Paz e Bem.
As Ligas Católicas realizaram na manhã do segundo domingo do Advento (7), a tradicional Romaria ao Convento da Penha, em Vila Velha, Espírito Santo. Peregrinos, devotos e liguistas se concentraram no Parque da Prainha e caminharam com estandartes e bandeiras, até o Campinho do Santuário do Perdão e da Graça e celebraram com alegria o Jubileu de Esperança, além da história deste movimento de testemunhas do Evangelho de Jesus, anunciando o amor no coração das famílias.
A Liga Católica é um movimento formado por diversos grupos fiéis que falam da importância de adoração à Deus e a prática da devoção à Sagrada Família de Nazaré e surgiu em Liège, na Bélgica, em 1844, fundada pelo capitão do exército Henrique Hubert Belletable. No Brasil, foram os Missionários Redentoristas que trouxeram este trabalho da Igreja, em 1902, inaugurando a primeira sede em Juiz de Fora (MG), e até hoje acompanham a associação.
Após a concentração, os fiéis iniciaram a procissão com a meditação do terço. Nos intervalos dos mistérios, os liguistas se revezaram na recitação das Ave Marias. O encontro reuniu, como em todos os anos, as três Federações das Ligas, sendo elas da Arquidiocese de Vitória, Diocese de Cachoeiro e Diocese de Colatina. Liguistas de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro e de Minas também participaram do evento aos pés de Nossa Senhora da Penha.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo Padre André Luiz Bastos, missionário redentorista do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Ele é assistente eclesiástico nacional das Ligas. “As Ligas sempre marcam presença nos santuários marianos, para enriquecer entre as famílias essa realidade da oração, o cumprimento do amor fraterno. Elas transmitem um verdadeiro testemunho que alimenta a fé no interior da família, promovendo a oração, a devoção à Sagrada Família. Queremos cada vez mais marcar essa presença no mundo há mais de 180 anos. Para nós é uma alegria estarmos aqui dando mais uma vez esse testemunho de fé e amor juntos com os devotos de Nossa Senhora da Penha”, celebrou.
Na homilia, ele falou que o tempo do Advento convida a encontrar caminhos de conversão. “Somos peregrinos e a esperança se encontra em Jesus. O tempo do Advento quer nos proporcionar esta experiência espiritual. Estamos a cada domingo no acendimento das velas da coroa do Advento buscando uma experiência mais íntima, uma forma bonita de viver este tempo rezando, reorganizando a vida, buscando com as palavras, mas não somente com as palavras, com as atitudes. E aí está, claro, o coração, o cerne do tempo do Advento, a mudança de atitudes para que realmente possamos estender a vida o testemunho da nossa fé. É o que eu refletia no início, antes do ato penitencial. Se o seu testemunho de fé está sendo concretizado na vida, se você está levando para a sua vida aquilo que você testemunha da sua fé, aquilo que você vive da experiência que reza, daquilo que você acredita realmente, se o que você realmente acredita da parte de Deus está sendo comunicado às pessoas. Por isso, ao longo desse tempo, é aquilo que devemos dar atenção. O nosso testemunho, acompanhado da nossa fé, que transforma, que reorienta, que conduz a Jesus. Pessoas que estão realmente trilhando o caminho sem saída”.

“Se nós cristãos tomarmos mais consciência da força que o nosso testemunho, da parte de Jesus, possui, transformaremos o mundo. Você e eu sabemos disso. Um grande problema que encontramos em muitas realidades é que muitos estão desistindo dos princípios da salvação. Não estão mais buscando caminhos que têm saídas. Ao contrário, estão insistindo em trilhar caminhos sem saídas. E se encontram perdidas. Se eu quero encontrar o amor, eu preciso me comprometer aos caminhos que levam ao amor. Mas a parte de Jesus, Ele que nos orienta, Ele que nos conduz, Ele mesmo disse, disse mesmo, eu sou o caminho. Por isso, meus irmãos e irmãs liguistas, nós precisamos indicar caminhos nas pessoas. Caminhos com saídas. Para que elas se salvem. Por isso, o tempo do Advento tem na sua fórmula bonita a conversão, a mudança”, refletiu Padre André Luiz.
Ainda sobre o Evangelho, o assistente eclesiástico das Ligas reforçou o destaque ao precursor. “O evangelho nos apresenta João Batista. Ele não quis ser o construtor da verdade. Entendam bem. Ele não quis assumir o lugar de Jesus. Nem se viu digno desamarrar as suas sandálias. Devemos pegar esse exemplo profético de João Batista para endireitar os nossos caminhos. E como Ele disse aos fariseus no versículo 8, apresente as suas obras de conversão. A conversão, neste segundo domingo do advento, é a palavra que nos acalenta, que nos fortalece. A conversão para nós cristãos não é simplesmente a mudança de mentalidade. É a mudança de critérios, de escolhas. Você se converte e faz com que a conversão circule a sua vida quando seus critérios são outros, a partir de Jesus”, disse.

Por fim, lembrou de São Francisco de Assis. “Precisamos trazer ao coração esse dado profético de João Batista. Atrair pessoas para Deus. Apresentar a elas essas novas águas. Águas da conversão. Águas de novas realidades. Ajudar pessoas mesmo, se for preciso, segurando em suas mãos para que elas venham com você para um outro lugar. Um lugar de paz. Um lugar de muito amor, como cantou São Francisco de Assis. Você e eu devemos realmente conduzir pessoas ao amor. Onde houver ódio, você e eu temos esta missão profética, batismal de orientar, de fazer com que pessoas encontrem Jesus o seu bonito e maravilhoso testemunho. Por isso, ao longo desse tempo do advento, acolha a conversão como um presente para Deus. Mude as realidades da sua vida. Mude, reoriente as suas voltas. Procure caminhos com saídas. Não fique errando, repetidamente. Trilhando caminhos que você sabe, você e eu sabemos. Que não há saídas. A luz orientadora, a luz que as pessoas procuram em você para que esse tempo que estamos tão felizes querendo viver, feito ao tempo do Natal, encontre você transfigurado, transformado, lúcido, translúcido. E você perceberá alegria de um novo tempo em sua vida. Um novo tempo daqueles que sabem que a convenção é o melhor critério para suas escolhas”.
“Que João Batista possa nos orientar à aliança profética para que possamos anunciar as maravilhas de Deus e denunciar tudo aquilo que é criminoso, que não nos leva a Deus, que encontramos em muitos lugares, que destroem, desfazem, que interrompem a salvação. Você e eu devemos ter essa bonita realidade em vista. Perceber aquilo que interrompe a salvação”, completou.
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