“Por um trânsito mais humano, você precisa cuidar de si e do outro”, pede Frei Djalmo na Missa em memória das vítimas de acidentes

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Paz e Bem.

Uma celebração para fazer memória de tantos homens e mulheres que perderam a vida nas estradas do país. Um encontro de fé aos pés da Padroeira. Uma expressão de amor e gratidão pelo testemunho daqueles que vivenciaram na pele a dor da violência nas ruas e avenidas das cidades. Foi assim, motivados pela esperança, que milhares de fiéis participaram da 17ª edição da Missa em Memória das Vítimas de Trânsito, celebrada no Campinho do Convento da Penha em Vila Velha, ES. A celebração Eucarística foi presidida pelo Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor do Santuário.

O evento ainda marcou o Dia Estadual em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, instituído para acontecer sempre no primeiro domingo de agosto, conforme a Lei Estadual nº 9.689/2011, uma oportunidade de reforçar a importância da população refletir sobre a defesa de um trânsito seguro. Os acidentes de trânsito não escolhem suas vítimas. São crianças, idosos, homens e mulheres, de todas as idades e classes sociais.

No início, Frei Djalmo fez uma acolhida às famílias. “Estamos na presença do Senhor e sobretudo na Casa da Mãe do Senhor, a Virgem da Penha que nos acolhe, que nos carrega em seus braços, nos acalenta, nos sustenta e nos dá forças, sobretudo hoje, quando acolhemos no Convento da Penha as famílias que perderam seus entes queridos vítimas de acidentes de trânsito. São dezessete anos que nós nos reunimos para lembrar aqueles que partiram”, acolheu.

Na homilia da Missa, o Guardião afirmou que muitas tragédias no trânsito acontecem pela imprudência. “A gente sabe, e nunca é demais repetir, que existem acidentes e acidentes. Todos nós estamos sujeitos a algum tipo de acidente, no sentido normal da palavra, é uma fatalidade que a gente não pode prever. Mas existem também outros acidentes que poderiam ser evitados e como que evitamos? Quando a gente não bebe e assume a direção… Quantas famílias que perdem seus entes queridos vítimas do álcool, da bebida no trânsito. A gente ouve todos os dias: ‘direção e álcool não combinam’, são famílias que perdem seus familiares vítimas de acidentes provocados pelo álcool, mas não só isso, existe também o descaso das nossas autoridades, daqueles que deveriam cuidar e zelar pelas nossas estradas, da sinalização, da iluminação, o cuidado das nossas vias, para que a gente pudesse dirigir com mais segurança. Existem, então, acidentes que são fatalidades e aqueles provocados pela nossa imprudência, pelo descaso, pelo descuido”, afirmou Frei Djalmo.

Ele também destacou que é preciso cobrar ações daqueles que têm o papel de promover um trânsito mais humano. “No trânsito tem a direção defensiva, portanto, o trânsito é convivência, ninguém dirige sozinho, você precisa cuidar de si e cuidar do outro. Hoje nós queremos nos unir a vocês que perderam seus entes queridos. Rezar por vocês que estão tristes, enlutados e pedir que aquelas pessoas que agora estão lá no céu, possam interceder por vocês. Ao mesmo tempo, queremos pedir também para aqueles que têm a missão tão bonita de cuidar de um trânsito mais seguro, mais humano, mais cidadão, possam exercer seu papel. Cuidar bem das nossas estradas, da sinalização, da iluminação… E aqueles que fiscalizam tudo isso, sobretudo a polícia, possam levar a sério tudo isso e punir aqueles que não cumprem o que deveriam fazer, que possam ser punidos. Que haja fiscalização em nossas estradas e quem dirige de forma desordenada, possa ser punido. Quem provocou algum tipo de acidente, com a intenção de provocar, que essa pessoa seja punida. Nós não merecemos o descaso, a injustiça de não punir aqueles que provocam acidentes e tiram da nossa convivência pessoas que marcam nossas histórias e nossas vidas”, falou o Guardião Frei Djalmo.

Frei Djalmo também reafirmou o compromisso dos franciscanos e da Igreja Católica com as preces aos enlutados. “Queremos expressar nossa comunhão com aqueles que perderam seus entes queridos vítimas de acidentes de trânsito. Nossas palavras não são suficientes para descrever nem para preencher a dor quando a gente perde alguém que amamos. O que podemos prometer a vocês são as nossas preces, nossas orações, nosso desejo mais sincero de que, quando houve imprudência ou acidente que poderia ter sido evitado, que seja feita justiça como assim o deve e que as autoridades de forma muito firme, dura, possam punir aqueles que matam nas nossas estradas”, na sequência, o frade lamentou que infelizmente no Brasil muitas pessoas perdem a vida em acidentes.

Muitas famílias que perderam seus entes queridos fizeram questão de subir ao Convento para juntos recordarem e rezarem pelos falecidos. Romênia Scaramussa é mãe da jovem Ranitla, que foi vítima de um atropelamento no estado da Bahia.

De forma simbólica e fraterna, foram entregues flores às famílias de vítimas e em um belíssimo momento de carinho, todos rezaram pedindo bênçãos à Virgem da Penha.


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