“Os Leprosos na Vida de São Francisco”
Paz e Bem!
Este foi o tema do 2º dia do Tríduo em louvor a São Francisco de Assis. A tradicional Missa da Saúde foi celebrada no Campinho do Convento, na tarde de hoje (02/10). A exemplo do Pobrezinho de Assis, somos também interpelados pelo dom de sua vida a contemplar e refletir sobre nossas ações como cristãos e devotos.
Dezenas de fiéis participaram da expressão de devoção ao tão venerado santo e da Santa Eucaristia. Às 14h15, teve início a reza do Santo Terço, conduzida por voluntários e amigos do Convento, em seguida, às 15h, Frei Pedro Engel iniciou a acolhida, apresentando a motivação do dia e o tema. Frei Paulo Roberto Pereira, o Guardião do Convento, presidiu a Missa.
“Os Anjos de Deus convidaram a Francisco e convida a cada um de nós ao silêncio, à luminosidade, à alegria, ao fortalecimento, à harmonia, à uma mensagem de paz, enfim, convida-nos ao encontro com Deus. Fiquemos atentos, pois os Anjos da Guarda estão sempre apontando o caminho que devemos percorrer; ajudando-nos em nossas enfermidades, a termos clareza em nossas confusões e confiança em nossos medos, tal como fez com Maria e José”, animou Frei Pedro.
Na homilia, o Guardião do Convento, começou a reflexão em tom descontraído, brincando que poderia falar mais, fazer um sermão comprido, em virtude da maioria dos participantes estarem sentados e celebrarem juntos o Tríduo de São Francisco. Já na reflexão, o frei recordou que além da preparação de São Francisco, a Liturgia de hoje faz memória dos Santos Anjos da Guarda. “Além das festas de São Francisco e dos Santos Anjos, estamos iniciando outubro que é o mês das… Missões! Entre os meses temáticos, tivemos o mês de agosto (das vocações), de setembro (da Bíblia) e outubro o mês missionário. Somos chamados a ouvir a Palavra e não guardamos para nós mesmos e em seguida saímos para anuncia-La. Nossas bocas devem anunciar o Reino de Deus e as maravilhas que ele fez em nós e através de nós. Nossos lábios devem louvar a Deus, devem abandonar a murmuração, o pessimismo, a desesperança, para falar coisas de Deus, coisas que nos animam a todos, coisas que nos encorajam, que nos enchem de esperança…” e falou também sobre os Anjos da Guarda. “O povo do Antigo Testamento não podia pronunciar o nome de Deus, estabeleceu então uma relação com a divindade mostrando as características, as virtudes da divindade. Deus ama, Deus cuida, Deus ouve, Deus protege, Deus reúne… Então a partir das virtudes que eles imaginavam provindas do Senhor, identificavam seres angélicos. São seres que convivem com o Senhor e transmitem o seu jeito de ser, esses são os anjos”, contou Frei Paulo.
“Quanto mais humanos qualificados, dedicados ao crescimento, nós formos, mais perto de Deus nós estaremos. A festa de hoje ajuda a gente a caminhar nesta direção. E certamente foi essa procura, de dar qualidade a sua vida humana, que levou Francisco de Assis, há 800 anos, a buscar entender ‘afinal de contas, o que Deus quer de mim?’. Francisco, nós todos sabemos, tinha uma vida muito tranquila… Ele foi para a guerra, porque este era o caminho para ser famoso, juntar fama para ser nobre. Nobre pelos grandes feitos. Na guerra foi capturado, ficou doente e ali encontra o convite de Deus. Quer grandes coisas? Diz o Evangelho ‘quem quiser ser o maior, seja o menor de todos’. Ele aprendeu isso. Aprendeu que o caminho para ir para cima, é ir para baixo. O caminho de viver a humildade, a simplicidade, o serviço. Que eu não seja servido, mas que eu possa servir. Este é o caminho que São Francisco se deixou encantar. Ele se dispõe a fazer isso. Tenho certeza nós já passamos por isso… Desejamos grandes coisas e percebemos que a vida da gente se resume em coisas pequenas, coisas simples, feitas com carinho…”, explicou Frei Paulo Roberto.
Ao comentar o encontro de Francisco com o leproso, o frade disse que “na compreensão do tempo de São Francisco, o leproso nem gente mais era considerada. A lepra era uma doença que assim que fosse constatada, a pessoa deveria ser expulsa da convivência, por contágio. O leproso não podia mais viver na cidade, não podia mais viver com os seus. O leproso tinha a vida negada. Era alguém que tinha morrido e ele se apresenta diante de São Francisco, este que queria servir, que queria ser de Deus, queria buscar sua vocação. E o que São Francisco faz? No primeiro momento quer ir embora, não suporta… Mas ouve a vontade de Deus”
E finalizou: “Se na nossa busca pelo Senhor, pelo seu Reino, se na nossa busca pela santidade aparecer um leproso e apresentar um grande desafio, que eu não corra deste desafio. Que eu desça do meu cavalo e me aproxime do leproso, que eu possa estreita-lo no meu abraço. Essa é a experiência de São Francisco. Este é o convite que mais uma vez assumimos. O que nós queremos é grandioso, por isso poderão ser também grandiosos os desafios a serem rompidos, a serem assumidos. Não desanimar na primeira dificuldade, não desanimar quando a vida nos oferecer desafios que a gente acha que não vai conseguir vencer. O Deus que nos chamou e nos quer ter bem perto dele, certamente, nos sustentará”.
Assista a reflexão completa abaixo.