Abertura da Campanha da Fraternidade aborda problemas da sociedade

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Paz e Bem!

A Arquidiocese de Vitória realizou na tarde do último domingo (1º de março) a abertura da Campanha da Fraternidade 2020. O evento contou com a participação de cerca de dois mil fiéis, que percorreram ruas e avenidas do Centro da Capital Capixaba. A campanha deste ano tem como tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”, e lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

A caminhada foi dividida em seis atos lembrando diversos problemas sociais, tragédias e suas consequências na sociedade. O primeiro ato foi no Viaduto Caramuru onde o Arcebispo de Vitória, Dom Frei Dario Campos, fez uma leitura e reflexão sobre Evangelho do Bom Samaritano. Em seguida, um jovem morador do Morro da Piedade cantou a Oração de São Francisco. Emoção de quem acompanhou e é moradora de periferia há mais de 40 anos.

Moradores de rua, desempregados e representantes de imigrantes estavam no segundo ato, na Escadaria do Posto de Saúde do Centro de Vitória, com placas trazendo frases de efeito que representem a opressão contra o trabalhador e as pessoas que vivem nas ruas. O momento foi em forma de protesto e reivindicação por mais acesso aos direitos fundamentais da pessoa humana.

No terceiro ato, uma cruz de madeira foi erguida do alto da escadaria do Palácio Anchieta, acima de uma faixa preta de 25 metros pintada em branco com nomes de mais de 140 vítimas de violência de Estado, entre eles pessoas de periferia, detentos e mortos na Greve da Polícia em 2017, que completou 3 anos, sendo lembrado como um dos mais sangrentos da história recente do Espírito Santo.

Autoridades políticas também participaram da celebração, como o Governador do Espírito Santo Renato Casagrande e alguns deputados. Os Freis Pedro de Oliveira e Paulo Roberto, do Convento, fizeram questão de participar da caminhada.

Na Praça Oito, no quarto ato, foram lembradas as mulheres vítimas de violência doméstica, feminicidio, incluindo violência contra mulheres trans, com os nomes escritos em tinta guache no chão, ladeados por peças femininas como bolsas e calçados. O momento foi marcado por gritos de “parem de nos matar!”.

No penúltimo ato, os fiéis recordaram os crimes ambientais de Mariana e Brumadinho, fazendo memória às vítimas e cobrando justiça em prol dos atingidos. Uma rede de 500 metros foi estendida pelos fiéis enquanto caminhavam e ouviam a encenação da Carta da Terra.

Por fim, o sexto e último ato foi marcado com uma mensagem de esperança e compromisso, voltada para jovens e crianças, aconteceu na Praça Getúlio Vargas com a participação de grupos de catequese de diversas comunidades. Dom Dario deu a bênção final e encerrou o encontro.

Assista reportagem completa abaixo


Confira algumas fotos do evento. Colaboração: Gustavo Andrade


Dados

A temática também vai ao encontro e se inspira na vida e na obra de Irmã Dulce, a “Santa Dulce dos Pobres”, recém canonizada pela Igreja Católica e que fez do cuidado ao próximo sua maior missão.

Somente no Espírito Santo são cerca 700 mil pessoas passando fome, mais de 200 mil desempregados, cerca de 22 mil encarcerados, e milhares de pessoas esperando uma consulta médica especializada. Muitas Unidades Básicas de Saúde não dispõem da equipe mínima de profissionais para garantir atendimento básico de saúde.

A Campanha da Fraternidade acontece há 56 anos no Brasil e é realizada para reforçar a necessidade de reflexão e prática de alguns preceitos cristãos na família, nas políticas públicas, na oferta de saúde e educação, nas relações de trabalho e em outros temas de relevância para os indivíduos para a sociedade como um todo.

Ela se inicia durante a Quaresma com o propósito de que o cristão aproveite esse período propício de reflexão e renovação e adote as práticas propostas pela Campanha no decorrer de sua vida.

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