Moacir Beggo

Teve início nesta Quinta-feira Santa (2/4) o Tríduo Pascal no Convento da Penha. Esse momento marcado de simbologia na vida cristã aconteceu com a celebração, às 15h30, do Lava-pés. Neste dia, os cristãos relembram a Santa Ceia, onde Jesus lavou os pés dos 12 discípulos, em sinal de humildade, e instituiu a Eucaristia – o corpo e o sangue de Cristo.

 A Missa foi presidida por Frei Jeâ Paulo Andrade, um jovem sacerdote recém-ordenado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, e teve como concelebrantes o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel e Frei Cláudio Guski.

Frei Jeâ lembrou que neste dia celebramos a instituição do sacerdócio e a instituição da Eucaristia. “Jesus se manifesta para nós de diferentes maneiras: através da Palavra, na comunidade que se reúne, na pessoa do pobre, mas por excelência Jesus se manifesta na Eucaristia”, explicou.

Segundo Frei Jeâ, a Eucaristia é o sacramento transformador. “Ela transforma o nosso coração e nos leva ao encontro das pessoas”, disse. Mas, segundo o jovem sacerdote, esse encontro se dá na dimensão do lava-pés: com humildade, entrega e doação.

Segundo Frei Jeâ, ao lavar os pés dos apóstolos, Jesus ensina que a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros e não como poder. “Todos nós servimos de maneiras diferentes, na família, no trabalho, na vida religiosa, onde ministério é exercido como serviço”, disse. Segundo ele, é com esse despojamento de Jesus que devemos agir sempre em nossas vidas. “Cada dia mais reconheçamos a presença de Deus em nossa vida e sejamos capazes de atuar com humildade e serviço”, pediu Frei Jêa.

O momento do lava-pés aconteceu logo após a homília de Frei Jeâ. Representando os discípulos, 12 romeiros foram escolhidos para terem os pés banhados por Frei Jeâ e Frei Fidêncio, representando Jesus na celebração.

O ato de lavar os pés dos visitantes era muito usado na Palestina do tempo de Jesus. Era um trabalho humilde, feito por escravos, que consistia em lavar os pés dos patrões da casa e daqueles que chegavam de viagem. Em Roma, esse trabalho era considerado humilhante a ponto de ser designado como castigo a algumas pessoas que cometiam delitos legais.

Nesta Sexta-feira da Paixão, às 8 horas terá início a Via-sacra no início do portão do Convento. Já às 15 horas acontece a celebração da Paixão do Senhor na capela do Convento.

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