Aconteceu na Penha em 1584…

Compartilhe:

Foto: Instituto Jones dos Santos Neves - Publicado no blog "De Olho na Ilha"

Paz e Bem!

Em mais uma reportagem reportagem especial sobre a nossa história, vamos continuar no assunto da romaria. Na semana passada conhecemos a primeira romaria da história feita ao Convento da Penha. Hoje, a continuidade que ocorreu em 1584.

Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba que há mais de 450 anos celebra sua padroeira com muito amor. Estamos destacando os aspectos históricos da religiosidade local, em pequenas reportagens os destaques que aconteceram na Penha.

Aconteceu na Penha… Em 1584, ocorreu a nova romaria dos padres jesuítas à Penha, entre os quais o Visitador da Ordem, Padre Cristóvão de Gouveia e o escritor Padre Fernão Cardim, que deixou o escrito: “A capela é de abóbada pequena, mas de obra graciosa e bem acabada. Aqui fomos em romaria, dia de S. André, e todos fizemos Missa com muita consolação. V. Revma foi bem encomendada à Senhora com toda essa Província, o que também fazíamos em mais romarias e continuamente em nossos sacrifícios, e eu sou o que ganho pela muita consolação que tenho com tal lembrança.”.

Foto: Arquivo Público do Espírito Santo

Padre Fernão era natural de Viana de Alvito, Évora, entrou na Companhia de Jesus, em 1566. Na sua Ordem, desempenhou cargos de confiança como o de reitor e provincial, chegando a falecer na Bahia, quando da invasão holandesa, a 27 de janeiro de 1625.

Para entender melhor como tudo ocorreu, vamos voltar rapidamente em 1573, quando um naufrágio ia vitimando os padres Tolosa (provincial), Luiz de Grã, Antônio da Rocha, Vicente Rodrigues, Fernão Luiz e os Irmãos Bento de Lima e João de Souza. Eles tinham saído do Espírito Santo no dia 28 de abril de 1573, “quando sobreveio um terrível naufrágio, nesse mesmo dia, à noite, na foz do Rio Doce. Perdeu-se o navio e tudo quanto levaram. Grã livrou-se a custo da morte. Retrocedendo, foram agasalhados com amor por toda a população. Depois de terem feito uma romaria, por terem escapado com vida, a Nossa Senhora da Penha, ermida que se vê ao longe, no mar, e é refrigério e devoção dos mareantes, resolveram os padres aproveitar esta demora forçada, de cinco meses, para construir a nova igreja”. Essa história nós conhecemos na última semana.

Acompanhado de alguns amigos sacerdotes, o Pe. Fernão Cardim subiu à Penha aos 30 de novembro de 1584, relatando em seguida as impressões em carta ao Provincial. O confronto com a Penha de Sintra diz apenas respeito à localização topográfica de ambos os santuários, não porém à semelhança das imagens.

Depois da morte de Frei Palácios, a ermida de Nossa Senhora da Penha ficou a cargo de alguns devotos e amigos do falecido, que se incumbiram de sua conservação. Entre eles destaca-se Nicolau Afonso, que ajudara também a Frei Palácios na construção. Informa Frei Apolinário que executou algumas obras: – “acrescentou a capela em redonda” e ornou-a custosamente, donde resultou uma “obra graciosa”, no dizer de Fernão Cardim. Podiam então caber nela umas trinta pessoas. A escritura, porém, que vamos conhecer em outro capítulo da nossa série especial, atribui esta forma aos moradores em geral.

Foto: site morrodomoreno.com.br

Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847 e “Antologia do Convento da Penha”, ano 1974 (site morrodomoreno.com.br)

Posts Relacionados

Facebook

Instagram

Últimos Posts

X