3 anos de saudade | A trajetória do Frei Luiz Flávio Adami Loureiro

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Paz e Bem!

Em 2024, os frades do Convento celebram o terceiro ano de falecimento do eterno Frei Luiz Flávio Adami Loureiro. Ele partiu para junto do Pai na quinta-feira da Oitava da Páscoa, dia 8 de abril, em meio às celebrações da Festa da Penha 2021.

O frei, que decidiu seguir a vida franciscana a partir da devoção à Nossa Senhora da Penha, fazia parte da Fraternidade do Convento desde fevereiro de 2020. Luiz Flávio Adami Loureiro é natural de Vitória-ES, nascido no dia 17 de fevereiro de 1949; era formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo; ingressou na Ordem dos Frades Menores em 10 de janeiro de 1984 e estava à serviço da Província Franciscana no Santuário São Francisco de Assis em São Paulo, último local que permaneceu antes de ser transferido para o Espírito Santo.

Frei Luiz Flávio viveu momentos especiais e inesquecíveis no Convento da Penha. Desde muito novo, sempre cultivou o desejo de se tornar sacerdote, no entanto, teve outros planos na adolescência e juventude. Pensando em manter uma vida matrimonial, Luiz chegou a ser noivo, mas viu no modo de vida dos freis do Convento, um modelo bonito a ser copiado.

É possível dizer que o Santuário da Mãe das Alegrias está em consonância com a canção “mais sacerdotes, ó Mãe envia, sábios e santos, Ave Maria…”, porque o local possui esse caráter de despertar a vocação ou mesmo respostas que muitos buscam. Alguns procuram no alento maternal de Nossa Senhora, a coragem para assumir o “sim”, seja ele dado à esposa ou à Igreja.

Frei Luiz possui uma passagem pelo Convento da Penha em 2008, ano importante para o Espírito Santo já que o monumento celebrava 450 anos de história. Agora, 12 anos depois, quando celebramos (no ano retrasado) os 450 anos da Festa da Penha, o franciscano teve a oportunidade de viver um momento inesquecível, ainda que sem a presença física dos fiéis enchendo o Campinho do Convento.

O Frade foi ordenado presbítero em 02 de fevereiro de 1991. No dia 2 de fevereiro de 2021, ele celebrou 30 anos de sacerdócio (clique e veja a reportagem especial) Ele conta que quando era jovem brincava de celebrar Missa e contava com a ajuda dos irmãos. Seus pais sempre apoiaram a decisão de seguir para o seminário. Na incerteza se continuava o projeto do matrimônio ou se tornaria religioso, Frei Luiz procurou resposta na intimidade com Deus. “Eu fui à Catedral em Vitória e na capela do Santíssimo, pedi muito ao Senhor que Ele abrisse o caminho, eu precisava ter uma direção e foi justamente naquela noite, depois que fui à Igreja, tive um sonho e senti a presença de São Francisco. Não vi o rosto de São Francisco, só vi que ele estava de hábito e me disse três vezes ‘olha aqui para o meu lado!’, era a chaga que ele tinha no peito [estigma]. Daí em diante, minha vida de cabeça para baixo, eu já não sabia mais o que fazer. Eu conversei com minha ex-noiva e ela falou que eu teria de rezar muito para o casamento dar certo… Decidi vir ao Convento, conversei com o Frei Virgílio e ele me ajudou a identificar o chamado de Deus. Hoje, me sinto feliz, realizado, agraciado pelo Senhor”, contou Frei Luiz.

Em entrevista para a equipe de comunicação do Convento, Frei Luiz Flávio comentou a devoção à Nossa Senhora das Alegrias, a Senhora da Penha, sobretudo nesses tempos difíceis que estamos vivendo, em que não podemos perder a esperança, o amor e a fé. “Nossa Senhora das Alegrias é a alegria verdadeira, como diz o Papa Francisco, o sacerdote, o religioso, deve ser alegre, como alegria, é o coração, a vida, a alma, o espírito que faz a gente reavivar nossos carismas, nossa vivência sacerdotal, religiosa, a gente precisa reacender a chama do amor e da fé do povo”, comentou na época.

