Aconteceu na Penha em 1765…

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Paz e Bem!

Já conhecemos como se deu a construção do Santuário de Nossa Senhora da Penha, e ao longo do tempo, e estamos entendendo como ele se tornou um dos mais importantes templos marianos do país. Sabemos que até o ano de 1750, o Convento da Penha passou por muitas transformações, sendo intervenções necessárias por conta da deterioração do tempo e também ampliações para acolher melhor frades e visitantes.

Desde 1730, quando nem mesmo havia sido concluído o processo de ampliação, já existiam registros de romeiros vindos de diversas partes do Espírito Santo e de outros estados, segundo relato de Frei Apolinário da Conceição, Guardião na época. Diante desses fatores, principalmente a ampliação e o aumento de romeiros visitantes, foi necessário aumentar também a oferta de frades e é sobre isso que vamos falar hoje.

Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba através do aspectos históricos da religiosidade local. São pequenas reportagens de fatos que aconteceram na Penha.

Aconteceu na Penha… Em 1765, o Convento da Penha passou a contar com 23 frades franciscanos, sendo 12 sacerdotes, 6 coristas e 5 irmãos. Esse foi o registro da maior quantidade de frades que já residiram no Convento.

 

Frei Pedro Palácios, fundador do Convento, era singularmente devoto de Nossa Senhora dos Prazeres, devoção essencialmente franciscana. Trouxe de Portugal um quadro pintado a óleo e colocou-o numa capelinha no alto do cume da montanha, donde se originou a denominação: da Penha, propagou a devoção entre o povo e com muita alegria celebrava anualmente a festa de Nossa Senhora dos Prazeres, de acordo com o calendário franciscano, na segunda-feira depois do domingo de Páscoa. Com a sua morte, em 1570, a capelinha ficou aos cuidados de alguns amigos, que a aumentaram. Depois da doação definitiva da montanha aos Franciscanos em 1591, a capelinha se transformou aos poucos em o Santuário como hoje existe.

Já vimos que o estabelecimento permanente dos religiosos franciscanos no Santuário veio incrementar a afluência de romeiros. Sobre tal movimento escrevia por volta de 1730 Frei Apolinário, franciscano da Província do sul do Brasil, que em seu tempo Nossa Senhora continuava a operar prodígios; e acrescenta piedosamente que por este motivo “concorrem os habitantes de todos os Estados a visitar a sua sagrada Imagem, uns a pedir, outros a agradecer”. O mesmo poderiam dizer os franciscanos das gerações seguintes, até os dias presentes.

Foto da clausura do Convento: morrodomoreno.com

Desde a sua ideia inicial, aquela que brotou no coração de Frei Pedro, até o formato atual, os franciscanos não só protagonizaram um importante campo de evangelização da fé católica, como também foram responsáveis pela administração, gestão do Santuário. Ficou a cargo dos frades menores, desde 1558, a guardiania, os cuidados com a Penha Sagrada. Embora religiosos jesuítas e, séculos depois sacerdotes diocesanos tenham “temporariamente” estado à frente do Convento por alguns meses, foi com os freis que a construção – física e espiritual – tomou forma.

De acordo com escritos de Machado de Oliveira, de 1856, o fluxo grande de romeiros ao Santuário foi o principal motivo dos 23 frades passarem a viver no Convento. A assistência dos frades ao povo é uma das características do estilo de vida franciscano de ser.

 

Um outro fato histórico que ocorreu neste ano de 1765 foi o início da construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Vitória. A estrutura principal foi concluída em dois anos, com a mão de obra escrava negra. O terreno foi doado à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos pelo capitão Felipe Gonçalves dos Santos. Ela está localizada na rua do Rosário, Cidade Alta – Centro de Vitória-ES.

Tem como principais devoções Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Afastada do núcleo original da povoação da Vila de Vitória, sua entrada principal é acessada por uma extensa escadaria, na época voltada para o mar. Ao lado, foi construída a Casa de Leilão, que tinha o objetivo de arrecadar recursos para alforria de escravos.

Foto: IPHAN

 

 


Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847; site morrodomoreno.com.br

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