“Vocês são um grito de esperança”, diz Pe. Carlos na Romaria das Pessoas com Deficiência

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Vila Velha (ES) – Pela 16ª vez consecutiva, a Romaria das Pessoas com Deficiência marcou presença na Festa da Penha, neste sábado, 15 de abril, às 8 horas, abrindo as grandes Romarias em homenagem à Padroeira do Estado. Realizado desde 2005, o ato reúne diversas instituições que prestam apoio aos deficientes e seus familiares no Estado do Espírito Santo, especialmente em Vila Velha e capital. Ao mesmo tempo, chegava de São Mateus, no Campinho, a Romaria da Diocese deste município com o seu pastor Dom Paulo Bosi Dal’Bó. Na Prainha, os jovens já se aqueciam para subir ao Campinho , encerrando a terceira Romaria da manhã.

A concentração ocorreu na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, de onde os participantes percorreram a distância de um quilômetro até chegar à Prainha, onde foi celebrada a Santa Missa pelo Pe. Carlos Pinto, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Alfredo Chaves. Frei Gabriel Dellandrea acolheu o sacerdote e os romeiros em nome do Convento da Penha.

“É a 16ª Romaria que estamos realizando com todos os seus desafios e avanços, algumas proposições sempre apareceram, aparecem e vão aparecer no futuro. A gente pede mas também agradece aquilo que vai recebendo a cada dia, principalmente pela coragem e disposição de cada um que está aqui, de cada entidade que se faz representada e não mede esforços para abrir novos caminhos, para superação dos desafios que ainda nos impedem de uma relação igualitária”, disse Pe. Carlos.

O celebrante lembrou que o tema da Festa da Penha é “Com Maria, somos chamados a servir”. “Não podemos nos esquecer dessa disposição que nos interpela. É cristo que nos ensina a servir”, acrescentou.

Pe. Carlos refletiu sobre o Evangelho e que Jesus aparece aos discípulos e se coloca junto deles. “E os repreende por causa da falta de fé e pela dureza de coração. Quantas vezes também somos duros de coração? Quantas vezes nossas autoridades são duras de coração? Nós temos pessoas que ainda dizem que não existe discriminação, que não existe diferença social, que nada dessas coisas de miséria e pobreza existem. Tem gente que até hoje não acredita que mais de 700 mil pessoas morreram de Covid e diz que tudo isso é mentira. O que precisa para essas pessoas acreditarem? O que precisa para abrirem os olhos? E aí Jesus repreende os discípulos, porque eles não conseguem acreditar. E hoje nós vemos essa dureza de coração em muitos cristãos e cristãs. Em muitos de nós que estamos aqui”, lamentou.

Segundo o Pe. Carlos, mesmo diante da insegurança deles, Jesus os envia para que possam ir pelo mundo afora para anunciar o Evangelho a toda criatura. “Os chefes dos sacerdotes e escribas ficam admirados ao ver a segurança com que Pedro e João falavam, pois eram pessoas simples e sem instrução. É na simplicidade que nós reconhecemos a força e a graça do Espírito. E em nosso tempo vemos inúmeras autoridades que admiram os nossos trabalhos, sejam eles pastorais ou sociais: ‘Nossa, o trabalho de vocês é bonito!’ No entanto, ficam com medo da consciência do trabalho aos mais fragilizados. Quando o Papa Francisco fala de forma poética sobre a questão da natureza, todo mundo bate palma. Mas quando ele diz que vocês são responsáveis pela reestruturação, vocês são responsáveis por acabar com a miséria, vocês precisam acabar com a guerra, etc. inventam um monte de falcatruas e mentiras contra o Papa. Alguns dizem até que esse Papa deveria renunciar”, criticou.

Para o Pe. Carlos, por isso é tão difícil a edificação de políticas públicas, que realmente assumam a responsabilidade com a transformação na sociedade. “Observando a narrativa dos Atos dos Apóstolos, vemos a apreensão dos sumos sacerdotes e dos anciãos com medo das consequências da pregação dos apóstolos. Quando as entidades se organizam, se juntam como estamos aqui, tem gente que tem medo porque não sabem o que pode acontecer. Eles chamaram Pedro e João de novo e ordenaram que, de modo algum, falassem em nome de Jesus. Porque eles começaram a perceber que as vidas das pessoas estavam mudando, estavam sendo transformadas”, explicou.

“Muitas são as dificuldades e pressões que nós passamos, que tentam nos desmotivar e parar de ser um grito de esperança. Vocês são um grito de esperança. Vocês são o anúncio o Ressuscitado, não se esqueçam disso”, animou Pe. Carlos.

Pelos participantes, a jovem Juana Brancato e Josias Caldeira (foto acima) leram uma Carta explicando que “viemos agradecer a nossa Senhora o nosso viver, partilhar deste importante momento do povo capixaba, expressar nossa espiritualidade, celebrar nossas conquistas, colocar no altar nossas lutas e desafios além apresentar perante a sociedade”.

