Paz e Bem.
Na tarde do último sábado (4), Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor do Convento da Penha, presidiu a Santa Missa da Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus. Na ocasião, ele apresentou aos fiéis presentes na Capela da Penha e os participantes que acompanhavam pela internet, a Terceira Edição Típica do Missal Romano. O livro, composto pelos textos utilizados na celebração das missas, apresenta a nova tradução dos rituais utilizados pela Igreja Católica para as celebrações eucarísticas. Oficialmente, os textos entrarão em vigor no próximo dia 03 de dezembro, primeiro domingo do Advento e início de um novo Ano Litúrgico.
“Em comunhão com toda a Igreja no Brasil, estamos apresentando e iniciando hoje o uso da Terceira Edição do Missal Romano, fruto de um trabalho longo, incansável e dedicado que durou quase vinte anos e chegou até nós. Algumas partes da Missa, nós vamos perceber que terão umas alterações, outras orações serão rezadas de uma maneira mais completa… Aos poucos vamos nos acostumando, nos adaptando ao novo Missal, ao novo jeito de celebrar”, enfatizou Frei Djalmo no início da Celebração.
Esta 3ª edição assumiu os documentos mais recentes da Sé Apostólica e, também, as várias necessidades de correções e acréscimos. O longo processo de tradução, desde seu início até sua aprovação pela 59ª Assembleia Geral da CNBB (Aparecida/SP, de 28/08 a 02/09/2022), suscita louvor e gratidão a Deus por todas as pessoas que tomaram parte deste Ritual, movidas por grande amor pela Igreja e sua Liturgia, a qual tem por centro a celebração do mistério eucarístico. O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, segundo suas competências, confirmou a presente tradução no dia 17 de março de 2023.
Vale lembrar que o saudoso Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo Emérito de Mariana (falecido em 26/07/2023) foi um dos responsáveis pela edição e foi membro da Comissão para os Textos Litúrgicos da CNBB.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresentou as principais mudanças desta terceira edição do Missal Romano. Confira:
Na primeira parte do Missal, chamada de Próprio do Tempo, destacam-se:
- Os formulários completos para as Missas feriais do Tempo do Advento e do Tempo Pascal;
- A Missa da Vigília da Epifania do Senhor;
- As orações sobre o povo, ao final da Missa, durante a Quaresma;
- A Missa da Vigília em forma prolongada na solenidade de Pentecostes.
O rito da Missa também inclui elementos novos, tais como:
- Doze prefácios que foram acrescentados: Depois da Ascensão do Senhor; Domingos do Tempo Comum X; Matrimônio; Bem-Aventurada Virgem Maria III, IV e V; Mártires II; Santos Pastores II; Doutores da Igreja I e II; Comum VII, VIII e IX;
- A minuciosa revisão da tradução das Orações Eucarísticas, com a inclusão do nome de São José naquelas determinadas pelo Papa Francisco (na II, III e IV), além das novas formas de suscitar a aclamação memorial e da ratificação e necessária harmonização das pequenas aclamações;
- A mudança na primeira forma do Ato Penitencial, o Confesso a Deus: “por minha culpa, minha culpa, minha tão grande culpa”, respeitando o original latino;
- A sétima forma de introduzir o Pai-Nosso, tomada da rica tradição do rito ambrosiano: “Guiados pelo Espírito Santo, que ora em nós e por nós, elevemos as mãos ao Pai e rezemos juntos a oração que o próprio Jesus nos ensinou”.
As orações das missas próprias dos santos incluiu:
- São Cristóvão Magalhães, presbítero, e companheiros, mártires (21 de maio, México);
- Santo Agostinho Zhao Rong, presbítero, e companheiros, mártires (8 de julho, China);
- São Charbel Makhluf, presbítero (24 de julho, Líbano).
No que se refere ao Calendário próprio do Brasil foram inseridos:
- Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, Mateus Moreira e companheiros, mártires (Rio Grande do Norte, 1645);
- Santa Dulce Lopes Pontes, virgem (Bahia, 1992);
- Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, presbítero (São Paulo, 1998).
A tradução incorporou ainda disposições realizadas pelo Papa Francisco: instituição da festividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, na segunda-feira depois de Pentecostes; e a dos Santos Marta, Maria e Lázaro, em substituição à memória de Santa Marta; elevação da memória de Santa Maria Madalena ao grau de festa, conferindo-lhe um prefácio próprio: “Apóstola dos Apóstolos”; e determinou que fossem incluídas as memórias da Bem-Aventurada Virgem Maria de Loreto, de São Gregório de Narek, São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen, doutores da Igreja, dos Papas São João XXIII, São Paulo VI e São João Paulo II, e de Santa Faustina Kowalska.