Paz e Bem.
Faz bastante tempo que não falamos aqui no site do Convento sobre a nossa história. A pandemia nos obrigou a reprogramar nossas comunicação. Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba que há mais de 450 anos celebra sua padroeira com muito amor. Destacando os aspectos históricos da religiosidade local, contamos em pequenas reportagens os destaques que aconteceram na Penha.
Já conhecemos a história de Frei Pedro Palácios, já passamos pela história da Capela, das Imagens de Nossa Senhora, viajamos no tempo com as curiosidades da Festa da Penha e chegamos agora ao novo jeito de conhecer mais a história do Convento. A partir de hoje, todas as sextas, vamos nos encantar com os marcos históricos do “ACONTECEU NA PENHA”.
Para o nossa primeira memória… Vamos viajar no tempo! Mais precisamente em 1558. Chega à Capitania do Espírito Santo o irmão leigo franciscano, Frei Pedro Palácios, fundador do Santuário de Nossa Senhora da Penha.
Entre colonos, deportados e aventureiros, salta também em terras capixabas: Frei Pedro Palácios, um frade espanhol, nascido na Vila de Medina do Rio Seco, próximo da cidade de Salamanca – Espanha, fervoroso devoto de Nossa Senhora, místico, amante da vida contemplativa, da vida isolamento em meditação, atento aos fenômenos da natureza…
Vindo da Espanha, Frei Pedro Palácios inicialmente, desembarcou na Bahia, ainda capital da colônia, onde ficou como coadjutor dos missionários jesuítas. De lá, veio para a capitania do Espírito Santo, encontrando desde o primeiro momento um campo fértil para seu santo projeto, pois naquele primeiro dia, confirmavam-se os desregramentos dos colonos portugueses, sem qualificação para o trabalho de colonização, iletrados e banidos da sua terra natal.
Assim que chegou à Vila do Espírito Santo, segundo a história, ele só foi encontrado pelos moradores três dias depois, descansando sob uma caverna existente no sopé do morro, ali mesmo, na margem da Prainha, lugar que ficou sendo sua primeira morada. Um ou dois dias depois, já em companhia de alguns habitantes da vila, procurou novo lugar, onde se proteger melhor. Deve ter dado preferência morar no alto do monte, no lugar ao qual deram o nome de “Campinho”, porque viu que nele não havia árvores grandes e onde fez uma pequena cabana, porém continuou morando lá embaixo, por mais alguns dias, enquanto a capelinha ao seu patrono São Francisco não ganhasse cobertura. Nesse desconforto de poucos dias, descia o monte para orar e ensinar o catecismo, em cada entardecer e, ali naquela gruta da Prainha, Frei Pedro se protegia de eventual mau tempo. Essa provisória morada serviu de abrigo e ponto de apoio, durante as horas do catecismo com os habitantes. A Igrejinha do Rosário ficava fechada na maior parte do tempo porque aguardava a presença de um sacerdote.
Datas importantes (até 1558)
1535 – Chegada do Donatário Vasco Fernandes Coutinho ao Espírito Santo (23 de maio)
1541 – Alvará Régio de nomeação do vigário João Dormundo (13/01), 1º registro de nomeação de sacerdote para o Espírito Santo.
1550 – Criação da Alfândega de Vitória devido ao estabelecimento do comércio triangular direto com Portugal e Angola.
1550 – Notícia da existência de culto na Capela de Santa Luzia, em Vitória
1551 – Finalização da construção da Igreja do Rosário em Vila Velha pelo jesuíta Afonso Brás, hoje uma comunidade atendida pelos franciscanos do Santuário do Espírito Santo
1553 – Primeiro registro da presença do Padre José de Anchieta no Espírito Santo, quando passou em viagem para São Vicente, acompanhado pelo Padre Brás Lourenço e outros jesuítas.
Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847