No dia que chegou para morar no Convento da Penha, ele concedeu uma entrevista para a equipe de Comunicação do Convento. Você pode assistir (ou rever) abaixo:

Veja a homenagem que preparamos.

Conhecendo mais sobre a vida do Frei Luiz

Dados pessoais, formação e atividades

17/02/1949 – Nascimento em Vitória, ES (72 anos)
27/02/1982 – Ingresso no Seminário de Guaratinguetá, SP
20/01/1983 – Ingresso no Noviciado Franciscano em Rodeio, SC
10/01/1984 – Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores (37 anos de Vida Religiosa)
1984-1986 – Estudos de Filosofia
02/08/1988 – Profissão Solene
1987-1990 – Estudos de Teologia
05/05/1990 – Ordenação diaconal
02/02/1991 – Ordenação Presbiteral (30 anos de Sacerdócio)

 Atividades na Evangelização

06/12/1990 – Chopinzinho, PR, vigário paroquial
23/01/1992 – Seminário de Agudos, professor e orientador
16/12/1993 – Seminário de Agudos, pároco
01/12/1997 – São Lourenço, MG, guardião, pároco
22/11/2000 – Nilópolis/NS. Conceição, RJ, Guardião, pároco
07/11/2003 – Nilópolis/NS. Conceição, RJ, Guardião, pároco
20/12/2006 – Sorocaba/Paróquia Bom Jesus, SP, vigário paroquial
16/04/2007 – Sorocaba/Assistente espiritual da OFS/Paróquia Bom Jesus, SP
22/06/2007 – Vila Velha/Convento da Penha, ES,  Atendente conventual
31/07/2008 – Colatina, ES, Coordenador da Fraternidade e vigário paroquial
17/12/2009 – Petrópolis/Sagrado, RJ, Vigário Paroquial
25/03/2010 – Petrópolis/Sagrado, assistente espiritual da OFS
25/02/2016 – Petrópolis/Sagrado, RJ, Vigário da casa
12/12/2018 – São Paulo/São Francisco, SP, Vigário paroquial
10/05/2019 – São Paulo/Assistente espiritual da Pequena Família Franciscana
21/11/2019 – Vila Velha/Convento da Penha, ES, atendente conventual

Frei Alessandro Dias foi coroinha do Frei Luiz quando o capixaba foi pároco em São Lourenço no ano de 1997. Ele recordou um acontecimento curioso que ocorreu naquela época.

O FRADE

Frei Luiz é filho do advogado Honório Nascimento Loureiro e da funcionária pública Guidomar Adami Loureiro.

No seu currículo, ele conta que fez o discernimento vocacional aos 17 anos, mas segundo seus pais, desde os 3 anos de idade já dizia que iria ser padre. Antes de ingressar no Seminário de Guaratinguetá, SP, fez o Curso de Ciências Contábeis na Universidade Federal do Espírito Santo. “Eu deixo tudo por amor a Cristo. Quero ser religioso franciscano, para melhor doar-me de corpo e alma à causa do Evangelho de Jesus Cristo”, disse ao ingressar no Seminário.

Sempre muito atencioso e fraterno, Frei Luiz dizia que tinha uma personalidade mais introvertida. Isso não atrapalhava a convivência fraterna: “A vida fraterna não é tão difícil, pois depende de como encaramos os nossos confrades. Cada um tem o seu tipo e um modo de ser. Eu procuro conhecê-los para viver bem”, ensinava. Para seus confrades, era dedicado, atencioso, humano e se relacionava bem com todos.

Gostava de um bom livro, música popular e clássica, futebol e praia. Tinha especial predileção pela liturgia e espiritualidade: “O estudo me faz aproximar mais do Criador”, dizia.

Disciplinado nos compromissos religiosos da Fraternidade e no trabalho pastoral, mas procurava reservar sempre um tempo para se dedicar à oração pessoal. “O trabalho é primordial na minha vida, pois só através dele posso ganhar o meu sustento, mas a oração alimenta minha alma”.

O lema de sua ordenação presbiteral foi: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio” (Jo 20,21)

Que o Senhor o acolha em sua morada definitiva, para o descanso eterno junto Àquele que, em vida, Frei Luiz procurou servir.

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