Paz e Bem!
Neste dia 20 de setembro, recordamos o terceiro ano de falecimento do Sr. Theodoro Effgen, um músico devoto de Nossa Senhora da Penha, que faleceu aos 93 anos no ano de 2019. Ele ficou internado no Hospital Santa Rita de Cássia em Vitória, em decorrência de uma infecção. Sr. Theodoro era voluntário e tocava no Convento.
Quem estava acostumado a participar das Missas da Saúde, toda quarta-feira, deve se lembrar do carinho e empenho do aposentado que ficava sentadinho tocando bandolim com a equipe de música. Alguns o chamavam de “Sr. Theodoro do Bandolim” ou mesmo “Teadoro”.
Todos os dias, com chuva ou sol, o Sr. Theodoro já estava subindo à Penha Sagrada para participar da primeira Missa do dia, (das 6h), era como Ministro da Sagrada Eucaristia e depois de um tempo, como músico nas celebrações matinais e também nas Missas da Saúde, nas quartas-feiras. Esse ritual era repetido há mais de duas décadas; e também na Festa da Penha, ajudando a embelezar, dar mais vida ao Oitavário com o som do bandolim na Orquestra e Coral do Convento.
Sr. Theodoro fazia questão de subir aos domingos, para a Missa das 5h, afim de participar da Missa, e como costumava brincar “estava com 39 anos, não 93”. Ele esquecia que suas pernas doíam na subida, esquecia as dores na coluna e até a superação de um câncer em duas cirurgias, tudo para estar próximo de Nossa Senhora da Penha. “Eu me coloquei nas mãos de Nossa Senhora e ela está me mantendo até hoje” (confessou esse músico querido por todos da equipe, em entrevista ao jornalista Moacir Beggo do site da Província Franciscana em 2012).
Confira a reportagem especial na íntegra abaixo (clique na imagem para ampliar):
Theodoro Effgen nasceu em Guarapari, Espírito Santo. De família alemã, casou com a italiana Josefina Maria Maiolly (a Belinha), com quem viveu por 78 anos (Dona Belinha faleceu neste ano de 2022) e teve o filho João Bosco. “Mas adotei Vila Velha como a minha cidade. Adoro este lugar, onde estou há mais de 50 anos. Quer maior privilégio do que se levantar e poder olhar para o alto e admirar a morada de Nossa Senhora?”, revelou Sr. Theodoro, ainda em 2012. Quando era jovem, seus colegas brincavam com ele chamando-o de “hóstia divina”, por causa da música “Eu te adoro hóstia divina…”
Ele fazia parte de um grupo que há mais de 25 anos participa de celebrações no Convento e em Missas da Festa da Penha em um ato de fé e devoção à Padroeira do Espírito Santo. “Eu passei um tempo visitando o Convento em dias de feriado e domingos. Depois que me aposentei, achei mais tempo e pessoas para me acompanhar, como Jerônimo, de 74 anos, uma pessoa que considero um grande irmão e passou a fazer o musical do Convento na Missa das 6h. Como ele é cantor e eu músico, formamos uma dupla e tocamos por muito tempo todos os dias nessa Missa. Depois ainda encontrei outro grupo maravilhoso e me integrei”, relata Theodoro em entrevista ao jornalista Sullivan Silva.
Sr. Theodoro era um grande exemplo para todos, especialmente para aqueles que percebiam a perseverança, o esforço, a fé e o amor dele pela vida, foi o que justamente destacou o Frei Paulo César. “Cumpriu exemplarmente a sua missão. Foi acolhido entre os benditos do Pai! Celebremos na intenção da alma deste grande homem, sr. Theodoro”, afirmou o frei.
DEVOÇÃO
A devoção por Nossa Senhora da Penha é antiga. O aposentado de 93 anos frequentava o Convento desde 1938 e guardava uma incrível história com a Santa: se interessou a tocar bandolim após perceber um anjo na imagem com o instrumento nas mãos. “Observando a imagem lá do nicho do Convento, vi que na frente de Nossa Senhora tinha uns 10 ou 12 anjos que acompanham a imagem, onde tem um que toca um bandolim ao lado dela. Então disse: vou pegar meu bandolim e fazer a mesma coisa durante as missas do Convento”, relembrou o aposentado.
Para estar no convento todo dia cedo, Sr. Theodoro levantava às 3 horas da manhã: “Já me acostumei. Se dormir mais não me sinto bem”, dizia. O problema é quando participava dos ensaios e círculos bíblicos que passam das 10 horas da noite. “Mentalmente, sinto-me como se tivesse 18 anos. E isso faz com que não entregue os pontos. Fiz
uma porção de exames que acusaram tanta ‘coisa com o nome de ose’, mas não me abato. Desde que fiz uma cirurgia, perdi a sensibilidade nas pernas devido à anestesia. O resto a gente vai levando”, contou Theodoro.
HOMENAGEM AO SR. THEODORO
Fonte: Gazeta Online e Província Franciscana (portal franciscanos.org.br)