Alguns trechos da Carta: “Nossa esperança e profecia não nos deixa esquecer de que vivemos numa sociedade que nem sempre acolhe e integra toda a sua população, muitos passam fome, muitos não têm onde morar, muitos não têm sequer água e esgoto encanados, vivem nas ruas sem as mínimas condições de dignidade, sofrem violações e violências todos os dias, muitos são excluídos e discriminados.

O mundo sofreu uma severa pandemia que além de mortes, provocou doenças e deixou sequelas que ainda não sabemos a dimensão do seu comprometimento na saúde física e mental de nossa população. Também, nos últimos anos, sofremos muito com o desmonte de políticas públicas, fruto de muitas lutas e de nossas conquistas.

No alto, Frei Gabriel Dellandrea e ,abaixo, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo

Em 2022 éramos mais de 24% da população com algum tipo de deficiência, ou seja,  46 milhões de brasileiras e brasileiros destes, cerca de 900 mil capixabas com diferentes tipos (ou múltiplas) de deficiência.

Com certeza necessitamos despertar na sociedade um espírito inclusivo capaz de mudar a forma de ver as pessoas com deficiência. Reconhecer nossas necessidades mobilizando forças para defender políticas públicas permanentes, e construir uma sociedade que não seja capacitista. Uma sociedade de tal maneira acessível e amorosa por excelência para todas as pessoas, crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos.

Que em nossas mentes e corações sejam banidas a prática do preconceito e discriminação, imperando o conceito de igualdade e respeito às diferenças”.

Romaria de São Mateus: “É fundamental, mesmo em tempo de crises, nos mantermos encantados por Jesus”

Neste sábado (15/04), chegou ao Convento da Penha a Romaria da Diocese de São Mateus! Padres, seminaristas e fiéis chegaram cedo para a Celebração Eucarística presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Paulo Bosi Dal’Bó, às 9h.

Frei Medella acolheu a todos no início e falou da alegria de receber os fiéis da Romaria de São Mateus: “Contribuo com a Festa da Penha há 10 anos e desde a primeira vez que participei nunca esqueci o nome das foranias que compõem essa Romaria: Forania Capixaba, Praiana, Mineira e Baiana! Sejam todos bem-vindos à casa da mãe! Sintam-se em casa”, acolheu!

Após a proclamação do Evangelho do dia, Dom Paulo iniciou a homilia rendendo graças a Deus por poder voltar ao Convento da Penha, após longo tempo de pandemia. “Depois de três anos de pandemia, chegou o momento de colocarmos mais a serviço, como as lideranças que não desistiram e continuaram motivadas por Jesus, mesmo num cenário de grandes desafios e crise. Uma pena que muitas lideranças se ausentaram ou a dinâmica da casa, a zona de conforto, possibilitou que não voltassem mais à ativa e agora precisamos que todos voltem. Nosso testemunho ao sair aqui deste Santuário ou da comunidade é deixar a casa, voltar ao templo e assumir a missão. Uns dizem: ‘Bispo, é tão difícil evangelizar hoje!’ E quem disse que é fácil evangelizar?”, perguntou.

Para ele, se doze homens fizeram com que o Evangelho chegasse ao mundo todo, hoje são muito mais. “O que nos impede na missão? Não precisamos esperar mais sinais. Todos os sinais foram dados”, orientou.

“E, hoje, quando celebramos essa Eucaristia queremos ser solidários com as famílias enlutadas por causa da Covid. Mas nós estamos vivos para dar continuidade à história. Foi necessário “Fiquem em casa” para salvar vidas. Mas agora é preciso voltar, meu povo. Vamos nos inserir nas pastorais sendo presença viva na comunidade. Chamados a servir, como Maria”, disse.

Hoje queremos, aos pés da Virgem Maria, deixar o nosso coração se aquecer, não simplesmente por causa desse calor, mas por Jesus. Coração ardente e pés a caminho. É fundamental, mesmo em tempo de crises, nos mantermos encantados por Jesus e por essa Igreja”, completou.

ROMARIA DOS JOVENS E ADOLESCENTES

Logo cedo, às 9 horas, os jovens e adolescentes se concentraram na Prainha antes de subir em romaria para o Campinho. Vieram de paróquias de todo o Estado do Espírito Santo. Na Prainha, muito canto, descontração e coreografias.
Animados subiram o percurso até o Campinho, onde foram recebidos no Campinho.

Pe. Ruan Coutinho da Cruz, da Paróquia Nossa Senhora da Vitória presidiu a Eucaristia e Pe. Gudialace Silva de Oliveira, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Cobilândia, em Vila Velha-ES,fez a homilia. O diácono Frei Augusto Luiz Gabriel serviu o altar.

Tendo como base o Evangelho de Marcos 16,9-15, quando Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado”.

“Por que Jesus chamou a atenção dos discípulos pela falta de fé e dureza de coração? Porque foi justamente pela falta de fé e dureza de coração do povo que Jesus foi morto. A falta de fé levou Jesus até a morte”, disse.

“Hoje, o Senhor está pedindo para não termos dureza de coração. É a dureza de coração que faz tanta gente infeliz.
Pe. Gudialace apresentou uma série de problemas que acontecem pela dureza de coração.


Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo

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