do cuidado.

A Missa contou com a participação do Frei Gustavo Medella, Vigário Provincial, e do padre Gilberto Roberto, de Cachoeiro de Itapemirim. Ele, que é cadeirante, disse estar participando pela primeira vez da Romaria e já pretende voltar no próximo ano.

Ao final da celebração, Frei Gustavo deixou uma mensagem de ânimo para as pessoas com deficiência e seus familiares. “Nunca pensem que são um peso, pois são a melhor parte, que todos juntos temos a obrigação de cuidar bem. Quando todos nós, comunidade humana, tivermos um olhar especial para cada um dentro da sua fragilidade, o mundo será melhor. Se quisermos ser uma humanidade melhor, temos que aprender com as nossas fragilidades e com as fragilidades dos nossos irmãos. A nossa parte frágil é a melhor, pois é a parte que Deus mais ama, salientou.

Às 9h deste sábado, os fiéis da Diocese de São Mateus marcaram presença no Campinho do Convento da Penha. Mais de 35 ônibus e três vans chegaram na caravana vinda do município e região. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano Dom Paulo Bosi Dal’Bó.

Refletindo sobre o Evangelho do dia (Mc 16,9-15), Dom Paulo fez um apelo: “Não podemos de deixar de lançar as redes em águas mais profundas. Não podemos desistir. Olha a atitude de Pedro e de João: eles fazem a experiência de Jesus e partem para a missão fazendo milagres e anunciando o Ressuscitado”, ensinou.

 

Ainda na manhã do sábado, o Parque da Prainha já começava a ganhar a alegria dos grupos que chegavam aos poucos para a Romaria dos Adolescentes. Eles subiram a ladeira do Convento da Penha e, chegando ao Campinho, vários grupos se juntaram para assistir a Missa presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Andherson Franklin.

“Estamos hoje aqui pois o Senhor tocou nossos corações e nos chamou a segui-Lo. A sua mão amorosa nos tocou manifestando o seu infinito amor por cada um de nós. Maria uma jovem foi alcançada pela graça e a Mão do Senhor a alcançou. Por isso, nossa presença aqui é sinal de que reconhecemos que é o Senhor a nossa força, a razão de nossa vida. Como Maria, reconhecemos que o Senhor olhou para nós com amor e misericórdia e, por isso, nos alegramos em sua presença”, disse o bispo na homilia.

“Nossa romaria nos trouxe aos pés do Convento, para rendermos graças ao Senhor e cantarmos o seu infinito amor. Que ao descermos daqui possamos levar a todos as bênçãos que do Senhor recebemos”, completou Dom Anderson.

 

Maria, caminha conosco em romaria | 7º Dia do Oitavário

Seguindo o movimento do dia, que marcou a intensificação das romarias da Festa de Nossa Senhora das Alegrias, a Santa da Penha, neste sábado, os devotos participaram do 7º Oitavário em preparação dos ao dia da padroeira do Espírito Santo, que será no dia 8 de abril, próxima segunda-feira.

O momento marcou a realização do último devocional no Campinho do Convento, pois neste domingo, 8º dia do Oitavário, será no Parque da Prainha, às 16h30.

Logo no início das atividades religiosas programadas, Frei Gabriel Dellandrea recebeu Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo Diocesano de Cachoeiro do Itapemirim (ES) e Padre Fábio Eduardo de Lima Santos, para conversar sobre tragédias provocadas pelas fortes chuvas na região sul do estado, que provocou a morte de 20 pessoas, no mês de março.

Dom Luiz falou sobre o sofrimento do povo da região e pediu orações para as famílias e as pessoas que morreram. O bispo e o padre Fábio também falaram sobre as campanhas de arrecadação e elogiaram a capacidade de mobilização e solidariedade do povo capixaba e de outros estados.

O sétimo dia de orações contou com a participação das romarias presentes e dos moradores da região sul do estado. A reflexão do dia foi feita pelo Frei Augusto Luiz Gabriel, Vigário Paroquial da Paróquia Santa Clara, em Colatina (ES). Ele destacou as manifestações culturais e religiosas da Festa da Penha, salientando que em todas elas “ Maria vai à frente e caminha conosco em Romaria.Hoje recebemos a imagem em nosso meio conduzida por representantes das diversas romarias que nossa festa tem”, lembrou o frade.

Segundo ele, até o Dia da Padroeira dos capixabas o convite que é o tema da Festa da Penha 2024: “Ó Vem Conosco, Vem Caminhar” seja levado ao pé da letra pelos fiéis que desejam homenagear Nossa Senhora das Alegrias”.

Com base no Evangelho de Lucas, Frei Augusto falou da caminhada de Maria e José a Jeruzalém à Festa da Páscoa Judaica. “Bonito exemplo dos pais de Jesus, especialmente de Maria que em Romaria caminhou com eles e hoje caminha conosco, sob inspiração de Nossa Senhora da Penha”.

O frade associou os diferentes momentos do caminhar dos pais de Jesus Cristo a Romaria e disse: “Nem sempre estamos animados para caminhar, nem sempre temos disposição, mas o importante é caminhar, importante é não parar. Mesmo diante das dificuldades, desafios e angústias é necessário caminhar sempre”.

Ao final, ele rogou a Maria dizendo: Hoje, mais uma vez, te suplicamos Maria. Caminha com teus filhos, entrega ao Senhor nossas preces e súplicas e nos ensine sempre a servir melhor, a sermos mais generosos, mostra-nos sempre o caminho para chegar ao teu filho ressuscitado”, finalizou.

Para encerrar o devocional desse sábado, os frades abençoaram as velas levadas pelos devotos da Penha, com muita alegria e aspersão de água benta.

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