A reflexão de Frei Clarêncio no Oitavário

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Neste ano de 2014, durante o Oitavário, nós estamos lendo e refletindo a cada dia um trecho pequeno da Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a evangelização no mundo de hoje, aqui onde nós moramos. Vou ler um trecho dessa Exortação que tem por título “Evangelho da Alegria”. Quem tiver o documento em casa pode reler. É o número 71. É fácil guardar o número: É a idade de nossa avó.

TEXTO DA EXORTAÇÃO

“A nova Jerusalém, a cidade santa, é a meta para onde peregrina toda a humanidade…

Faço um parêntese porque eu quero que vocês entendam o que o Papa quer dizer com Nova Jerusalém. Não tem nada a ver com a cidade de Pernambuco, que fez a Semana Santa soleníssima. Não tem nada a ver hoje com a capital de Israel e dos Palestinos. Nova Jerusalém é uma expressão do Apocalipse. Uma expressão do livro do Novo Testamento que procura mostrar o melhor futuro da humanidade. O melhor futuro que tem a comunidade cristã presidida pelo Cristo Ressuscitado. E o Apocalipse quando emprega esta expressão, Nova Jerusalém, diz Nova porque revestida de toda beleza inimaginável. Uma cidade só de beleza. Nova porque inteiramente segura. Como a palavra segurança fala alto para nós! Quem de nós tem coragem de dizer que na minha rua tem segurança. Ainda pouco, quem me trouxe para o Convento da Penha, passou por uma rua de Vila Velha e disse: ‘Frei, aqui de noite eu não passo de jeito nenhum’. Nesta cidade, Nova Jerusalém, imaginada pelo Apocalipse como sendo a nossa cidade ideal, diz que ela é cheia de divindade. Ou seja, é cheia de Deus. E mais: lembra que ela não precisa do sol, não precisa da lua porque a sua luz é o Cristo Jesus Ressuscitado. Portanto, é desta cidade que fala o Papa no trecho que eu estou lendo da Exortação Apostólica.

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… É interessante que a revelação nos diga que a plenitude da humanidade e da história se realiza numa cidade. Precisamos identificar a cidade a partir de um olhar contemplativo, isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças. A presença de Deus acompanha a busca sincera que indivíduos e grupos efetuam para encontrar apoio e sentido em sua vida. Ele vive entre os citadinos promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça. Esta presença não precisa ser criada, mas descoberta, desvendada. Deus não se esconde de quantos o buscam com coração sincero, ainda que o façam tateando, de maneira imprecisa e incerta.” (AE 71)

A REFLEXÃO

Este é o texto do Papa que queremos refletir hoje. Será que é possível que esta cidade que o Papa chama com o nome do Apocalipse, Nova Jerusalém, cheia de beleza, cheia de segurança, cheia de divindade, agora durante a nossa vida? Não estaria o Apocalipse se referindo à vida eterna depois da morte? Não! O Apocalipse e o Papa se referem aqui e agora da nossa vida presente porque esta cidade santa, Nova Jerusalém, cheia de segurança, de beleza e divindade, ela é possível quando Deus mora comigo na minha casa. Ela possível quando Deus mora comigo na minha rua. Ela é possível quando Deus mora comigo no meu escritório, na minha loja. Ela é possível quando Deus mora comigo no lugar do meu trabalho. Porque Deus está conosco.

Quantas vezes vocês disseram. Respondam como sempre: “O Senhor esteja convosco” – “Ele está no meio de nós”. Está aí. Sei lá, quarenta mil vezes vocês já disseram ‘o Senhor está no meio de nós’. Ele está no meio de nós. No Antigo Testamento, quando se falava no Deus presente no meio do povo, no Deus atuante com os meus braços, com a minha cabeça, com os meus pés, sempre do meu lado, se chamava isso de sabedoria. Sábio no Antigo Testamento era a criatura humana que vivia na presença de Deus.

No Novo Testamento, a coisa melhorou bem, bem. Porque permanece conosco o Filho de Deus. Nesta convivência com o Filho de Deus, nós chamamos de comunhão. Comunhão é a nossa vida com o Cristo Jesus, inseparável do Pai, inseparável do Espírito Santo. E o Papa vem nos dizer que esta cidade nova, cheia de beleza, cheia de segurança, cheia de divindade, é possível quando nós moramos com Deus. Quando Jesus está no nosso meio. Ela é possível quando o nosso Deus está conosco onde quer que nós trabalhemos, até mesmo na limpeza dos garis, na limpeza dos nossos banheiros. Deus está presente. E quando nós vivemos nossa presença com Deus, aí o Papa apela, insiste: nós vamos perceber a necessidade de vivermos em solidariedade. Ninguém de nós nasce para viver sozinho. Não há solidão nem na Santíssima Trindade. Por isso é Pai, Filho e Espírito Santo. Um Deus sim, mas em três pessoas. Porque não há solidão. A solidão não é sinônimo de felicidade. Quando nós vivemos esta presença de Deus, o Papa diz que nós sentimos necessidade de fraternidade. Porque nós todos somos irmãos.

Quando nós vivemos esta presença de Deus? Quando Deus vive comigo como sangue nas minhas veias. Quando Deus vive comigo como a pele do meu corpo. Eu sinto a necessidade da prática do bem, com todo tamanho desta letra.

Respondam comigo:

Virgem da Penha, modelo de solidariedade. Fazei-nos solidários.

Virgem da Penha, exemplo de fraternidade, fazei-nos fraternos;

Virgem da Penha que trouxeste Jesus nosso bem, Jesus nosso Sumo Bem, afastai de nós a maldade.

Eu queria agora reler o mesmo trecho do Papa Francisco mais simplificado para que vocês entendam com mais clareza:

A nova Jerusalém, cidade santa, é a meta para onde peregrina toda a humanidade. Todos nós estamos procurando esta cidade, cheia de divindade, segurança e beleza. Precisamos identificar a Nova Jerusalém com o olhar contemplativo, com o olhar de fé porque ela está onde Deus está e Deus está na minha casa, na minha rua, no lugar do meu trabalho. A presença de Deus dá sentido à minha vida. Deus vive entre nós e nos leva à pratica da fraternidade, da solidariedade e do bem. Esta presença de Deus não precisa ser criada, mas precisa ser descoberta por cada um cada uma de nós. Deus não se esconde de quem o busca com o coração sincero. Viva Nossa Senhora da Penha, Viva Nossa Senhora das Alegrias, Viva o Evangelho da Alegria, Viva a Alegria do Evangelho. Viva Jesus Cristo causa de nossa alegria!

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