Pedidos de paz e justiça na Missa de 7º Dia por Marielle e Anderson no Convento São Francisco-SP

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Paz e Bem!

São Paulo (SP) – “Sete dias depois aqui estamos, teimosamente animados pela força do Ressuscitado, a professar mais uma vez nossa fé perseverante em um Deus que se faz vida, e vida em plenitude para todos”. Foi com essas palavras de acolhida que teve início, ao meio-dia desta terça-feira (20/3), a Missa de 7º Dia pela memória de Marielle Franco e de Anderson Gomes, que tiveram suas vidas ceifadas no Centro do Rio de janeiro, no último dia 14 de março.

O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, presidiu a Celebração Eucarística no Convento São Francisco, no Centro de São Paulo, tendo como concelebrantes o Vigário da Pastoral do Povo da Rua em São Paulo, Pe. Júlio Lancelotti; o Vigário Provincial, Frei César Külkamp; e os frades da Fraternidade do Convento.

Frei Fidêncio iniciou a sua homilia fazendo um pedido de paz tendo como base a tradicional ‘Oração da Paz’, atribuída a São Francisco de Assis. Disse que não ‘estávamos ali para canonizar pessoas’, referindo-se a Marielle e Anderson. “Aqui nos reunimos para orar por eles e por todas as vítimas da violência. Marielle e Anderson devem ser lidos no plural. Ou seja, no plural de todos os que lutam pela vida, no plural de todos quantos perdem suas vidas de forma brutal, vítimas da mesma violência que a humanidade ainda não conseguiu superar”, destacou Frei Fidêncio, lembrando que a Palavra de Deus era muito sugestiva para esta Celebração Eucarística. “Em primeiro lugar, o Livro dos Números (1ª leitura) descreve uma situação crucial na qual se encontra o povo de Israel na sua travessia pelo deserto. O povo passava por provações. Ele perdeu de vista o projeto divino de libertação (o projeto da Terra prometida). Revoltou-se contra Moisés, contra Deus, com saudades do ‘comodismo’, mesmo sendo escravo de Faraó. E o mais grave é que, em meio a esta revolta, o povo começa a ficar desorientado, desconfia da liderança profética de Moisés… O povo se fragiliza e abre a sua retaguarda, dando espaços aos ataques das serpentes venenosas. Elas aí estão, na espreita, para ferir, envenenar e matar”, denunciou o Ministro Provincial.

“Aqui nos reunimos para orar e rezar pela vida, aquela vida prometida por Jesus: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’. Mas necessitamos estar atentos às serpentes camufladas… Por isso, suplicamos ao Deus da Vida para que nos livre do veneno das serpentes do egoísmo humano que geram tanta miséria; nos livre do veneno das serpentes que exploram o ser humano, tirando-lhes a liberdade de filhos de Deus; nos livre do veneno das serpentes portadoras das malditas armas de fogo que ferem e matam; nos livre do veneno das serpentes da corrupção em todos os níveis; nos livre do veneno das serpentes da intolerância religiosa; nos livre do veneno das serpentes do enriquecimento ilícito que tiram da mesa dos pobres o pão de cada dia; nos livre das serpentes venenosas que ferem e tiram os direitos da saúde, do lazer, da educação, do salário digno, da justa pensão, enfim de tudo o que significa vida digna para todos”, pediu.

“Também Jesus, no Evangelho, provoca as pessoas pensarem de uma forma diferente. ‘Vós sois daqui debaixo… vós sois deste mundo’. Ser deste mundo, como veremos daqui a pouco na Semana Santa, é assumir os papéis dos autores da flagelação Daquele que ‘passou por este mundo fazendo o bem’. Ser deste mundo é deixar-se embriagar pela avidez de Judas, pelo medo de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos que se omite na sua responsabilidade, preferindo lavar as mãos, ou mesmo pelo clamor irracional do povo que prefere gritar pela liberdade de Barrabás. Jesus nos diz: ‘Eu não sou deste mundo…’ e continua: vai chegar a hora em que ‘tiverdes levantado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou’. Jesus convida-nos a pensar a vida a partir da lógica da doutrina da cruz: que significa dar a vida! Convida-nos a pensar na lógica da harmonia da criação, onde o próprio Deus viu que tudo era bom”, explicou.

