Dom Evaristo rebate ofensiva do governo federal ao Sínodo da Amazônia

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O bispo da prelazia de Marajó, o franciscano Dom Evaristo Pascoal Spengler, protestou contra a espionagem do governo Bolsonaro à Igreja Católica. O governo está em ofensiva contra o Sínodo sobre a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco. “Isso é um retrocesso que só vimos na ditadura militar”, protestou Dom Evaristo, em entrevista concedida a Bernardo Mello Franco, do Jornal O Globo.

O bispo de Marajó disse que não cabe ao governo monitorar os debates da Igreja e que o clero já suspeitara da presença de arapongas numa assembleia em Marabá. Dom Evaristo afirmou que esclarece que a Igreja “não é neutra”, o que não significa que tenha partido.

“A Igreja está do lado dos mais fracos, dos mais pobres, dos ribeirinhos e dos indígenas”. Na entrevista, o franciscano disse ainda que o governo Bolsonaro defende interesses econômicos contra os povos da Amazônia e a floresta: “Estão incentivando um modelo predatório de desenvolvimento, que extrai as riquezas da floresta e deixa a população na pobreza”. “Querem construir hidrelétricas, abrir rodovias e permitir o avanço do agronegócio e das mineradoras”, alertou Dom Evaristo.

O secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, lembrou que o encontro convocado pelo Papa Francisco não envolve apenas o Brasil, mas nove países que integram a região da Pan-Amazônia. O documento preparatório da Igreja para o Sínodo define a Amazônia como “uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.

Fonte: Gazeta de Santarém, (reproduzido em franciscanos.org.br)

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