Papa: Deus não nos criou para o túmulo, mas para a vida

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Paz e Bem!

“Somos chamados a remover as pedras de tudo aquilo que fala de morte: a hipocrisia com que a fé é vivida, é morte; a crítica destrutiva contra os outros, é morte; a ofensa, a calúnia, é morte; a marginalização do pobre, é morte.”

O convite para removermos de nossos corações as pedras que falam de morte, como a hipocrisia como vivemos a fé, a crítica destrutiva, a ofensa, a calúnia, a marginalização do pobre, nos foi dirigido pelo Papa em sua alocução, antes de rezar o Angelus neste V Domingo da Quaresma, na Biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano.

Ao refletir sobre o Evangelho de João que narra a ressurreição de Lázaro, Francisco recordou que “a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus”, e que Deus não nos criou para o túmulo, mas para a vida, “bela, boa, alegre”.

Jesus é o Senhor da vida

Ao iniciar sua reflexão, o Santo Padre lê alguns dos versículos do capítulo 11 de João, explicando que ao responder a Marta que lhe havia dito que seu irmão não teria morrido caso o Mestre estivesse ali, “teu irmão ressuscitará”, Jesus se apresenta “como o Senhor da vida, Aquele que é capaz de restituir a vida também aos mortos”.

Ao ver em prantos Maria e as pessoas que se aproximavam dele, Jesus, muito comovido, chorou, recordou Francisco, e “comovido, vai ao túmulo, agradece ao Pai que sempre o escuta, manda abrir o sepulcro e exclama com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” E Lázaro sai com “as mãos e os pés atados com lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano”:

Aqui vemos concretamente que Deus é vida e doa vida, mas assume o drama da morte. Jesus poderia ter evitado a morte do amigo Lázaro, mas quis assumir para si a nossa dor pela morte das pessoas queridas, e sobretudo quis mostrar o domínio de Deus sobre a morte.

O encontro entre a fé do homem e a onipotência de Deus

Nesta passagem do Evangelho – observou o Papa – vemos que a fé do homem e a onipotência de Deus, do amor de Deus, buscam-se e por fim se encontram, “é como um duplo caminho: a fé do homem e a onipotência do amor de Deus que se procuram e no final se encontram. Vemos isso – enfatizou – no grito de Marta e Maria e de todos nós com eles: “Se tivesses estado aqui!…”:

E a resposta de Deus não é um discurso, não, a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida… Tenham fé! Em meio ao choro continuem a ter fé, ainda que pareça que a morte tenha vencido. Removam a pedra de seus corações! Deixem que a Palavra de Deus leve de novo a vida onde há morte”.

“A resposta de Deus ao problema da morte é Jesus”

Remover as pedras que representam morte

E Jesus nos repete também hoje para removermos a pedra, pois “Deus não nos criou para o túmulo, nos criou para a vida, bela, boa, alegre”,  e “foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo”, “e Jesus Cristo veio nos libertar de seus laços”. Neste sentido, “somos chamados a remover as pedras de tudo aquilo que fala de morte”:

Por exemplo, a hipocrisia com que a fé é vivida, é morte; a crítica destrutiva contra os outros, é morte; a ofensa, a calúnia, é morte; a marginalização do pobre, é morte. O Senhor nos pede para removermos estas pedras do coração, e a vida então voltará a florescer ao nosso redor. Cristo vive, e quem o acolhe e se une a Ele entra em contato com a vida. Sem Cristo, ou fora de Cristo, a vida não só não está presente, mas se recai na morte. 

“Deus não nos criou para o túmulo, nos criou para a vida, bela, boa, alegre”

Regenerados por Cristo, novas criaturas

O Pontífice recordou que “a ressurreição de Lázaro também é sinal da regeneração que se realiza no crente mediante o Batismo, com a plena inserção no Mistério Pascal de Cristo. Pela ação e a força do Espírito Santo, o cristão é uma pessoa que caminha na vida como uma nova criatura: uma criatura para a vida, e que vai em direção à vida”.

Que a Virgem Maria – disse o Papa ao concluir – nos ajude a sermos compassivos como o seu Filho Jesus, que fez sua a nossa dor. Que cada um de nós seja próximo daqueles que estão sofrendo, tornando-se para eles um reflexo do amor e da ternura de Deus, que liberta da morte e faz vencer a vida.

Ao concluir o Angelus, o Papa Francisco dirigiu-se ao apartamento Pontifício, de cuja janela abençoou a Urbe e os fiéis presentes espiritualmente na Praça São Pedro.

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