“Aqui nos reunimos para orar e rezar pela vida, aquela vida prometida por Jesus: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância’. Mas necessitamos estar atentos às serpentes camufladas… Por isso, suplicamos ao Deus da Vida para que nos livre do veneno das serpentes do egoísmo humano que geram tanta miséria; nos livre do veneno das serpentes que exploram o ser humano, tirando-lhes a liberdade de filhos de Deus; nos livre do veneno das serpentes portadoras das malditas armas de fogo que ferem e matam; nos livre do veneno das serpentes da corrupção em todos os níveis; nos livre do veneno das serpentes da intolerância religiosa; nos livre do veneno das serpentes do enriquecimento ilícito que tiram da mesa dos pobres o pão de cada dia; nos livre das serpentes venenosas que ferem e tiram os direitos da saúde, do lazer, da educação, do salário digno, da justa pensão, enfim de tudo o que significa vida digna para todos”, pediu.

“Também Jesus, no Evangelho, provoca as pessoas pensarem de uma forma diferente. ‘Vós sois daqui debaixo… vós sois deste mundo’. Ser deste mundo, como veremos daqui a pouco na Semana Santa, é assumir os papéis dos autores da flagelação Daquele que ‘passou por este mundo fazendo o bem’. Ser deste mundo é deixar-se embriagar pela avidez de Judas, pelo medo de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos que se omite na sua responsabilidade, preferindo lavar as mãos, ou mesmo pelo clamor irracional do povo que prefere gritar pela liberdade de Barrabás. Jesus nos diz: ‘Eu não sou deste mundo…’ e continua: vai chegar a hora em que ‘tiverdes levantado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou’. Jesus convida-nos a pensar a vida a partir da lógica da doutrina da cruz: que significa dar a vida! Convida-nos a pensar na lógica da harmonia da criação, onde o próprio Deus viu que tudo era bom”, explicou.

Dom Eduardo Vieira dos Santos, Vigário Episcopal da Região Sé, não pôde participar da Celebração mas enviou mensagem: “Nestes dias, uno-me aqueles e aquelas que, por amor à justiça e à paz, não se deixam calar pelo desrespeito e a violência. A sra. Marielle e Anderson tiveram suas vidas ceifadas, mas não seus sonhos de uma sociedade justa e fraterna. Tiveram seus dias abreviados entre nós, mas não seus anseios de justiça e paz. Uno-me a vocês em preces e sentimentos, por uma sociedade livre da violêcia, da indiferência e da impunidade”, disse D. Eduardo.

Pe. Júlio disse que Marielle estaria muito feliz pela oração na Igreja São Francisco. “A Marielle foi catequista, fez o caminho junto das nossas comunidades e se manifestou como uma grande força, uma grande voz de liderança na defesa dos pobres. Ela tinha um coração franciscano. No céu, ela está muito feliz ao lado de São Francisco, que lhe deu um abraço e disse. ‘Fique aqui pertinho de mim. Aqui, tudo vai ficar melhor, vamos ajudar esse povo a não desanimar, a não desistir, a continuar lutando’. A nossa luta não é com armas, a nossa luta é de resistência, de força e coragem. Embora nos ameacem, nos machuquem, nos façam mal, nós não vamos retribuir com as armas da violência, mas com a força da nossa palavra, da nossa presença, com a força da nossa coragem”, ensinou.

No final da celebração, todas as mulheres negras foram convidadas a ficarem perto do presidente da Celebração antes da bênção final.

Fonte: franciscanos.org.br

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