Pedal Paz e Bem: determinação, garra, coragem e fé

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Paz e Bem.

Toda segunda terça-feira de cada mês é marcada por duas atividades importantes no Convento da Penha. O Pedal Paz e Bem e a meditação do Terço das Famílias já fazem parte do calendário de eventos do Convento e são muito esperados, tanto pelas famílias que amam rezar unidos aos freis, quanto pelos ciclistas que são apaixonados por bike.

O Pedal Paz e Bem existe há quase 6 anos e começou quando um grupo de ciclistas decidiu pedir ao Guardião do Convento na época (Frei Paulo Roberto Pereira) para que o Santuário recebesse os pedaleiros uma vez por mês. Desde então, centenas de ciclistas pedalam com segurança, conforto e de forma organizada. A subida segura é realizada com iluminação e monitoramento, assim as pessoas podem fotografar, contemplar, deslumbrar e se encantar porque bem-estar e fé estão aliadas.

Na noite da última terça-feira, foi realizada mais uma edição do Pedal Paz e Bem no Convento neste ano de 2023. Após pouco mais de vinte minutos de concentração no portão de acesso ao Campinho, os primeiros ciclistas começaram a subir os 1200 metros de estrada.

Na chegada ao Campinho, foram recepcionados pelo músico Pedro Neto e pelos Freis Pedro Engel e Paulo César Ferreira. Depois de um breve momento de oração ecumênico, os ciclistas foram abençoados e receberam aspersão com água benta.

O ciclista Willian Grassi pedala há um mês e participou do Pedal no Convento pela primeira vez. Ele falou da experiência de ter subido. “Eu achei que ia ser o último a chegar, mas consegui manter um ritmo bom. Isso é maravilhoso, esse visual incrível. Sempre que posso venho com meus filhos durante o dia, a gente sobe caminhando, mas eu sempre quis esse desafio de subir de bike uma vez e eu consegui. A subida é bastante exigente e a pulsação vai lá no alto, mas é legal porque o grupo é bom e a gente se sente motivado”, afirmou.

Já o ciclista Lino Gouvêa é um exemplo de superação e de perseverança. “Eu sou atleta desde 1993 e tive um intervalo em 2020 para tratar de um câncer que começou no testículo esquerdo, ramificou, foi para o abdome, pegou a perna e em 2021, parei por conta de uma cirurgia porque apareceu um tumor na virilha do lado esquerdo e perdi parte da perna. Voltei agora, esse ano, na categoria PNE (portador de necessidades especiais – atleta paraciclista), voltei a pedalar em maio de 2022. Existe um mistério de fé, primeiro que fui para a Santa Casa para ser submetido à cirurgia, fiquei no quarto São Bento e todas as enfermeiras eram devotas de Nossa Senhora da Penha, como ela é a padroeira do Espírito Santo, eu pedi com fé. Sou muito objetivo nas minhas decisões, operei para fazer a limpeza do abdome, retirar as metástases, perdi parte do rim e nesse meio tive um AVC facial, fui submetido à hemodiálise e depois decidi, por conta da perna não ter funcionamento, eu falei ‘amputa’ e assim foi, em maio de 2022, voltei a pedalar e participei do Desafio de Anchieta. É determinação, garra, coragem e fé!”, testemunhou o devoto.


Mais cedo, às sete da noite, fiéis de várias partes do Brasil se encontraram com Frei Paulo César e com o músico Pedro Neto, para a tradicional meditação – neste tempo quaresmal -, das Sete Dores de Nossa Senhora. Na Quaresma, dentro do itinerário cristão com o Senhor, os fiéis são chamados a meditar sete momentos em que o coração de Nossa Senhora se encheu de dor e aflição. Essa devoção antiga iniciada pelos Monges Servitas e difundida por Santo Afonso Ligório, que buscava difundir a veneração à Mãe dolorosa.

Por causa de seu amor pela Paixão de Cristo e pela missão corredentora de Maria aos pés da Cruz, Santo Afonso quis que os todos meditassem como foi o sofrimento da Mãe ao ver seu Filho Jesus passar pela Via-Crucis, e a partir desse sentimento, representou os sete momentos bíblicos que a Virgem Santíssima passou, sendo eles: 1) Profecia de Simeão (Lucas 2, 34-35); 2) A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21); 3) A perda do Menino Jesus no templo (Lucas 2, 41-51); 4) Encontro com Jesus caminhando para o Calvário (Lucas 23, 27-31); 5) A morte de Jesus na Cruz (João 19, 25-27); 6) Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61); 7) Maria deposita o corpo Jesus no sepulcro (Lucas 23, 55-56).

“Diretamente aqui do Santuário da Senhora das Alegrias, a Senhora da Penha, vamos juntos rezar o nosso terço e nessa quaresma, estamos rezando, meditando as Sete Dores de Nossa Senhora. Acolhemos também as intenções que vocês nos enviam. Rezamos por todas as intenções que chegam nos comentários. Rezamos, de modo especial, pelo nosso Papa Francisco que neste dia 13 completou 10 anos de pontificado. Muita saúde, muita luz, coragem, serenidade e confiança, para o Papa Francisco. Rezemos por toda a Igreja, Igreja em missão, em saída, ao encontro da vida, ao encontro daqueles que mais precisam, aqueles que precisam ser promovidos na sua dignidade, na sua vida, nas suas necessidades… A modo, a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio entre nós, para que todos tivéssemos vida, para que todos tenhamos vida. Missão de Jesus, missão da Igreja, missão de todos os batizados: somos chamados a continuar a missão de Jesus”, disse Frei Paulo César na introdução da oração.

Ao final da oração, Frei Paulo lembrou a importância de rezar em família. “Como é bom estarmos juntos, em comunhão com todos aqueles e aquelas famílias que rezaram conosco, nos acolheram em seu lar. Sejam todos abençoados, revigorados na sua fé, na sua esperança, no amor fraterno… Alegria, paz, harmonia para todos! Neste tempo de Quaresma, um tempo favorável, propício para nossa reflexão sobre noss caminhada, nosso jeito de ser e de conviver em preparação para a Páscoa do Senhor. Vamos com fé – como diz nosso Gilberto Gil, andar com fé eu vou porque a fé não costuma falhar -, vamos assim, peregrinos, pés firmes na caminhada, sobretudo aqueles que mais precisam de nós”, concluiu.

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