Paz e Bem.
Há extamente 33 anos (19/10/1991), a capital capixaba recebia a visita do Papa João Paulo II, o “Peregrino do Amor”. O então Papa e hoje santo, pisou em solo capixaba no dia 18 de outubro de 1991, a noite. No dia 19, ele celebrou uma Missa na Praça na Enseada do Suá (atualmente conhecida como Praça do Papa), na Capital do Espírito Santo e visitou o Bairro São Pedro (na época “Aterro de Comdusa”, lugar de toda pobreza).
João Paulo II foi recebido pelo então Arcebispo de Vitória, Dom Silvestre Luiz Scandian. Assim que chegou no local da celebração na praça, ele foi direto diante da Imagem de Nossa Senhora da Penha, que foi posicionada em um andor com diversas rosas, com vista para o Convento da Penha. Ali, ele permaneceu por alguns minutos e rezou junto com Dom Silvestre.
Vídeo: Reprodução da Rede Globo ES (Rede Gazeta)
Em seguida, enquanto fiéis cantavam, saudavam e se emocionavam, o Santo Padre se dirigiu em direção ao altar para o início da Missa. Na homilia, que durou cerca de 20 minutos, o pontífice fez clara defesa à vida, ao falar do aborto; Ele condenou ainda todo tipo de violência, recebendo uma intensa salva de palmas.
Ao término da Missa, ao sair da praça, o Papa foi levado de helicóptero, ao bairro da região de Grande São Pedro, onde foi recebido com muita emoção e acolhida fraterna pelos moradores. Na época, o cenário era de muita pobreza, e a população vivia em meio aos lixões. Muitos residiam em palafitas sobre o mangue, barracos de madeira e casas inacabadas. João Paulo viu protestos contra o extermínio de crianças, os pedidos de justiça pelo assassinato do Padre Gabriel Maire e fez duras críticas ao “capitalismo selvagem e à acumulação de riqueza”.
Ao fim da celebração, três crianças conseguiram romper o esquema de segurança e chegaram perto do Santo Padre, de quem receberam abraços e um terço. O próprio Papa quebrou o protocolo e, antes de ir embora, se aproximou do público e cumprimentou várias pessoas. João Paulo também fez uma doação no valor de US$ 100 mil (um anel) para a construção de um centro pastoral destinado à formação de lideranças católicas.
Vamos lembrar um pequeno trecho da homilia de São João Paulo II, durante a visita ao ES.
“Imagem quinhentista de Nossa Senhora da Penha que nos acompanha nesta Celebração Eucarística, evoca-nos aquela ‘mulher vestida de sol… e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça’ contemplada por São João. Nossa Mãe é Rainha. Rainha de todos os homens, dos filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, até o fim dos séculos. Ela está agora na glória do Céu, junto da Trindade Santíssima. E junto de Deus Ela contempla, na luz da glória divina, todos e cada um dos seus filhos, em todos e cada um dos momentos da sua existência, e olha para eles: nas horas de alegria e de dor”, disse o Santo Pontífice.
Oração à Nossa Senhora da Penha
João Paulo II foi recebido pelo então Arcebispo de Vitória, Dom Silvestre Luiz Scandian. Assim que chegou no local da celebração na praça, ele foi direto diante da Imagem de Nossa Senhora da Penha, que foi posicionada em um andor com diversas rosas, com vista para o Convento da Penha. Ali, ele permaneceu por alguns minutos e rezou junto com Dom Silvestre.
ORAÇÃO
Maria, Mãe do Autor da vida, Jesus Cristo, representada de mil maneiras pelos artistas. Venerada pela Igreja sob tantos títulos, e, neste solo capixaba, com o nome querido de Virgem da Penha: Nós cremos que estais no céu, junto de Deus Trino, intercedendo em favor da humanidade, pois fostes ouvinte fiel da Sua Palavra e vos tornastes serva do Senhor na Fé.
Hoje, Maria, voltam-se para vós os olhos dos irmãos de Cristo, vosso Filho, presentes em todo o Brasil. Sabemos que rogais por esses vossos filhos, provados por tantos sofrimentos. Sabemos que lembrais ao Senhor nossas crianças, os jovens, os velhinhos, todas as famílias e comunidades; os que trabalham pelos direitos humanos e pela vida: os nossos Governantes e os construtores da sociedade; sabemos que lembrais ao Senhor sobretudo os pobres e doentes, os que sentem o peso do pecado, os afastados de Deus.
Por isso, ó Virgem da Penha, diante da vossa bela imagem, nós vimos reafirmar-vos nossa devoção e amor, consagrar-vos nossas vidas, confiar-vos a nova Evangelização que desejamos realizar com renovado ardor missionário, semeando luz e esperança nas diferentes culturas, para a glória do Pai e do Filho na unidade do Espírito Santo.
Amém.
Bênção Final
A vinda do hoje santo, João Paulo II, representou além de um marco histórico, um evento inesquecível na memória do povo do Espírito Santo. Cerca de 200 mil pessoas estiveram presentes na Praça para acompanhar a Santa Missa, que contou com presença de diversas autoridades políticas e religiosas. Na época, Dom Silvestre Luiz Scandian era o Arcebispo Metropolitano de Vitória, que ficou responsável por acompanhar o Santo Padre por todos os locais onde ele visitou. O clima estava bastante agradável e o tempo chuvoso. Ouvindo as mensagens do Papa, os fiéis cantavam também
“a bênção, João de Deus, nosso povo te abraça. Tu vens em missão de paz, sê bem-vindo, abençoa esse povo que te ama…”
Passo a passo da Visita do Santo Padre
- 19h39 – João Paulo II aparece à porta do avião da Presidência da República, no Aeroporto de Vitória, sorrindo e acenando para os fiéis.
- 19h45 – O Papa sobe no papamóvel rumo à Residência Oficial da Arquidiocese, em Ponta Formosa, Praia do Canto, passando pela Avenida Fernando Ferrari, em Vitória.
- 20h30 – Chega na ladeira Sagrado Coração de Maria, sendo recebido por 60 casais de diversas paróquias
- 21h30 – Faz a primeira refeição no Estado. Cardápio tinha moqueca, pirão, camarão no vapor e caldo de couve-flor
- 23h – O Papa dorme em um quarto reservado na Residência Oficial
- 5h30 – Toma café da manhã. Refeição servida incluiu frutas, bolos e pães
- 6h30 – Agradece a todos, da limpeza à cozinha, faz oração e presenteia fiéis com terço. Também plantou semente de pau-brasil no local
- 8h15 – Chega na Enseada do Suá. A Missa campal começou 15 minutos depois, com a presença de 200 mil pessoas
- 11h53 – Chega em São Pedro no helicóptero da Marinha. Coral com 330 crianças da região canta “Casinhas de Periferia”, do padre Zezinho
- 12h40 – Abençoa fiéis no palco e, em seguida, quebra o protocolo: desce a ladeira e junta-se ao povo, em meio a lama e ao lixo do local
- 12h55 – Sobe no helicóptero rumo ao aeroporto. De lá, segue para Maceió, Alagoas, e, depois, Salvador, na Bahia
Com informações do Portal A Gazeta, site aves.org.br