Paz e Bem!
Em mais uma emocionante Celebração do Abraço e da Esperança no Convento da Penha, os franciscanos juntamente com os fiéis de várias partes do Brasil, recordaram seus familiares e amigos falecidos, durante a pandemia. A Missa foi celebrada às 15h, na última quarta-feira (24/02) e presidida pelo Frei Pedro de Oliveira Rodrigues.
Ao longo da semana, foram enviadas 77 intenções de falecimento e todos foram lembrados na sétima edição da Missa que tem justamente o objetivo de trazer conforto e esperança, abraçando, ainda que virtualmente, todas as famílias que perderam seus pais, mães, filhos, avós, no período da pandemia, alguns não puderam sequer realizar velórios e cerimônias de despedidas.
Ao abrir a Missa, Frei Paulo Roberto Pereira lembrou que a fraternidade franciscana se une em preces (e em gratidão) pela vida de todos os irmãos e irmãs falecidos. “Queremos oferecer essa Eucaristia em memória de todos os falecidos, as intenções em recordação a todos os que partiram. Lembramos todos os que partiram sem despedidas, com velórios restritos e nós queremos manifestar nossa solidariedade, nosso apoio e prece de confiança que do céu eles olham por nós, a bondade do Senhor já os acolheu”.
O presidente da Celebração recordou com carinho dos falecidos, pedindo que todos rezassem mais. “Ao recordamos os entes queridos que nos deixaram, podemos dizer ‘como é grande o meu amor por você’, como é grande a saudade, nem mesmo o céu, nem mesmo o mar, nada vai nos fazer esquecer as pessoas que nós amamos, pessoas essas que saudosa memória hoje recordamos”, lembrou. Complementando ainda mais este momento de emoção, a canção com a letra “nem a vida, nem a morte vão nos separar de Deus, mais que a vida, mais que amor é o eterno amor de Deus”.
Durante a Oração Eucarística, na elevação da Hóstia Consagrada, Frei Pedro de Oliveira “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá” (João 11, 25)
“É um vazio danado que fica, dói, mas como diz o canto, nossa vida é como um sopro, é semelhante. Não podemos mais cantar parabéns pra você, não podemos mais abraçar, não podemos mais nos divertir, nos alegrarmos com eles, é um vazio que fica…”, afirmou o frade.
Frei Pedro se emocionou bastante, especialmente ao final quando comentou um pensamento de Santo Agostinho sobre a morte: “A morte não é nada”
“A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho…
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.”
Santo Agostinho
Frei Pedro finalizou dizendo: “saibam que nós partilhamos de sua saudade, partilhamos de sua dor e acima de tudo partilhamos da esperança de que um dia, na Casa do Pai nos encontraremos. A Deus os entregamos e a eles queremos dizer, qualquer dia, qualquer hora a gente se encontra, seja aonde for, para falar de amor, esse encontro é no céu”.
Veja a homenagem aos falecidos.