Paz e Bem.

A Igreja no Brasil celebra até o dia 26 de novembro de 2023, o 3º Ano Vocacional, que tem o objetivo de fomentar a cultura vocacional nas famílias, nas comunidades eclesiais, na sociedade e nos ambientes que despertam vocações, desde religiosas às vocações familiares, sempre pautadas como graça e missão, a serviço do Reino de Deus.

O Ano Vocacional, iniciativa que comemora seus 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país, é uma proposta apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. Ela busca o discernimento para cada pessoa acolher o chamado de Deus como graça e com o “coração ardente” se colocar a caminho, parafraseando o tema e o lema da campanha: “Vocação: Graça e Missão”, “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24,32-33).

Nesse sentido, em consonância com a campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o regional Leste 3, realiza de 9 a 17 de abril, a maior festa religiosa do Estado do Espírito Santo e a terceira maior festa mariana do país, a Festa da Penha 2023. A comissão organizadora do evento, inspirada pelo Santo Espírito e pelo testemunho missionário de São Francisco de Assis – que neste estado está representado pelos frades menores há 465 anos -, escolheu um tema para refletir o papel de Maria nas motivações vocacionais. “Com Maria, chamados a servir” é o tema da Festa.

Maria é a serva fiel que soube ouvir e cumprir a vontade do Pai (cf. “Eis aqui a serva do Senhor,
faça-se em mim segundo a Tua Palavra”), é aquela que inspirou o testemunho de tantos profetas e continua a iluminar as mentes de tantos doutores, teólogos e estudiosos. Maria se colocou inteiramente a disposição de Deus e ainda se pôs a servir, ou seja, mesmo tendo atingido o ápice de sua confiança no projeto de Deus, ao saber que sua prima Isabel estava no sexto mês de gravidez do filho João Batista, o precursor, Maria parte apressadamente para servir.

Embora cada um, cada uma, viva uma vocação específica, a partir de um de um processo pessoal e individual de discernimento com o Senhor, todos, como Maria, têm uma vocação comum. Uma vez batizados, a vocação por primeira é a ser filhos e filhas de Deus e não mais criaturas.

Essa não é a primeira vez que a Festa da Penha faz alusão a um tema de campanhas ou anos temáticos da CNBB ou mesmo da Igreja Romana. Em 2016, por exemplo, quando se celebrava o Ano Santo da Misericórdia, o tema da festa foi “Maria, Mãe e Porta da Misericórdia”. Já em 2008, a Campanha da Fraternidade tratou da defesa da vida, como um dom de Deus, ensinado pelo exemplo de Maria. Naquela ocasião, o tema da Festa da Padroeira foi: “Discípulos do Ressuscitado na Escola de Maria!”. No ano de 2015, com um aumento no número de crimes e da violência no estado, a Festa trouxe em discussão a importância de Maria na propagação da paz, o tema foi “Maria, Mãe da família, Santuário da Paz”.

Como já foi possível perceber, a Festa da Penha está sempre atenta aos pedidos da Igreja e não está fora da realidade global, pelo contrário, se a celebração é de Nossa Senhora das Alegrias, isto quer dizer que recordar a Mãe da Penha é celebrar a vocação de todo batizado, é lembrar a vocação ensinada por Maria.

Outro exemplo dessa correlação entre a Festa de Nossa Senhora da Penha com os assuntos atuais da Igreja e da sociedade é o hino oficial de Nossa Senhora da Penha. Trata-se de uma “oração vocacional” que já destaca uma prece por cada vocação.

“Mais sacerdotes. Oh! Mãe envia! Sábios e santos, Ave Maria!”. Todo batizado é incumbido de três missões interligadas pelo mistério da fé: Sacerdote, profeta e rei. “Fiéis são os que incorporados a Cristo pelo Batismo, foram constituídos como povo de Deus e assim, feitos participantes, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, são chamados a exercer, segundo a condição própria de cada um, a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo” (CDC,cân.204). Os “sacerdotes” do hino também falam de religiosos, sacerdotes chamados à vocação presbiteral.

Desta forma, ao entoar o hino à Padroeira, os fiéis louvam a grandeza da própria vocação. Em outro trecho, os fiéis rezam cantando: “Nossas famílias protege e guia; és meu amparo, Ave Maria!”, ou seja, rezando pela vocação que começa na Igreja Doméstica – como chamou a família, o hoje Santo, Papa João Paulo II – e reconhecendo que é na família que nascem todas as vocações.

Identidade visual da Festa da Penha 2023

Símbolos do Espírito Santo estão presentes na identidade visual da Festa da Penha 2023, envolvendo a imagem de Nossa Senhora da Penha. Vegetação da Mata Atlântica, colibri, orquídea, uvas, flores de laranjeiras, frutos de café, cacau e o Convento da Penha foram representados na nova marca, que traz também a imagem de fieis em romaria. A nova identidade visual, criada pela publicitária Ana Ferreira, da agência Crafi, irá estampar camisas, outdoors, canecas e banners, além de ser utilizada amplamente pela imprensa e peças de divulgação ao abordar o evento.

“A arte traz em destaque a imagem da padroeira –  Nossa Senhora da Penha, e no seu entorno elementos presentes na cultura, particularmente, agrícola, do Estado do Espírito Santo, para simbolizar os frutos da vocação, isto é, todos somos chamados a servir, a exemplo de Maria, e toda resposta ao chamado gera frutos de bondade, partilha, vida… Assim misturamos ao tema da Festa de 2023 elementos que nos remontam à nossa cultura, também para dizer que a Festa da Penha é patrimônio de todo povo capixaba”, explica padre Renato Criste, membro da Comissão Organizadora da Festa da Penha.

As peças com a nova identidade visual começaram a ser produzidas e as primeiras camisas e canecas já estão à venda na secretaria do Convento da Penha, na subida da Capela. O local funciona de segunda a sábado, de 6 às 16h30 e domingo de 4h30 até 16h30.